Episódio inédito da série Super Libris aborda a poesia marginal

 

O programa conversa com o poeta e letrista Chacal sobre o tema no dia 19/10, segunda, às 21h, no SescTV



Chacal. Foto: Stephanie Saramago

 

Um dos ícones da geração mimeógrafo, o carioca Ricardo de Carvalho Duarte, conhecido como Chacal, fala sobre a poesia marginal surgida nos anos de 1970, no episódio Uma Ideia na Cabeça e um Mimeógrafo na Mão, da série Super Libris. Com direção geral do escritor, cineasta e jornalista José Roberto Torero, o programa inédito ainda traz comentários sobre o livro artesanal e indicações literárias e vai ao ar no dia 19/10, segunda, às 21h, no SescTV.

 

Para Chacal, a poesia artesanal, a marginal e a geração mimeógrafo estão interligadas devido à ditadura militar vivida pelo Brasil naquela época. "Era um grupo de jovens do qual eu fazia parte, que achou que para conversar com o mundo seria bom através da poesia, através da escrita", comenta. "E para expressar todo aquele sentimento de frustração do golpe e também uma expressão de júbilo diante do mundo", completa.

 

Chacal lembra que o mimeógrafo foi um aliado para a produção de livros independentes. "As pessoas começaram a escrever e a publicar aquilo que estava engasgado", conta.  Ele diz que havia pressão, por parte do Estado, quando o assunto era cultura de massa, em seguimentos como música, teatro e cinema.  "A poesia não. Como tinha pouco público, tinha pouca abrangência, tinha um espaço maior", expõe. Segundo Chacal, o material mimeografado funcionava como um panfleto. "Era distribuído de mão em mão e a coisa funcionou", afirma.

O poeta fala sobre a musicalidade daquele momento, dominada pelo pop internacional e o rock and roll, com ídolos como Jimi Hendrix e Boby Dylan. "A música estava muito mais perto da gente do que a poesia, do que a própria literatura", revela. Chacal recorda que o que uniu os escritores daquela época foi a situação política do País.  "A gente não queria saber de 'não pode isso'. A ditadura já dava um grande 'não pode', então a gente queria poder".

Chacal explica o significado da palavra 'marginal' usada na literatura e rememora o auge da poesia escrita nesse estilo literário, em 1976, com o lançamento da antologia 26 Poetas Hoje, organizada por Heloísa Buarque de Holanda. Ele ainda comenta sobre o que pensavam os poetas acadêmicos com relação a esse tipo de literatura; o que a poesia de internet herdou da marginal; e a expressão: 'agrotóxico e o espantalho', criada por ele para separar o período de 1970 dos dias atuais.

Além da entrevista, Chacal participa do quadro Pé de Página, no qual apresenta o local onde escreve, e do Primeira impressão, em que sugere o livro Poesia Marginal, de vários autores. O episódio apresenta ainda os quadros:Orelhas, sobre o escritor francês Georges Perec (1936 - 1982; Prefácio, com Cristiane Tavares, especialista em literatura infantil, que sugere a obra Animais, de Arnaldo Antunes e Zaba Moreau, ilustrada por jovens do Grupo Xiloceasa;Quarta Capa, no qual pessoas, em sua maioria, jovens, que, após lerem um livro, postam na internet suas impressões sobre o texto. Juliana Poggi indica 100 Contos por 10 Contos Trocados, de Daniel Viana; e Colofão, onde a produtora gráfica Gisela Creni e os editores Fernanda Grigolim e Ivan Larraguibel narram diversas etapas da produção de um livro.

Portal

Super Libris inclui ainda um portal na internet, em superlibris.sesctv.org.br, no qual disponibiliza todos os episódios da série; as 52 entrevistas com autores; e todos os quadros, já editados separadamente para facilitar a consulta.

 

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