Documentário inédito aprofunda reflexão sobre os lares mais recomendados para os idosos


 
Episódio "Asilos", da segunda temporada da série Habitar Habitat, apresenta as moradias encontradas pela terceira idade para viver com conforto e bem-estar
 

Neusa Maria Morais, moradora da Vila dos Idosos. Foto: Divulgação/Habitar Habitat.
 
Para refletir sobre a moradia mais adequada a uma pessoa idosa, os diretores Paulo Markun e Sérgio Roizenblit visitaram cinco espaços de vivência destinados à terceira idade e entrevistaram moradores e profissionais no episódio Asilos, que integra a segunda temporada da série Habitar Habitat e será exibido no dia 26/12terça-feira, às 22h, no SescTV (assista também em sesctv.org.br/avivo).
 
Os documentaristas mostram como vivem os idosos da casa de repouso Humanitas, em Guarulhos (SP). A diretora do local, Sant'ana Maria da Silva, relata que abriu a casa para hospedar a mãe, à época doente, e por quem não podia mais zelar. "As famílias só colocam seu idoso numa casa de repouso quando não têm mais condições de cuidar dele em casa", opina. Para Sant'ana, encaminhar o idoso a um asilo é uma medida de emergência. "Não há lugar melhor no mundo para uma pessoa do que sua casa, mas tem uma hora que esse lugar não é mais o melhor para ela".
 
Esse foi o caso de Nancy Gutierrez, 79, uma das moradoras do Humanitas. Sua filha decidiu interná-la porque, com frequência, Nancy caía da escada e sofria ataques epilépticos. Ela acatou sem resistência e, hoje, gosta do local, dos enfermeiros e da comida. "Tudo é bom aqui", comemora. O antropólogo Lucas Graeff, estudioso do tema, ressalva que uma das características fundamentais de um asilo é propor um envelhecimento não solitário, mas coletivo. "Essa vida é dividida com outras pessoas".
 
Mas nem todos os idosos preferem o asilo como opção de domicílio. Neusa Maria Morais, 72, preferiu morar em um conjunto habitacional, a Vila dos Idosos (SP). Ela confia que sua maior vantagem é oferecer mais liberdade, a qual, em um asilo, costuma ser tolhida. O episódio ainda mostra a rotina do cantor Roberto Luna, 87, que mora com a mulher, Magali Fernandes, no Palacete dos Artistas, centro de São Paulo. O casal concorda em valorizar a independência proporcionada por morarem em uma residência. "Em um asilo é diferente, você já fica mais isolado, né?", questiona Magali.
 
A pesquisadora Ana Amélia Camprano, embora revele que 1% dos idosos brasileiros morem em asilos, aponta para um fluxo de emancipação da terceira idade. "A independência financeira que os idosos estão conseguindo, pela universalização da seguridade social, leva a que eles também queiram ficar menos dependentes da família", comenta. O episódio não expõe idosos abatidos com sua condição; ao contrário, apresenta pessoas como Roberto Luna, que, mesmo longe da fama musical de anos atrás, diz viver sua melhor idade. "É muito bom ser velho, quando se sabe ser velho".
 
Lançada pelo SescTV em novembro de 2017, a 2ª temporada da série Habitar Habitat apresenta, em linguagem documental, diferentes modos de morar no país e suas relações com a cultura. Ela examina o conceito de moradia não apenas como espaço físico, mas também como núcleo de convivências, afetos e deslocamentos. Os 13 episódios, de 52 minutos, retratam a vida em quilombos, assentamentos, ocupações, asilos, cortiços e internatos; e ainda registram o cotidiano de refugiados, ciganos, moradores de comunidades alternativas, motorhomes, faróis e veleiros.


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