​Escritor Pedro Bandeira defende protagonismo das “turminhas” nas histórias infantis


Em episódio inédito da 2ª temporada da série Super Libris, do SescTV, o autor revela sua estratégia para atrair público juvenil. Dia 23/7, segunda-feira, às 21h


Pedro Bandeira. Foto: Piu Dip.

O escritor Pedro Bandeira acredita que a pré-adolescência é a fase em que a solidão aparece na vida de uma pessoa. Por isso, defende que os livros infanto-juvenis não sejam centrados em uma pessoa só. "Não importa o tema que eu escolhi, o protagonista tem que ser uma turminha", afirma o autor. Pedro é entrevistado pelo jornalista, escritor e diretor José Roberto Torero no episódio Heróis de Calças Curtas, da série Super Libris, que será exibido pelo SescTV no dia 23/7, segunda-feira, às 21h. (Assista também em sesctv.org.br/aovivo).

Pedro Bandeira nasceu em Santos, em 1942. Em 2012, foi considerado o autor de literatura infanto-juvenil mais vendido do Brasil, com a distribuição de mais de 23 milhões de exemplares de seus mais de 80 títulos publicados. Após décadas de experiência na área, ele descobriu que os garotos e garotas desta idade limiar entre a infância e a adolescência gostam de sentir-se integrados a uma turma. "O menino de oito anos pode ficar brincando sozinho, numa boa. Mas quando você tem treze, catorze, quinze anos, você tem a turminha. E, se eu não puser uma turminha, o leitor não vai se identificar no livro", explica.

Traçando a gênese desse tipo de história juvenil, Pedro lembra do livro "As Aventuras de Tom Sawyer", escrito por Mark Twain, em 1876, e "A Ilha Perdida", publicado por Maria José Dupret, em 1944. Atualmente, ele destaca os livros do bruxo Harry Potter, de J. K. Rowlling, que tiveram mais de cem milhões de cópias vendidas. Para ele, o sucesso da saga se deve à presença dos amigos do jovem bruxo. "Se fosse o Harry sozinho, entrando numa escola para ser aprendiz de magia, e não tivesse os amiguinhos para apoiar, eu duvido que tivesse o mesmo sucesso", aposta.

Multipremiado na categoria infanto-juvenil, o autor conta que deseja seus livros dentro das escolas, mas que, mais do que educar os pré-adolescentes, escreve-os para amadurecê-los emocionalmente. "Sem arte, não existiríamos. Desde as cavernas, alguém começava a cantar, bater em um tronco, imitar animais; e todo mundo ria. Sem isso, eles enlouqueceriam, porque tinham medo do rinoceronte, do tigre de dente de sabre", exemplifica e provoca: "Sem amadurecer nossa emoção, vamos ser adultos inseguros e dar emprego para os psicanalistas".

Na literatura infanto-juvenil, é consenso que, se o autor inclui adultos nas histórias, o livro não vende. Pedro ri, concordando, mas pondera: "eu até ponho adultos, mas eles só dão bola fora". Para ele, é preciso concordar com a ideia que a criança faz de os adultos serem todos chatos e estarem sempre errados. "A criança pensa: 'O adulto é bobo, eu, que tenho doze anos, sei tudo da vida'", brinca. "Eu preciso fazer isso, porque a criança se imagina assim, pronta para a vida. E eu tenho que apoiá-los. Para mostrar que ela tem que caminhar, que ela tem que ler mais. E elas fazem isso, elas leem mais".

Além da entrevista principal, Pedro Bandeira participa de outros quadros no episódio Heróis de Calças Curtas. Em Pé de Página, ele conta que escreve, preferencialmente, em uma chácara isolada, mas também em casa; também revela que é caprichoso no trabalho de reescrita do texto e explica que escreve como profissão, por seu gosto prematuro de contar histórias. No quadro Primeira Impressão, Pedro sugere a leitura do romance Os Três Mosqueteiros, do escritor francês Alexandre Dumas.

Ainda no episódio, o quadro Orelhas apresenta o escritor paulistano Marcos Rey, conhecido por seus romances juvenis. Em Prefácio, a pedagoga Sandra Medrano indica o livro infantil Os Meninos da Rua Paulo, do húngaro Ferenc Molnár. No quadro Quarta Capa, o youtuber Videl Carvalho comenta o livro A Droga da Obediência, do próprio Pedro Bandeira. Por fim, emEpígrafe, quadro novo da segunda temporada da série Super Libris, o cineasta Frederico Pinto conta como foi adaptar o livro As Aventuras do Avião Vermelho, do gaúcho Érico Veríssimo, para um filme homônimo.

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