O Sistema, nova série na TV Globo
por Pilar Minguez
Ação, comédia, aventura, ficção científica e muito suspense. Essa mistura de gêneros é a marca da nova série O Sistema, escrita por Alexandre Machado e Fernanda Young e dirigida por José Lavigne. Selton Mello, Ney Latorraca, Zezé Polessa, Betty Gofman, Graziella Moretto, Maria Alice Vergueiro, Lúcia Bronstein, Maíra Dvorek e Gregório Duvivier compõem o elenco da série de seis episódios que estréia na sexta-feira, dia 02 de novembro, após o Globo Repórter.
O que será que está por trás de tudo aquilo que tem alguma coisa por trás? Essa é a pergunta que inspira Trash (Lúcia Bronstein), Paca (Maíra Dvorek) e Professor Avenarius (Gregório Duvivier), três vítimas do sistema. Eles formam um grupo de jovens que foram excluídos do sistema, ou seja, tiveram seus dados bancários apagados, carteiras de motorista cassadas e serviços de luz, água e telefone cortados. De alguma forma, eles irritaram o sistema e por isso foram deletados de todos os bancos de dados. Por vingança, a estratégia dos sabotadores é incomodar o sistema com manifestações pacíficas. Podem ser danças esquisitas para as câmeras de vigilância de bancos ou supermercados. Quem sabe ativar todos os alarmes das portas de lojas em um shopping ao mesmo tempo? Ou interromper uma sessão de cinema para passar uma mensagem ao público sobre as mentiras criadas pelo sistema?
Os sabotadores raptam – ou resgatam - o pacato fonoaudiólogo Matias (Selton Mello) e sua secretária Leda (Maria Alice Vergueiro), que imediatamente se tornam integrantes do grupo. Afinal, Matias também é um excluído e não entende por que desapareceu de todos os cadastros do dia para a noite. Assim como as outras vítimas, ele não consegue passar cheques, usar cartões de crédito, fazer ligação do seu celular nem ter energia elétrica em seu consultório. Todos os serviços foram cortados em menos de 24 horas. Em pouco tempo, o fonoaudiólogo se dá conta de que foi "suspenso" depois de uma longa discussão telefônica com a atendente de telemarketing Regina (Graziella Moretto). Durante a ligação, Regina foi humilhada por Matias na frente de Greta (Betty Gofman), sua chefe e responsável pelo call center da Sachen Lächerlich, uma grande corporação multinacional presidida no Brasil pelo C.E.O. Katedref (Ney Latorraca). Katedref é assessorado no Brasil por sua brilhante secretária Valquíria (Zezé Polessa).
Aos poucos, Matias e as vítimas do sistema ganham mais aliados e avançam em direção ao grande segredo que se esconde por trás de Katedref e da Sachen Lächerlich. Para os sabotadores, esse segredo pode desvendar mistérios que vão desde a mentirosa história do homem ter pisado na lua aos assassinatos de pessoas famosas nos últimos 50 anos. Eles não descansam um minuto e investigam cada rastro deixado por descuido do sistema. "O programa é de ação e comédia, com um suspense nonsense. O humor de O Sistema não é óbvio, é usado para falar de assuntos duros", adianta a autora Fernanda Young, que, ao lado de Alexandre Machado, assinou os textos de Minha Nada Mole Vida (2006), Os Aspones (2004) e Os Normais (2001). "Eles fazem uma sabotagem pacífica, mas tem o deboche, que é muito forte", explica Alexandre. "Tem tudo quanto é teoria de conspiração. Eu reconheço em mim, com muito humor, uma crença de que tem sempre alguém me sabotando. Eu me acho punida pelo sistema!", constata Fernanda, enquanto ri da própria confissão. As tramas não serão iniciadas e concluídas no mesmo episódio, haverá uma continuidade, como antecipa Alexandre: "Um episódio é engatado no outro. É para acompanhar. No início de cada episódio, vamos fazer um preview, um apanhado das coisas mais importantes do capítulo anterior, para situar o telespectador".
A primeira parceria de José Lavigne com a dupla de autores na televisão já rende frutos valiosos e novidades. Lavigne, que dirige o humorístico Casseta & Planeta, Urgente! (1992) e já deixou sua marca nos programas Armação Ilimitada (1985) e TV Pirata (1988), destaca que O Sistema "tem uma modernidade nesse programa que vem desde o gênesis dele, desde o texto, com as propostas de improviso e as referências visuais". Cerca de um terço das cenas escritas por episódio são de improvisação. Os autores orientam o elenco e a direção, com uma breve descrição da ação, mas deixam as falas por conta dos atores. O resultado já satisfaz Lavigne. "Fica uma 'sujeira', uma certa espontaneidade, que seria mais difícil de alcançar se não tivesse em prática o jogo da improvisação", diz o diretor, que, com o elenco e a equipe técnica, tem usado também links de vídeo indicados pelo autores. "É ótimo. Saímos da referência literária e tenho uma visão do que eles pensaram. Isso me estimula a criar em cima daquilo", afirma Lavigne.
