“70 E TAL” ESTREIA DIA 2 DE OUTUBRO NO CANAL OFF

Série traz histórias sobre a cultura do surfe no Brasil na década de 70

 

O surfista Otávio Pacheco no Píer de Ipanema em 1971

Arquivo pessoal Otávio Pacheco/Divulgação Canal OFF

 

Na próxima quarta-feira, 2 de outubro, às 22h, o Canal OFF estreia a série "70 e Tal" que vai abordar alguns dos momentos mais marcantes da cultura de praia no Brasil durante a década de 70. Surfe, música, estilo e contos da época estarão presentes em uma mistura de imagens modernas, registros históricos, depoimentos inéditos e fotografia de primeira. O encarregado pelo roteiro e trabalho de pesquisa é o especialista em surfe Júlio Adler. Entre os mais de 30 entrevistados, estão personagens ilustres do litoral brasileiro, como Fred D'Orey, Rico de Souza, Tico Cavalcanti, Rick Werneck, Alfio Lagnado e Otávio Pacheco. Entres os destinos visitados estão as praias do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e Natal.Com 14 episódios, quem assina a produção de "70 e Tal" é o Grupo Sal.

 

O primeiro episódio da série será especial, com duração de 70 minutos. Lendas do surfe espalhadas pelo Brasil como Arduíno Colassanti, Ricardo Bocão, Ceceu Pimentel e os irmãos Fuad e Wadi Mansur falam sobre todos os tipos de novidades da época. Os assuntos vão de música, natureza e novos hábitos à ditadura, política, drogas e a fama de vagabundos. Entre boas lembranças e atitudes que marcaram toda uma Era, contos inéditos são embalados por trilhas sonoras clássicas dos anos 70.

 

"O que eu mais sinto falta dos anos 70? Tudo! Pode trazer qualquer crítico de música pra discutir comigo, nunca mais haverá uma década como a de 70, que tinha Pink Floyd, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Yes e Emerson, Lake & Palmer. As pessoas daquela época não faziam música, faziam obras!", declara o ex-surfista profissional, inventor da prancha monoquilha e hoje empresário, Ricardo Bocão.

 

"Foi muito gratificante poder desbravar a década de 70 onde tudo era muito novo. Tinha muito amor, muito romantismo no que se fazia, não tinha malícia, maldade. Tudo era muito mais difícil, não tinha a facilidade de hoje em dia, o acesso à revistas ou filmes de surfe", conta Paulo Sefton, lenda do surfe e local de Santa Catarina.

 

"O surfe era a maior novidade que existia no momento. Mas eu tinha amigos que os pais não deixavam pegar onda, por acharem coisa de vagabundo, aí eles escondiam as pranchas nas garagens dos outros", conta o ex-surfista profissional Fred D'Orey.

 

"Quando você fica em pé pela primeira vez na prancha é uma sensação de paixão que é difícil de esquecer, é o primeiro amor da sua vida", declara o técnico de surfe Chico Paioli.

 

"A praia tinha tudo, o mar, o vento, as garotas, os amigos... sempre foi um local que dava um feeling de liberdade, o lema da época era o layback style, que era se desligar da sociedade, a lei do menor esforço, da preguiça e da consciência tranquila. Eu e meus dois irmãos não fazíamos nada, mas quando tinha onda nossa mãe reclamava que pra surfar a preguiça ia embora", declara o mestre do estilo Fuad Mansur.

 

"Na época da ditadura militar o surfista era considerado alienado, pois não se metia com política. Imagina um regime militar pra um cara que tem as ideias e o corpo soltos?", diz Fernando Moniz "Marreco", ex surfista-profissional e hoje Chef de Cozinha.

 

"Tinha todo aquele movimento político apertando o cerco e em contrapartida o nosso movimento hippie. O surfe era e continua sendo uma válvula de escape, é puramente expressão", diz o fotógrafo Alberto Alves.

 

"Lembro que pixaram FORA COM A CORJA DO SURF com letras de dois metros no paredão do Arpodor. Pode me chamar de vagabundo, eu gosto de ficar na praia e de aplaudir o pôr do sol. Naquela época havia até um certo orgulho de ter dado a volta na sociedade", conta Arduíno Colassanti, um dos primeiros surfistas do Brasil, hoje com 77 anos.

 

Em paralelo, surfistas e personalidades ligadas ao esporte da geração atual, como os profissionais Junior Faria e Marco Giorgi, o artista plástico Peu Mello, o instrutor de surfe Betinho Dias, o produtor de vídeo Mickey Bernardoni e o designer Dennis Tihara, também dão seus depoimentos sobre o que já ouviram da cultura surfe durante a famosa década de 70.

 

"Sempre que ouço falar dessa época eu penso que não tenho como voltar no tempo, mas que preciso muito viver isso agora. Eu quero experimentar aquela liberdade e aquela essência agora, posso? Eu encaro o surfe como uma prática espiritual, o meu bem estar físico e mental está em primeiro plano. Não me importa se a sociedade me acha um vagabundo", declara o freesurfer carioca de 26 anos John Magrath.

 

"70 e Tal"

Estreia: 2 de outubro, quarta, às 22h, no Canal OFF

Horários alternativos: quinta às 14h, sábado às 23h e domingo às 10h e às 18h30

Classificação Livre

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