NATGEO: ESPECIAL FINADOS

Terça-feira, dia 02, a partir 20h

 

Às 20h - Rituais: Entre a Vida e a Morte, Existem rituais que transitam pela fronteira que separa a vida e a morte. Tratam-se de rituais ancestrais e até mesmo contemporâneos nos quais os homens se reúnem em ações e gestos que os definem como comunidade. Para realizá-los, estas pessoas colocam a vida em risco ou invadem o mundo dos mortos de uma maneira que a maioria das sociedades ocidentais considera um tabu.

Em Tepito, um bairro no centro da Cidade do México, conhecemos os costumes dos fiéis da Santíssima Morte através de Dona Queta e seu altar. Os altares que reverenciam a figura cadavérica vestida de virgem se multiplicam pelo país. Este é um culto que segundo a Igreja e o governo agrupa delinqüentes e criminosos, mas que tem uma aceitação cada vez maior por diversos setores da sociedade.

Para "a senhora" são pedidos milagres e feitas oferendas e agradecimentos pelos pedidos concedidos. Pode-se louvá-la com bebidas alcoólicas, cápsulas de munição e até com maconha – isto porque todo pedido é acompanhado de uma exigência. Seu poder, afirmam, é uma faca de dois gumes. Os fiéis garantem que ela cumpre o que é pedido, mas que pode, ao fazê-lo, não agradar seu fiel.

Em Buenos Aires, um grupo de pessoas se reúne mensalmente para compartilhar gravações de seu contato com parentes falecidos. Através da chamada Transcomunicação Instrumental, eles gravam no silêncio e, depois de um pedido aos seus entes queridos, encontram a mensagem do além. O grupo garante que a morte não existe. Eles dizem que ao deixarmos este mundo, apenas passamos para outra existência e que, através deste ritual, eles conseguem atravessar a fronteira que nos separa deste outro mundo.

Em Papantla, no estado de Veracruz, no México, um grupo de meninos entre 8 e 15 anos coloca a vida em risco para reviver um ritual pré-hispânico. Na Escola de Meninos Voadores, eles aprendem com um sentido litúrgico a arte de voar para se tornar um homem pássaro. Amarrados com uma corda, eles descem voando em círculo de uma altura de 40 metros.

 

Às 21h - O Mundo dos Mortos, Enquanto a maioria das pessoas evita conversar sobre os mortos, funerais e outros temas do gênero, certas pessoas buscam uma forma de manter contato com seus entes queridos mesmo quando já se passaram vários anos de sua morte. Neste episódio, Tabu apresenta três histórias nas quais seus protagonistas têm contato com os mortos por meio de crenças que os tornam especiais e extremos em suas regiões. Homens, mulheres, crianças e idosos formam uma comunidade que rompe com as regras e com o tabu da morte diante dos olhos de toda a América Latina. No México, todos os anos, em 2 de novembro, a população celebra o Dia dos Mortos. Alguns fazem oferendas, rezam e até mesmo fazem bailes. Porém, em uma pequena cidade chamada Pomuch, os moradores não se contentam só com isso e desejam viver a festa literalmente junto aos mortos. Dona Charo é uma delas. Anualmente, ela visita o túmulo de seus pais e limpa seus ossos para que a alma deles os encontrem limpos para o dia da festa. Charo faz isso há 17 anos e desta vez conta com sua neta. A garota irá acompanhá-la pela primeira vez, embora os cemitérios sempre tenham sido um pesadelo para ela. Enquanto muitos preferem nunca ter de ir a um enterro, no norte da Colômbia, um grupo indígena chamado Wayuu realiza dois funerais para cada morto. Gladys e seus familiares viajam até um cemitério distante onde serão exumados os cadáveres de seus avós para uma última despedida. Depois do contato com os ossos, aqueles que realizaram a exumação devem tomar um banho de rum, passar a noite em claro e manter uma dieta rígida – tudo para que os espíritos dos mortos que enterraram não os perturbem. Em San Bernardo, uma pequena cidade do interior da Colômbia, os habitantes são mumificados por um processo natural logo após a morte. Muitos acreditam que uma alimentação especial permite a ocorrência deste fenômeno. Sem saber se isto é certo ou não, eles vivem felizes por terem a chance de ver o corpo do falecido quase intacto, inclusive muitos anos depois de terem morrido.