Para inserir esses personagens em um universo único, as equipes de cenografia, produção de arte, figurino e caracterização trabalharam em sintonia e criaram um clima moderno e atemporal. Claudio Domingos, que assina os mais de 70 cenários de O Sistema, explica que sua maior preocupação, ao lado do produtor de arte Luiz Pereira, é ilustrar dois ambientes divergentes: o dos sabotadores em contraponto aos dos representantes do sistema. "O local onde as vítimas do sistema se encontram é escuro, tem cores quentes e não pode ser identificado. Quem vê não sabe onde fica, parece um tanque dentro de um navio abandonado. É um contraponto ao call center e à sede da Sachen Lächerlich, que são claros, acéticos, passam uma impressão de que o sistema é bom, de que tudo funciona, mas soa falso. Na Sachen, parece que tudo tem um verniz por cima", explica Claudio. Até agora, seu maior desafio foi montar um módulo lunar nas dunas de Cabo Frio. "Nos baseamos no módulo do primeiro homem que foi à lua. Utilizamos vários materiais, como madeira, isopor e papel, e tivemos que montar lá, no meio das dunas, sem muita sustentação, com areia voando e muito vento", relembra o cenógrafo.
"É uma diversão fazer esse programa. Como a história não se passa em um tempo determinado, usamos referências dos anos 70 e 80 para a pesquisa dos carros utilizados por alguns personagens, mas não deixou de ficar moderno", explica Luiz Pereira, produtor de arte. Para criar o meteorito que fará parte de várias cenas, Luiz levantou os registros de meteoros caídos na Terra para reproduzir uma peça de forma naturalista. "Estudamos as cores e criamos um de espuma, com pedras de verdade incrustadas em algumas partes. Tinha que ser leve para ser carregado pelos atores, porém firme para sustentar uma pessoa sentada em cima", diz Luiz.
A oposição de conceitos também guiou o figurino de Ellen Millet e a caracterização de Marcelo Dias. "Adotamos uma estética dos anos 80, mas com misturas de tendências de todas as épocas. Os que fazem parte do sistema têm mais glamour, mas, ao mesmo tempo, um ar de austeridade. Os excluídos do sistema têm um visual mais real, mais natural", explica o caracterizador. "Matias, Paca, Avenarius e Trash podem ser encontrados nas ruas, usam roupas de brechó, misturadas a peças de marca. Já os personagens que são do sistema são muito ambiciosos. Eles querem poder e têm um visual milimetricamente arrumado", analisa Ellen.
Com cenas de perseguições, explosões e elementos de ficção científica, os efeitos especiais, assinados por Gilson Figueiredo, e os visuais, por Gustavo Garnier, são fundamentais na trama de O Sistema. "É uma história que depende muito de efeitos. Estou me guiando basicamente pelas referências dos autores nos episódios, que são muito completas. Leio as cenas e vejo a imagem formada. Na cena em que um pedaço de meteorito cai em cima do carro, por exemplo, o Alexandre mostrou alguns vídeos que ele achou na internet e nós trabalhamos em cima disso", explica Gustavo. "Criamos um pequeno disco voador de alumínio, com desenho típico: sem janela, todo fechado, com dois pratos fixos e uma saia giratória, no estilo dos do filme 'O Dia Em Que a Terra Parou', de Robert Wise, de 1951", conta Gilson. O produtor de efeitos especiais também destaca o trabalho realizado para a cena de explosão de uma usina térmica, que precisou ser feita em três etapas. "A base da usina foi montada pela cenografia, com duas versões do cenário, e nós botamos fogo. Outra parte da usina foi montada em maquete, com tubos de cerca de dois metros de altura, e explodida em nove pontos. A parte superior da usina é trabalho do Garnier, que reproduz e molda a explosão em computação gráfica", explica Gilson.
As gravações de O Sistema não se restringiram à Central Globo de Produção, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, mas passaram também por locações em Cabo Frio (RJ) e Londres, na Inglaterra, a cidade mais vigiada do mundo. "Temos um padrão de produção muito elevado, pois temos um anão astronauta que voa em discos voadores, temos uma plantação de milho com crop circles (círculos em plantações), explosões e meteoros que caem em cima de carros, além da idéia na cabeça e uma câmera leve na mão em Londres. O Sistema é uma superprodução em seis episódios", antecipa Lavigne.
