No Passagem de Som, os membros do grupo paulistano revelam suas influências incomuns. No Instrumental Sesc Brasil, apresentam o repertório do álbum Gehenna Domingo, dia 25/2, a partir das 21h, o SescTV apresenta dois programas com a banda de post-rock experimental Labirinto, que, fazendo uso de recursos sonoros carregados de visualidade, tem sido aplaudida internacionalmente. No Passagem de Som, os instrumentistas relembram a trajetória do grupo e destacam a influência inusitada do jogo de RPG (Role Playing Game), praticado pela maioria de seus membros, para construir a sonoridade do disco Gehenna. O repertório do álbum, muito elogiado pela crítica, conduz o show gravado no Sesc Consolação, que é exibido no Instrumental Sesc Brasil, logo a seguir. A direção geral é de Max Alvim. (Assista também em sesctv.org.br/aovivo). Labirinto surgiu em 2005, quando o casal de namorados Erick Cruxen, guitarrista, e Muriel Curi, baterista, decidiram improvisar um estúdio na casa onde moravam para desenvolver um trabalho autoral. "Surgiu dessa ideia de querer aprender a gravar", explica Erick, em depoimento para o programa Passagem de Som. O primeiro álbum demoraria cinco anos, Anatema (2010), mas valeu o tempo dedicado: foi eleito pelo jornalista Fabio Massari um dos 20 melhores discos de metal alternativo de todos os tempos. A partir disso, a moral foi tanta que outro jornalista, Luiz Mazetto, colocou a banda Labirinto como representante brasileira entre as referências mundiais do post-rock, retratadas em seu livro "Nós Somos a Tempestade 2". "É um disco bem marcante para o metal no Brasil", avalia Luiz, autor da obra. O nome do disco, Gehenna, alude à simbologia do inferno. "Mas não é um inferno literal", pondera Erick, "é metafórico, é um inferno pessoal, que as pessoas passam em vida, no cotidiano, na sociedade", completa. O álbum conta com a participação do guitarrista belga Mathieu Vandekerckhove e a produção do norte-americano Billy Anderson, duas figuras reconhecidas na cena do post-rock mundial. "A gente adorava os trabalhos dele (Billy) e achou que tinha muito a ver com o som que a gente estava fazendo", diz Erick. O jornalista Luiz Mazetto também enaltece o produtor. "Ele sempre deixa tudo com um som muito orgânico, mais pesado, ele não fica polindo muito o som das bandas", avalia. O show da banda Labirinto, gravado no Sesc Consolação e exibido no programa Instrumental Sesc Brasil, mostra uma sonoridade complexa que ecoa melodias diversificadas. Além do post-rock e post-metal, assume-se influenciada pela música progressiva, clássica, eletrônica e até por instrumentos tribais e trilhas sonoras de filmes. Mas a raiz menos comum que originou o som psicodélico, agressivo e original do grupo não vem de nenhuma escola musical; vem do RPG, o jogo de tabuleiro popular na cultura nerd, em que se inventa uma narrativa e os jogadores interpretam papéis. Erick Cluxer explica como o jogo interfere no som da Labirinto. "Muito do que eu aprendi, do que eu li de RPG e do mundo da fantasia ajuda a extrapolar um pouco, porque a gente imagina as músicas como se fossem músicas de filmes. E isso eu tenho certeza que a gente traz do jogo, dessa visualização", diz o guitarrista.Repertório: Repertório: Mal Sacré, Aung Suu, Enoch, Qumran, Avernus, Alamut (Erick Cruxen). Músicos: Eric Cruxem (guitarra), Kiko Bueno (guitarra, sintetizador e percussão), Luis Naressi (guitarra, sintetizador e percussão), Hristos Eleuterio (baixo), Muriel Curi (bateria), Lucas Melo (percussão). |
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