Filmes franceses na TV Brasil homenageiam o ano do Brasil na França


O Programa de Cinema desta semana abre sua tela para Edmond Rostand, Marcel Camus e Jacques Tati, numa homenagem ao Ano da França no Brasil. Nesse Programa de Cinema Francês, a TV Brasil selecionou e exibe três filmes que falam um pouco da cinematografia francesa do século XX.

O primeiro deles é Orfeu Negro, de Marcel Camus, que este ano completa 50 anos de seu lançamento. Baseado na obra Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, será exibido na sexta, 13 de novembro, às 22h30.

O segundo é Cyrano de Bergerac, que vai ao ar no sábado, 14, às 22h. Baseado no clássico de Edmond Rostand, traz o ator francês Gérard Depardieu no papel título, numa atuação que arrebatou, inclusive, o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes.

E fechando o Programa de Cinema Francês, no outro domingo, 15, à 0h15, Carrossel da Esperança, de Jacques Tati. O diretor e roteirista, que é considerado um dos maiores cineastas cômicos de seu país, imprimia em suas obras um olhar ao mesmo tempo infantil e irônico para falar do mundo à sua volta. No Brasil, Jacques Tati ficou conhecido por seus filmes As Férias do Sr. Hulot e Meu Tio, ambos lançados na década de 1950. O diretor, que também era ator, completaria 102 anos em 2009.

Abaixo, os destaques do Programa de Cinema Francês:


Orfeu Negro

Orfeu Negro é a primeira versão cinematográfica da peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, em que o mito grego de Orfeu e Eurídice, uma trágica e bela história de amor, é transportado para os morros do Rio de Janeiro, durante o Carnaval.

Consagrado no mundo inteiro, tendo recebido muitos prêmios, incluindo a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o filme é também considerado um dos marcos fundadores da bossa nova. A trilha sonora, assinada por Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Luiz Bonfá e Antonio Maria, traz clássicos do gênero como A Felicidade, Manhã de Carnaval e O Nosso Amor.

Orfeu é motorista e músico no Rio de Janeiro, noivo de Mira. Durante o Carnaval, ele conhece Eurydice, que deixou seu vilarejo para fugir de um bandido. É amor à primeira vista. O mito dá conta do amor do casal acompanhado de perto pela morte. Quando Eurídice é vitimada, Orfeu desce aos infernos para buscá-la e o destino de ambos depende de nunca mais se olharem. Uma das cenas mais emblemáticas do filme de Camus, é quando o protagonista vai a um terreiro de candomblé e ouve sua amada no corpo de uma velha. Apesar de uma imagem clichê (Camus lançou mão de outras durante a produção), a cena não chega a comprometer a adaptação da obra de Vinicius de Moraes para a telona.

Orfeu Negro foi lançado na França em 12 de junho de 1959, sendo sucesso de público e de crítica, embora tenha sido alvo de críticas negativas como a do cineasta francês Jean-Luc Godard, que no Cahiers du Cinéma, detalhou os erros e os absurdos que encontrou no roteiro.

(Orphée noir) França, Italia e Brasil. De Marcel Camus. Drama. 1959. P&B, 100min. Com Breno Mello, Marpessa Dawn, Lourdes de Oliveira, Léa Garcia, Ademar da Silva, Alexandro Constantino, Waldemar de Souza, Jorge dos Santos, Aurino Cassiano, Marcel Camus.

Classificação Etária 12 anos

Cyrano de Bergerac

Rodado na Hungria e na França, o filme é uma adaptação da peça de teatro escrita por Edmond Rostand, e conta as aventuras do cavaleiro e poeta Cyrano de Bergerac, que se apaixona por sua prima Roxane. Cyrano mantém esse amor em segredo ao sentir-se desfavorecido devido à sua aparência física, já que possui um enorme nariz. Roxane se apaixona pelo estranho e novato recruta Christiano a serviço de Cyrano, e pede ao espadachim que o proteja. Cyrano acaba por emprestar a Christiano sua facilidade com as palavras em verso para que o mesmo possa seduzir a moça e casar-se com ela. Cyrano segue, então, desafiando seus inimigos com a lâmina de sua espada.

Cyrano de Bergerac teve várias versões para o cinema. O ator José Ferrer o interpretou duas vezes, sendo a primeira, em 1950, em preto e branco, rodada nos Estados Unidos, e que lhe valeu o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator. A interpretação de Gérard Depardieu do herói de Edmond Rostand marcou a carreira do ator francês, que foi premiado como Melhor Ator no Festival de Cannes. O filme recebeu quatro indicações para o Oscar, inclusive de Melhor Filme Estrangeiro e Ator; ganhou 10 Cesar, inclusive Melhor Filme, Ator e Diretor; e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.

França. De Jean-Paul Rappeneau. Comédia. 1990. Cor. 137min. Com Gérard Depardieu, Vincent Pérez, Anne Brochet, Jacques Weber.

Livre

Carrossel da Esperança

Uma vez por ano, uma feira traz atrações como um cinema ambulante para o pequeno vilarejo de Sainte-Sévère, no interior da França. Em uma das sessões, François, o carteiro do local, assiste à projeção de um documentário sobre o serviço postal norte-americano e decide colocar o método em prática para fazer o correio chegar mais rápido. Montado em sua bicicleta, se lança pelo campo com vigor. Passa carros, gira em torno de uma vaca, encontra uma cabra ignorante, uma abelha irritante e um incontável número de copos de vinho branco que se interpõem em seu caminho.

Tati pretendia que Carrossel da Esperança fosse a cores mas, por segurança, também o filmou em P&B, cópia que chegou aos cinemas. Em 1964, o diretor acrescentou novas sequências, da mesma forma que coloriu imagens à mão. O azul, branco e vermelho da França surgem quando as imagens que desenha no papel interagem com as que Tati projeta na tela. Carrossel da Esperança marca a comunhão entre diretor, público e personagens. O filme recebeu o prêmio de Melhor Cenário do Festival de Veneza, 1949 e Grande Prêmio do Cinema Francês, 1953.

(Jour de fête) França. De Jacques Tati. Comédia. 1964. Cor. 79min. Com Jacques Tati, Paul Frankeur, Guy Decomble, Santa Relli, Maine Vallée, Delcassan, Roger Rafal, Robert Balpo, Jacques Beauvais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SexPrivé Club: Nova apresentadora

Cine Gloob apresenta mais de 40 filmes no mês de Maio

​AMC Networks International – Latin America continua desafiando as tendências do mercado