Ação, comédia, aventura, ficção científica e muito suspense. Essa mistura de gêneros é a marca da nova série O Sistema, escrita por Alexandre Machado e Fernanda Young e dirigida por José Lavigne. Selton Mello, Ney Latorraca, Zezé Polessa, Betty Gofman, Graziella Moretto, Maria Alice Vergueiro, Lúcia Bronstein, Maíra Dvorek e Gregório Duvivier compõem o elenco da série de seis episódios que estréia na sexta-feira, dia 02 de novembro, após o Globo Repórter.
O que será que está por trás de tudo aquilo que tem alguma coisa por trás? Essa é a pergunta que inspira Trash (Lúcia Bronstein), Paca (Maíra Dvorek) e Professor Avenarius (Gregório Duvivier), três vítimas do sistema. Eles formam um grupo de jovens que foram excluídos do sistema, ou seja, tiveram seus dados bancários apagados, carteiras de motorista cassadas e serviços de luz, água e telefone cortados. De alguma forma, eles irritaram o sistema e por isso foram deletados de todos os bancos de dados. Por vingança, a estratégia dos sabotadores é incomodar o sistema com manifestações pacíficas. Podem ser danças esquisitas para as câmeras de vigilância de bancos ou supermercados. Quem sabe ativar todos os alarmes das portas de lojas em um shopping ao mesmo tempo? Ou interromper uma sessão de cinema para passar uma mensagem ao público sobre as mentiras criadas pelo sistema?
Os sabotadores raptam – ou resgatam - o pacato fonoaudiólogo Matias (Selton Mello) e sua secretária Leda (Maria Alice Vergueiro), que imediatamente se tornam integrantes do grupo. Afinal, Matias também é um excluído e não entende por que desapareceu de todos os cadastros do dia para a noite. Assim como as outras vítimas, ele não consegue passar cheques, usar cartões de crédito, fazer ligação do seu celular nem ter energia elétrica em seu consultório. Todos os serviços foram cortados em menos de 24 horas. Em pouco tempo, o fonoaudiólogo se dá conta de que foi "suspenso" depois de uma longa discussão telefônica com a atendente de telemarketing Regina (Graziella Moretto). Durante a ligação, Regina foi humilhada por Matias na frente de Greta (Betty Gofman), sua chefe e responsável pelo call center da Sachen Lächerlich, uma grande corporação multinacional presidida no Brasil pelo C.E.O. Katedref (Ney Latorraca). Katedref é assessorado no Brasil por sua brilhante secretária Valquíria (Zezé Polessa).
Aos poucos, Matias e as vítimas do sistema ganham mais aliados e avançam em direção ao grande segredo que se esconde por trás de Katedref e da Sachen Lächerlich. Para os sabotadores, esse segredo pode desvendar mistérios que vão desde a mentirosa história do homem ter pisado na lua aos assassinatos de pessoas famosas nos últimos 50 anos. Eles não descansam um minuto e investigam cada rastro deixado por descuido do sistema. "O programa é de ação e comédia, com um suspense nonsense. O humor de O Sistema não é óbvio, é usado para falar de assuntos duros", adianta a autora Fernanda Young, que, ao lado de Alexandre Machado, assinou os textos de Minha Nada Mole Vida (2006), Os Aspones (2004) e Os Normais (2001). "Eles fazem uma sabotagem pacífica, mas tem o deboche, que é muito forte", explica Alexandre. "Tem tudo quanto é teoria de conspiração. Eu reconheço em mim, com muito humor, uma crença de que tem sempre alguém me sabotando. Eu me acho punida pelo sistema!", constata Fernanda, enquanto ri da própria confissão. As tramas não serão iniciadas e concluídas no mesmo episódio, haverá uma continuidade, como antecipa Alexandre: "Um episódio é engatado no outro. É para acompanhar. No início de cada episódio, vamos fazer um preview, um apanhado das coisas mais importantes do capítulo anterior, para situar o telespectador".
A primeira parceria de José Lavigne com a dupla de autores na televisão já rende frutos valiosos e novidades. Lavigne, que dirige o humorístico Casseta & Planeta, Urgente! (1992) e já deixou sua marca nos programas Armação Ilimitada (1985) e TV Pirata (1988), destaca que O Sistema "tem uma modernidade nesse programa que vem desde o gênesis dele, desde o texto, com as propostas de improviso e as referências visuais". Cerca de um terço das cenas escritas por episódio são de improvisação. Os autores orientam o elenco e a direção, com uma breve descrição da ação, mas deixam as falas por conta dos atores. O resultado já satisfaz Lavigne. "Fica uma 'sujeira', uma certa espontaneidade, que seria mais difícil de alcançar se não tivesse em prática o jogo da improvisação", diz o diretor, que, com o elenco e a equipe técnica, tem usado também links de vídeo indicados pelo autores. "É ótimo. Saímos da referência literária e tenho uma visão do que eles pensaram. Isso me estimula a criar em cima daquilo", afirma Lavigne.
