Sabor & Arte apresenta documentário Ulekẽi sobre busca de sabores do Xingu


Fábio Vieira com integrantes da etnia Mehináku: Uruhu e Kawakanamu (Vinicius Lima/Divulgação)


Palavra indígena da língua Aruak que significa comida, ulekẽi, é também o nome de um documentário que estreia no Sabor & Arte neste domingo (1º/10), às 21h30. Ulekẽi: A Busca pelos Sabores do Xingu mostra a viagem do chef Fábio Vieira à região do Xingu, em Mato Grosso, para conhecer o potencial e a simplicidade das comidas preparadas pelos nativos.


"Foi uma experiência fantástica. Eu experimentei as receitas e depois as reproduzi, com a licença do cacique. O arroz e feijão deles é o biju – feito a partir da mandioca – cheiroso, delicioso e leve. Os peixes saem do rio e vão ao moquém, embaixo da goiabeira. A fumaça das frutíferas cozinha e defuma o peixe, trazendo notas deliciosas", recorda-se Fábio Vieira.


Outras preparações também aguçam o paladar do chef. Ele revela, por exemplo, que o sal é feito a partir de um aguapé. Já o wakula é uma espécie de pirão feita com peixe inteiro e espessada com massa de mandioca, que é a sobra da fabricação do biju.


A ideia do projeto se fortaleceu após um encontro casual. Pertencente à etnia Mehináku, o indígena Yatapi se surpreendeu ao encontrar no restaurante de Vieira uma obra da etnia. Criou-se um laço e, com isso, o desejo do chef de cozinhar à beira d'água no Xingu começou a tomar forma.


"Eu me considero um homem sortudo por ter uma amizade sincera, conhecer toda a comunidade e criar mais vínculos. Como cozinheiro encantado pelo meu país, foi um privilégio. Acredito que o principal legado do documentário Ulekẽi são as descobertas sobre a natureza e sua simplicidade, com poucos ingredientes e técnicas empíricas. Como a abundância e a preservação, seja ela cultural ou ambiental, é importante", declara o chef.


Repleto de experiências gastronômicas, Ulekẽi levou cinco anos para ser produzido.Além da distância entre São Paulo e a região do Xingu, a pandemia da Covid-19 também impactou o cronograma de filmagens. O documentário terá reapresentações ao longo do mês, inclusive em 16 de outubro, quando é celebrado o Dia Mundial da Alimentação.


"Assistam ao documentário, fruto de uma amizade que bateu à minha porta e me proporcionou a possibilidade de conhecer a minha cultura ancestral. Todos deveriam tirar o chapéu a eles e ter orgulho desse povo que nos representa", convida Vieira. Ele divide o roteiro com Vinicius Lima, da VLC Filmes, que também dirigiu o documentário e foi seu parceiro nessa jornada.

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