Escritor Bernardo Ajzenberg reflete sobre os rumos da literatura feita por imigrantes no Brasil


 
Em episódio inédito da 2ª temporada da série Super Libris, do SescTV, o autor judeu examina como essa literatura também reflete o país. Dia 4/6, às 21h

Bernardo
Bernardo Ajzenberg. Foto: Piu Dip.
 
A produção literária feita por imigrantes, no Brasil, tem crescido desde a década de 1970. Segundo o escritor Bernardo Ajzenberg, paulistano de família judia, estas histórias ajudam a construir a identidade contemporânea do nosso país. Para refletir sobre esse tema, o autor é entrevistado no episódio Os Imigrantes na Literatura Brasileira, da segunda temporada da série Super Libris, dirigida pelo escritor, cineasta e jornalista José Roberto Torero. O episódio será exibido no dia 4/6segunda-feira, às 21h, peloSescTV. (Assista também emsesctv.org.br/aovivo).
 
Bernardo Ajzenberg nasceu em São Paulo, em 1959. É jornalista e tradutor, além de escritor. Publicou diversos romances, mas se destacou com a coletânea de contos "Homens com Mulheres", finalista do prêmio Jabuti em 2005. Em razão de sua descendência judia, a migração é um tema presente em suas obras. Ele considera difícil constituir uma personagem migrante, já que se corre o risco de caricaturá-la de forma estereotipada. "A riqueza", aconselha o autor, "é pegar esse personagem potencialmente rico e transformá-lo num personagem único".
 
Sobre os temas abordados pela literatura de imigração, Bernardo concorda que eles se dividam entre as frentes épica e trágica. "Tem trabalhos bastante preocupados em relatar uma trajetória (...) e tem uma outra vertente, de fundo mais subjetivo, que penetra nas consequências individuais e familiares, geradas por esta trajetória", distingue o escritor.
 
Bernardo mostra-se bastante crítico à abordagem feita pelos autores da literatura de imigração no Brasil. Ele acha que esse tipo de produção ainda se volta muito ao passado, enquanto trata o presente com tom melancólico e de forma conflituosa. "Predomina aqui (no Brasil) uma nostalgia e um sentimento de culpa, talvez em relação àquilo que não se cumpriu lá (no país natal do imigrante) ou não se cumpriu aqui", diz. 
 
Ele revela que enxerga, na literatura em geral, o poder de mudar as pessoas. Mas alerta: "eu não acredito em nenhum tipo de arte que seja instrumentalizada, do ponto de vista político. Ao contrário, eu acho que isso traz para baixo a produção cultural. Mas, do ponto de vista individual, principalmente quando não tem uma intenção de mudar o outro, a literatura é, em si, um instrumento de mudança", opina.
 
Além da entrevista principal, Bernardo Ajzenberg participa de outros quadros no episódio Os Imigrantes na Literatura Brasileira. Em Pé de Página, ele mostra o local onde escreveu seus livros, revela como se organiza para escrever no dia a dia e conta como foi que começou a praticar seus textos, nos diários da época de menino. No quadro Primeira Impressão, recomenda a leitura do livro Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, que conta um drama vivido por uma família de libaneses.
 
Ainda no episódio, o quadro Orelhasapresenta o escritor Moacyr Scliar, assim como Ajzenberg, judeu; na seção Prefácio, sobre literatura infantil, a editora Cristiane Tavares indica o livro "Migrar", do escritor mexicano João Manoel Matteo. No quadroQuarta Capa, a booktuber Marcia Bodanski volta a tratar do escritor Moacyr Scilar, desta vez opinando sobre seu livro "O Exército de um Homem Só". Já emEpígrafe, quadro novo da segunda temporada do Super Libris, a roteirista Maria Camargo conta como foi sua experiência de 15 anos adaptando o livro "Dois Irmãos", do amazonense Milton Hatoum, para uma minissérie, exibida em janeiro de 2017 pela Globo.

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