GLOBONEWS - Andrea Beltrão: "Minhas anotações são um antídoto contra mim mesma, contra a minha chatice e o meu automatismo"

 

O 'Ofício em Cena' encerra a temporada com uma entrevistada que já dedicou mais de 30 anos de sua vida à carreira de atriz, na TV, no cinema e no teatro. Acaba de sair do ar, depois de 15 anos quase ininterruptos, sendo oito dedicados à 'A Grande Família' e cinco ao 'Tapas e Beijos'. Essa é Andrea Beltrão. Lembrada, sobretudo, pelos papéis engraçados que interpretou ao longo da carreira, ela compara o tempo que se dedicou às duas últimas séries ao período de gravação de uma novela. "É como se eu tivesse feito 14 novelas, com dois meses de intervalo entre uma e outra. Foi uma estiva de trabalho bastante grande. Mas não por isso, porque eu tenho ânimo e força de trabalho suficientes, mas cansei um pouco de mim mesma, apesar de me ver muito pouco na televisão. O meu prazer real no oficio é o fazer. Me ver não é exatamente a melhor parte", define.

 

Andrea explica seu processo de trabalho. Ela guarda com carinho muitos cadernos cheios de anotações, assim como seus textos de gravação, que marca com cores diferentes. "A minha necessidade de organização vem de uma cabeça bem caótica. Comecei a anotar tudo – principalmente o que vinha do diretor Aderbal Freire Filho nos ensaios, que é um cara que adoro tudo o que fala", conta. E revela ainda de que forma essas anotações são úteis para ela durante um trabalho. "Durante a temporada, quando não gostava do que estava fazendo, eu dava uma lida nesses cadernos e recuperava um monte de coisas que não lembrava mais. Então virava um elixir, um antídoto contra mim mesma, contra a minha chatice, contra o meu automatismo".

 

Ela lembra com carinho de alguns personagens, sobretudo a Zelda Scott, em 'Armação Ilimitada'. "O primeiro papel que fiz na televisão foi na novela 'Corpo a Corpo', onde fiz par romântico com o Marcos Paulo. Ouvia ele falar o tempo todo de um projeto jovem, com surfistas, chamado 'Armação Ilimitada'. Estava louca para fazer, até que a Zelda caiu no meu colo. Foi um dos portais que se abriram para mim", conta. "Comecei a frequentar a edição, sonorização e a ver o mundo interno da televisão. O texto do 'Armação' era bastante ousado e diferente. Foi uma revolução, foi minha faculdade dentro da televisão".

 

Apaixonada por esporte, Andrea procura sempre traçar um paralelo entre a profissão de atriz e o ofício dos atletas. Compara, por exemplo, que quanto mais vezes um jogador de futebol treina o pênalti, mais chances tem de se sair melhor na hora do jogo. Da mesma forma, quanto mais um ator ensaiar uma cena, melhor ela será quando for para valer. Mas nem por isso descarta o valor do improviso. "Também gosto muito do outro lado, do improviso, o que acontece sem querer. É muito lindo mas, para que isso aconteça, você tem que ter um preparo, uma bagagem enorme para reconhecer a beleza e a raridade disso e saber deixar acontecer", complementa.

 

A última entrevista desta temporada do 'Ofício em Cena' vai ao ar nesta terça-feira, dia 1º de dezembro, às 23h30, na GloboNews.

 

Foto: Bianca Ramoneda entrevista Andrea Beltrão para o 'Ofício em Cena', da GloboNews. 
Crédito: Globo/João Cotta

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