O escritor Luiz Vilela fala sobre os duelos verbais, tradição na literatura brasileira


 
Em episódio da série Super Libris, do SescTV, o autor reflete acerca de seu processo criativo e dos desafios enfrentados no cruzamento entre a linguagem escrita e falada, na construção dos diálogos literários. Dia 25/6, às 21h


Luiz Vilela. Foto: Piu Dip.
 
"O brasileiro gosta de uma boa conversa. E isso se reflete na literatura", explica o premiado escritor Luiz Vilela. Segundo ele, esse hábito garante movimento à narrativa, ajuda na concepção e no poder de fala dados aos personagens, além de possibilitar a pluralidade na análise de variadas situações. A multiplicidade de verdades contidas nas narrativas literárias é um dos assuntos abordados em entrevista com Luiz Vilela, no episódioDuelos Verbais, o Bang–Bang das Palavras, dirigido pelo escritor, cineasta e jornalista José Roberto Torero. A produção, que faz parte da segunda temporada da série Super Libris, será exibida no dia 25/6, segunda-feira, às 21h, pelo SescTV. (Assista também emsesctv.org.br/aovivo).
 
Luiz Vilela nasceu em 1942, em Ituiutaba (MG). Formado em filosofia, publicou seu primeiro artigo em 1956 num jornal de estudantes. Morou em São Paulo, onde publicou seus trabalhos literários em diversos periódicos. Desde sua estreia no meio literário, aos 24 anos, com o livro de contos Tremor de Terra, o escritor mineiro demostra o domínio da palavra e ficou conhecido como o mestre do diálogo. "Eu leio em voz alta tudo que escrevo, como se fosse cada um dos personagens. Entro na alma de cada um", afirma Vilela. Além disso, a leitura em voz alta está relacionada ao som, a respiração e a facilidade de leitura, requisito obrigatório nos textos do escritor.  
 
Além da entrevista principal o programa conta com outros quadros. Um deles éEpígrafe, em que o cineasta Rafael Conde fala sobre a experiência em dirigir o curta-metragem Françoise, uma adaptação do conto homônimo de Luiz Vilela. A produção, que trata de um encontro entre um homem e uma mulher em uma rodoviária, valoriza a presença do ator e o uso das palavras. "Os diálogos da obra envolvem e criam uma identificação com os personagens e a história", afirma Conde. 
 
Também faz parte do episódio, o quadroOrelhas, que apresenta fatos inusitados envolvendo a carreira escritor Raduan Nassar, nascido em Pindorama, no ano de 1935. Ele comparava a escrita literária a criação de galinhas. Dizia que se deu conta de que gostava de palavras e queria trabalhar com a essência delas, não só com a casa, mas com a gema também. Durante sua carreira, o autor explica que teve três preocupações: desenvolver seu aprendizado da língua, fazer leituras pertinentes e prestar atenção a vida que acontece fora dos livros. 
 
No quadro Prefácio, Dolores Prades recomenda o livro O Menino Arteiro, de Gil Veloso. Ilustrado por Guto Lacaz, a publicação infantojuvenil narra a história de um menino arteiro, que desde pequeno é dado a inventar coisas. Com humor, a obra propõe uma reflexão sobre o significado das coisas e da arte. No quadro Quarta Capa, o booktuber Eduardo Cilto comenta o livro O vampiro de Curitiba, de Dalton Trevisan, publicado em 1960. A obra trata de assuntos atuais como o assédio sexual e o machismo. Com uma narrativa precisa, o escritor demostra que a impressão sobre as pessoas pode enganar e que ninguém sabe como elas agem quando não estão sendo observadas. 
 
Ao final do programa, no quadro Primeira Impressão, o escritor Luis Vilela recomenda, aos futuros escritores e amantes da literatura, toda a obra do escritor Ernest Hemingway, mestre dos diálogos. "Tanto os romances quanto os contos são os meus preferidos, acho que todos deveriam ler", afirma Vilela. 

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