Documentário inédito mostra o cotidiano de militares brasileiros que vivem em faróis

 
A produção visita o Farol do Cabo Frio, Farol de São Tomé e Farol dos Abrolhos em episódio da série Habitar Habitat, que vai ao ar no dia 9/1, terça-feira, às 22h, no SescTV


Farol de Abrolhos (BA). Foto: Divulgação Habitar Habitat.
 
Episódio inédito da série Habitar Habitat, Farol revela como moram alguns militares que têm a responsabilidade de manter acesos o Farol Cabo Frio e o Farol de São Tomé, no Rio de Janeiro, e o Farol de Abrolhos, na Bahia. Com direção do jornalista Paulo Markun e do documentarista Sergio Roizenblit, o programa será exibido no SescTV, no dia 9/1, terça-feira, às 22h, e integra a 2ª temporada da série que aborda diferentes formas de moradia não apenas como espaço físico, mas como local de convivências, afetos e deslocamento (assista também pela internet em sesctv.org.br/aovivo).  
 
O Farol Cabo Frio, que emprestou o nome da ilha onde está localizado, em Arraial do Cabo, atualmente abriga, isolados da sociedade, dois faroleiros, um eletricista e um mecânico, cada um em uma casa. "Durante o dia, a gente fica sem energia e só liga os geradores às 17h30. Até lá a gente fica sem som, sem televisão e sem energia", comenta o sargento Ricardo, 43 anos, que está na Marinha desde 1992.  Ele conta que plantou uma horta logo que chegou ao farol. "Além de ajudar a passar o tempo, favorece na escassez de alimentos", afirma. Permanecendo lá por três meses, quando são substituídos, os militares levam alimentos, em sua maioria enlatados, para consumir no decorrer desse tempo.
 
O documentário aborda a importância da amizade entre esses militares para evitar a depressão em seus ofícios, e sobre a falta que eles sentem de seus familiares quando residem em faróis afastados de regiões desenvolvidas. Na Marinha desde 1985 e com quatro filhos, o suboficial Noronha, 50 anos, já sentiu na pele o que é viver longe da família.  Ele lembra que serviu em um farol por dois anos e quando voltou para casa seu bebê já estava andando.  
 
A experiência de não acompanhar parte do crescimento do filho não alterou a opinião de Noronha, que é contra crianças morarem em faróis isolados. "Lá na frente ia complicar na formação escolar", acredita. Mesmo com as restrições que a profissão lhes reserva, o militar diz que não se cansa de trabalhar ali. "Sei que muita gente no alto mar depende do meu serviço. Um facho de luz desse farol não pode se apagar", articula. "O farol tem um sentimento interessante porque foi construído para ser um sinalizador", fala o fotógrafo Ricardo Siqueira, que, a convite da Marinha do Brasil, escreveu o livro Fortes e Faróis (1997), no qual comenta sobre 44 faróis dos 192 existentes no litoral brasileiro. "Ele indica às pessoas que estão no mar qual é o caminho que devem seguir em torno da terra com segurança", completa.
 
O documentário visita mais dois faróis. Inaugurado em 29 de julho de 1882, o Farol São Tomé, em Campos de Goytacazes RJ, foi erguido pela mesma empresa francesa que construiu a Torre Eiffel, em Paris. Apesar de ser considerado fora da área urbana, o farol está em um território povoado, possibilitando aos militares viverem com suas famílias e receberem ajuda de suas esposas nos afazeres domésticos. 
 
Ao contrário desses homens, sete militares residem isolados no Farol de Abrolhos, construído em 1961, durante o reinado de D. Pedro II, na Ilha de Santa Bárbara, no arquipélago baiano. Cada um ocupa uma residência por um período de quatro meses, com uma única missão: manter o farol aceso por 24 horas. "Ele não pode se apagar. Este é o nosso lema", garante o suboficial Espedito, 47 anos, que está na Marinha desde 1987, e explica como funciona o farol.  

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