Documentário musical “Espia Só”, sobre o músico Octávio Dutra, estreia no SescTV

 

Com direção de Saturnino Rocha, o filme estreia no dia 27/6, sábado, às 20h

  
Crédito da foto: Alexandre de Freitas

A trajetória do maestro e compositor gaúcho Octávio Dutra (1884 – 1937), considerado o introdutor do bandolim na música gaúcha, é narrada no documentário inédito Espia Só, título emprestado de uma de suas canções. Além de entrevistas com músicos e pesquisadores, o filme apresenta, na íntegra, algumas das mais de 500 composições - entre choros, sambas e valsas - criadas pelo artista, com interpretação do grupo Arthur de Faria & seu Conjunto. Dirigida por Saturnino Rocha, a atração estreia no dia 27/6, sábado, às 20h, no SescTV.

 

Dutra se interessou pelo violão e bandolim ainda na adolescência e com 16 anos de idade criou sua primeira composição, Valsa Nº 1. Logo se tornou professor de violão, bandolim e canto, sendo exigente consigo e com seus alunos. "Ele tinha num canto uma varinha. O cara errava, ele pegava a varinha e dava no dedo", recorda o guitarrista Raul Lima.

 

Tamanha era a dedicação de Dutra, seja para compor valsas, choros, jingles, operetas, trilhas para blocos de Carnaval ou teatro de revista, que, em 1927, chamou a atenção de Pixinguinha. O instrumentista e compositor carioca pediu autorização para gravar algumas das canções do artista gaúcho. "O Octávio Dutra é da estirpe dos mestres, figura central no cenário musical de Porto Alegre nos primeiros 30 anos do século 20", diz Arthur de Faria, músico, pesquisador e diretor musical do documentário.

 

Dentre as composições de Dutra está a valsa Celina, sucesso da década de 1910, que alcançou a venda de 40 mil cópias. "Seria equivalente hoje a meio milhão de cópias", compara Faria. Outro feito do maestro, que marcou a época, foi a orquestração da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, em 1926. Segundo o violonista e pesquisador Márcio Souza, o maestro acrescentava à música erudita instrumentos populares, como violão e cavaquinho.

 

Apesar da importância do trabalho de Dutra para a música gaúcha, ele estava um pouco esquecido até o dia em que um grupo de instrumentistas e pesquisadores se reúnem para saber mais sobre o compositor.  Ao remexerem recortes de jornais, partituras e anotações, eles se surpreendem. "Todo mundo que teve contato com esse material ficou pensando em fazer discos sobre isso, encenar história, porque realmente se sabe muito pouco da música de Porto Alegre e de antes de Lupicínio (Rodrigues)", comenta Faria.

 

O violonista e compositor Yamandu Costa, um apaixonado por choro, diz que não conhecia o sotaque do choro gaúcho até receber as partituras.  "É muito legal isso que fala de um lugar e te coloca no lugar", comenta.

 

O documentário mostra ainda que Octávio Dutra criou o grupo Terror dos Facões e vivia exclusivamente da música. Porém, certo dia, ele sofreu uma paralisia na mão esquerda. "Ele estava numa situação quase de miséria, sem poder trabalhar, doente, tanto é que ele morreu e não deixou nada", relembra sua sobrinha neta Sonia Paes Porto.

 

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