Em junho, Canal Brasil exibe mostra dedicada ao centenário de Paulo Gracindo
No mês em que completaria 100 anos, o Canal Brasil presta uma homenagem ao ator Paulo Gracindo, que esteve presente em mais de 40 produções, entre filmes, peças de teatro e novelas. A Mostra Centenário de Paulo Gracindo é composta por oito títulos que refletem uma carreira múltipla e intensa: A Falecida (1965);Cara a Cara (1967); Copacabana Me Engana (1968); Amor Bandido (1978); Tudo Bem (1978); Trancado por Dentro (1990); além do documentário Paulo Gracindo – O Bem Amado (2009). Dirigido por seu filho Gracindo Junior, o documentário retrata o artista sob o ponto de vista de quem o conhecia como poucos. A estreia da mostra será no dia 7 de junho, terça-feira, às 22h.
Natural do Rio de Janeiro, Gracindo nasceu no dia 16 de junho de 1911 e mudou-se para Maceió (AL) ainda jovem. Apesar de alimentar o sonho de atuar desde muito cedo, o desejo só foi concretizado após a morte de seu pai – contrário à profissão escolhida pelo filho. Em 1931, decidiu voltar à cidade em que nasceu, juntando-se ao Grupo do Teatro Ginástico – de grande prestígio à época – onde começou a atuar no rádio e deu início a uma extensa e bem-sucedida trajetória na cultura brasileira.
Mostra Centenário de Paulo Gracindo:
Estreia: terça dia 7/06, às 22h.
Horário: de terça a quinta, às 22h
Alternativo: de quarta a sexta, às 2h15
Terça, dia 7/06, às 22h:
Paulo Gracindo – O Bem Amado (2009) (84') – Realizado por quem acompanhava o ator de perto, o documentário tem direção de seu filho, Gracindo Junior (que também narra o filme), montagem de Pedro Gracindo e produção executiva de Daniela Gracindo, netos do homenageado. O longa traz ainda depoimentos de amigos e parceiros de trabalho, como José Wilker, Dorival Caymmi, Grande Otelo, Fernanda Montenegro, Paulo José, Eva Wilma, Lima Duarte, Arnaldo Jabor e Daniel Filho.
Quarta, dia 8/06, às 22h
Trancado Por Dentro (1990) (15') - Baseado na história em quadrinhos do desenhista italiano Tanino Liberatore – autor da série com o personagem Ranxerox –, o curta de Arthur Fontes narra as brincadeiras sádicas realizadas por um casal diante de um idoso tetraplégico. Entre realidade e imaginação, o personagem de Paulo Gracindo revela as angústias de estar preso em seu próprio universo. Fernanda Montenegro, Luciana Vendramini e Marcos Palmeira completam o elenco da produção, que recebeu os prêmios de Melhor Fotografia no Festival de Gramado, Melhor Filme no Festival de Fortaleza e Melhor Roteiro no Rio Cine, todos em 1989.
Cara a Cara (1967) (72') - Hugo Castro (Paulo Gracindo) é um chefe político influente e corrupto. Sua filha Luciana (Helena Ignez) é uma linda mulher que não mede esforços para realizar todos os seus desejos sem se preocupar com as consequências. Em situação totalmente oposta, o funcionário público Raul (Antero de Oliveira) não vislumbra melhor futuro, levando sua vida como escriturário do registro civil. Ao olhar fotografias de Luciana no jornal, Raul se apaixona perdidamente. O sentimento não correspondido, no entanto, provoca no rapaz um acesso de loucura, durante o qual ele decide raptá-la. O sequestro, no entanto, poderá ter desdobramentos trágicos.
Quinta, dia 9/06, às 22h
Amor Bandido (1978) (90') - Bruno Barreto – vindo do grande sucesso Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) – comanda a história do velho detetive Galvão (Paulo Gracindo), responsável por averiguar uma série de assaltos e assassinatos de taxistas. Um dos suspeitos é Toninho (Paulo Guarnieri), namorado de sua filha Sandra (Cristina Aché), menina rebelde que trabalha como stripper e prostituta em Copacabana (RJ). Enquanto busca resolver o caso, Galvão tenta se reaproximar da jovem, expulsa de casa por ter uma vida considerada promíscua. No entanto, a investigação abala ainda mais o já difícil relacionamento entre os dois.
Terça, dia 14/06, às 22h
Copacabana Me Engana (1968) (96') - Um retrato da burguesia da Zona Sul carioca dos anos 60. Marquinhos (Carlo Mossy) é um jovem alienado e ocioso, que vive em Copacabana com os pais e o irmão Hugo (Cláudio Marzo). Sem trabalhar ou estudar, está sempre envolvido em farras e bebedeiras com sua turma de amigos. Certo dia, numa lanchonete, depara-se com a vizinha Irene (Odete Lara). Os dois trocam olhares e começam a namorar, mas a mulher, bem mais experiente, logo se sente entediada com a imaturidade do rapaz e acaba se envolvendo com Alfeu (Paulo Gracindo), um ex-namorado que volta a procurá-la.
Quarta, dia 15/06, às 22h
A Falecida (1965) (95') - Baseado na peça homônima escrita por Nelson Rodrigues, o filme tem direção de Leon Hirszman – São Bernardo (1971) e Eles Não Usam Black-tie (1981). No elenco, estão Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, Wanda Lacerda, Joel Barcellos, Hugo Carvana e Nelson Xavier.
Zulmira (Fernanda Montenegro) leva uma vida miserável no subúrbio do Rio de Janeiro. Pelas dificuldades que enfrenta no dia a dia, acredita ser merecedora de, ao menos, um enterro luxuoso. Simultaneamente, suspeita ter contraído tuberculose. Ao se consultar com o médico, entretanto, descobre gozar de perfeita saúde. Obcecada com a ideia da morte, Zulmira dá início a uma crise de tosse. Decide, então, pedir ao marido – um desempregado fanático por futebol – para procurar o senhor Guimarães (Paulo Gracindo), homem mais rico do bairro, que poderia lhes emprestar o dinheiro necessário para um funeral em grande estilo.
Em 1965, Fernanda Montenegro levou o troféu de melhor atriz no Prêmio Governador do Estado de São Paulo e na Semana do Cinema Brasileiro de Brasília. Além da premiação oficial, o longa-metragem foi amplamente elogiado pelo cineasta italiano Bernardo Bertolucci, que classificou A Falecida como um dos melhores filmes da história do cinema.
Quinta, dia 16/06, às 22h
Tudo Bem (1978) (111') - A história de uma família cercada de Brasil por todos os lados compõe um retrato satírico do país na década de 1970. Juarez (Paulo Gracindo) é um aposentado ingênuo que vive com a mulher e os filhos num apartamento em Copacabana e se acha capaz de viver isolado dos males do mundo. Tudo parece caminhar como desejado até a chegada de operários para a reforma da casa e, com eles, o cortejo de loucuras da vida lá de fora. Tudo Bem é uma comédia sobre o conflito entre as classes sociais, concentradas nesse microcosmo que é o apartamento.
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