Ciência e universidade é tema de episódio inédito da série Galáxias – Olhares sobre o Brasil

Com direção de Isa Grinspum Ferraz, o programa vai ao ar dia 28/10, quarta, às 21h, no SescTV



Francisco Bosco. Foto: Divulgação.

 

Episódio Ciência e Universidade, da série Galáxias – Olhares sobre o Brasil, traz depoimentos de pensadores de diversas áreas sobre o ensino superior no País. Eles comentam temas como: a importância que a sociedade dá à universidade; o que é preciso para melhorar o acesso à ciência e à tecnologia; a qualidade do ensino superior; e o sistema de cotas raciais.  Com direção de Isa Grinspum Ferraz, o programa vai ao ar no dia 28/10, quarta, às 21h, no SescTV. A série é uma parceria entre o canal e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB) - que, além de conceber o programa em termos acadêmicos, disponibilizou o acervo para pesquisas e imagens de obras de arte.

"Há um certo fosso entre a universidade como  instituição e a sociedade brasileira em geral", diz o filósofo e ensaísta Francisco Bosco. Para o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, a sociedade tem dificuldade em perceber a importância da universidade para suas vidas. "Talvez isso deva ser atribuído ao fato de que o Brasil nunca foi uma população letrada", explica. "A universidade tem como um dos seus atributos fundamentais e necessários a produção de pesquisa avançada", conclui. Para o antropólogo, o retorno social dessa produção só acontecerá em médio e longo prazo.

Na opinião da geneticista Mayana Zatz, a ciência e a tecnologia são elementos fundamentais para o crescimento da educação no Brasil. Jaime Amorim, Dirigente do MST, fala que houve melhora do ensino nos últimos anos com o aumento do número de universidades e de campi das federais, além do surgimento de mais escolas técnicas. "Mas isso não é o suficiente", acredita. O antropólogo e ensaísta Antonio Risério confessa não ter certeza de como pode lidar com esse assunto. "Eu também não concordo com a proliferação das universidades do jeito que fizeram. Não tem qualidade, não tem critério", expõe.

Sobre o sistema de cotas raciais, a maioria dos entrevistados diz que é a favor. Para Kleber Mendonça Filho, cineasta e crítico de arte, o sistema tenta consertar um problema estrutural.  Para o rapper Emicida, já deveria existir desde a Abolição da Escravatura (1888). "Não dá para você refletir e achar que o branco e o preto, brasileiros, estão em condição de igualdade", comenta. Mas será que as cotas aumentam o racismo no Brasil? Segundo Bosco, pesquisas comprovam que não. Para o artista plástico Daniel Melim, as cotas são para resolver questões emergenciais e não podem ser permanentes.

Mas, como nem tudo agrada a todos, o líder indígena Ailton Krenak pensa nas cotas como uma maneira de atrair o índio para uma informação que não faz parte da tradição dele. "Ele vai compartilhar o quê do conhecimento dele com essa universidade?", questiona. O arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha também expressa sua opinião.  "É uma forma degenerada de proteger". Para ele, o sistema de cotas raciais expõe a fragilidade para obter o privilégio.

O episódio trata ainda da integração entre universidade e empresa e traz vídeos do coletivo Mídia Ninja, captadas nas manifestações de 2013, e de protestos do MST que ocorrem em Brasília nos últimos anos.

Entrevistados: Francisco Bosco (filósofo e ensaísta), Antonio Risério (antropólogo e ensaísta), Eduardo Viveiros de Castro (antropólogo), Jessé Souza (sociólogo), Mayana Zatz (geneticista), Emicida (rapper), Jaime Amorim (dirigente do MST), Ailton Krenak (líder indígena), Mário Magalhães (jornalista), Paulo Mendes da Rocha (arquiteto e urbanista), Moacir dos Anjos (curador e crítico de arte), Daniel Melim (artista plástico), Kleber Mendonça Filho (cineasta).

 

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