Jornal da Cultura faz especial sobre Comissão da Verdade




Com uma revisitação ao período da ditadura militar no Brasil, reportagem vai ao ar em cinco edições. A partir de segunda (16/4), na TV Cultura

O Jornal da Cultura (JC), sob o comando de Maria Cristina Poli, leva ao ar uma série especial que resgata temas de um passado recente do País e que voltam a mexer com a história de vida de muitas pessoas: a ditadura militar revista sob a atual Comissão da Verdade.

O principal jornalístico da TV Cultura exibe a reportagem em cinco edições, a partir de segunda-feira (16/4), às 21h10.

A presidente Dilma Rousseff sancionou, em novembro de 2012, a lei que cria a Comissão da Verdade para esclarecer crimes e abusos contra direitos humanos cometidos no Brasil, no período que inclui o regime militar (1964-1985). A Comissão, que será composta por sete integrantes indicados pela presidência da República, terá um prazo de dois anos para investigar as violações de direitos humanos ocorridas no período.

A equipe de reportagem do JC entrevistou pessoas que estiveram envolvidas diretamente em episódios de repressão, tortura e morte. Fazem parte dos depoimentos declarações  que vão do repúdio à defesa dos atos praticados pelo regime militar. O vencedor do prêmio Nobel da Paz (1980), o argentino Adolfo Perez Esquivel, se dirige às forças armadas brasileiras: "Não se pode construir nenhum projeto de país se as Forças Armadas estão ausentes. As Forças Armadas têm que ter uma presença, mas uma presença ativa, a serviço de seu povo, não contra ele. Conhecer o passado seria o melhor a fazer para o povo do Brasil".

A declaração de Adolfo se baseia no fato de o Brasil ser o único país da região que ainda não puniu os excessos dos militares. Argentina, Chile e Uruguai conseguiram, ainda que parcialmente, entrar neste tema.

A entrevista com o Almirante Ricardo Veiga Cabral, presidente do Clube Naval do Rio de Janeiro, revela a face sombria da repressão e tortura. O militar defende e justifica a situação daquela época, com uma comparação: "Não é prender um assassino ou um assaltante, botar na cadeia e torturá-lo... naquela época nós estávamos numa guerra... Era uma inquietação muito grande. E se é guerra, evidentemente, tem que obter informações... é uma situação diferenciada..."

Enquanto na Argentina, durante o período militar, era prática comum entregar órfãos de presos políticos a militares para adoção, no Brasil houve um único caso: o de Lia Martins, órfã de guerrilheiros mortos no Araguaia. A reportagem do JC mostra a entrevista realizada com ela.

Entre os entrevistados estão ainda nomes como os do general Rocha Paiva, autor do manifesto contra a Comissão, e do almirante Ricardo Gouveia, que defende a investigação dos crimes de esquerda. Ao ex-ministro da Justiça, José Gregori, juntam-se depoimentos de Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog, Fábio Konder Comparato, jurista, e Vera Paiva, filha do deputado Rubens Paiva, entre outros.

A reportagem especial foi realizada pelo jornalista Ricardo Ferraz.

O Jornal da Cultura vai ao ar de segunda a sábado, às 21h10. Às quartas, um pouco mais cedo, às 20h55


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