Para inserir esses personagens em um universo único, as equipes de cenografia, produção de arte, figurino e caracterização trabalharam em sintonia e criaram um clima moderno e atemporal. Claudio Domingos, que assina os mais de 70 cenários de O Sistema, explica que sua maior preocupação, ao lado do produtor de arte Luiz Pereira, é ilustrar dois ambientes divergentes: o dos sabotadores em contraponto aos dos representantes do sistema. "O local onde as vítimas do sistema se encontram é escuro, tem cores quentes e não pode ser identificado. Quem vê não sabe onde fica, parece um tanque dentro de um navio abandonado. É um contraponto ao call center e à sede da Sachen Lächerlich, que são claros, acéticos, passam uma impressão de que o sistema é bom, de que tudo funciona, mas soa falso. Na Sachen, parece que tudo tem um verniz por cima", explica Claudio. Até agora, seu maior desafio foi montar um módulo lunar nas dunas de Cabo Frio. "Nos baseamos no módulo do primeiro homem que foi à lua. Utilizamos vários materiais, como madeira, isopor e papel, e tivemos que montar lá, no meio das dunas, sem muita sustentação, com areia voando e muito vento", relembra o cenógrafo.
"É uma diversão fazer esse programa. Como a história não se passa em um tempo determinado, usamos referências dos anos 70 e 80 para a pesquisa dos carros utilizados por alguns personagens, mas não deixou de ficar moderno", explica Luiz Pereira, produtor de arte. Para criar o meteorito que fará parte de várias cenas, Luiz levantou os registros de meteoros caídos na Terra para reproduzir uma peça de forma naturalista. "Estudamos as cores e criamos um de espuma, com pedras de verdade incrustadas em algumas partes. Tinha que ser leve para ser carregado pelos atores, porém firme para sustentar uma pessoa sentada em cima", diz Luiz.
A oposição de conceitos também guiou o figurino de Ellen Millet e a caracterização de Marcelo Dias. "Adotamos uma estética dos anos 80, mas com misturas de tendências de todas as épocas. Os que fazem parte do sistema têm mais glamour, mas, ao mesmo tempo, um ar de austeridade. Os excluídos do sistema têm um visual mais real, mais natural", explica o caracterizador. "Matias, Paca, Avenarius e Trash podem ser encontrados nas ruas, usam roupas de brechó, misturadas a peças de marca. Já os personagens que são do sistema são muito ambiciosos. Eles querem poder e têm um visual milimetricamente arrumado", analisa Ellen.
Com cenas de perseguições, explosões e elementos de ficção científica, os efeitos especiais, assinados por Gilson Figueiredo, e os visuais, por Gustavo Garnier, são fundamentais na trama de O Sistema. "É uma história que depende muito de efeitos. Estou me guiando basicamente pelas referências dos autores nos episódios, que são muito completas. Leio as cenas e vejo a imagem formada. Na cena em que um pedaço de meteorito cai em cima do carro, por exemplo, o Alexandre mostrou alguns vídeos que ele achou na internet e nós trabalhamos em cima disso", explica Gustavo. "Criamos um pequeno disco voador de alumínio, com desenho típico: sem janela, todo fechado, com dois pratos fixos e uma saia giratória, no estilo dos do filme 'O Dia Em Que a Terra Parou', de Robert Wise, de 1951", conta Gilson. O produtor de efeitos especiais também destaca o trabalho realizado para a cena de explosão de uma usina térmica, que precisou ser feita em três etapas. "A base da usina foi montada pela cenografia, com duas versões do cenário, e nós botamos fogo. Outra parte da usina foi montada em maquete, com tubos de cerca de dois metros de altura, e explodida em nove pontos. A parte superior da usina é trabalho do Garnier, que reproduz e molda a explosão em computação gráfica", explica Gilson.
As gravações de O Sistema não se restringiram à Central Globo de Produção, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, mas passaram também por locações em Cabo Frio (RJ) e Londres, na Inglaterra, a cidade mais vigiada do mundo. "Temos um padrão de produção muito elevado, pois temos um anão astronauta que voa em discos voadores, temos uma plantação de milho com crop circles (círculos em plantações), explosões e meteoros que caem em cima de carros, além da idéia na cabeça e uma câmera leve na mão em Londres. O Sistema é uma superprodução em seis episódios", antecipa Lavigne.
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