MOSTRA EXIBE FILME DE 1927 AO AR LIVRE ACOMPANHADO DE ORQUESTRA AO VIVO
39ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO |
Meu Único Amor será exibido na área externa do Auditório do Ibirapuera – Oscar Niemeyer, às 20h do dia 31 de outubro, com acompanhamento da Orquestra Sinfônica Heliópolis e regência do maestro David Michael Frank |
Dando sequência às projeções históricas que a Mostra realiza ao ar livre no Parque Ibirapuera, a edição deste ano trará a público Meu Único Amor (1927), de Sam Taylor, pérola do cinema mudo que marca um fim e um começo na carreira da atriz e produtora Mary Pickford. Foi sua despedida do cinema mudo, do qual foi uma das principais estrelas, mas também a primeira parceria com o diretor Sam Taylor, com quem faria a maior parte de seus filmes falados. Nesta 39ª Mostra, Pickford tem seu pioneirismo homenageado com a exibição de cópia restaurada de um de seus filmes mais exitosos.Meu Único Amor integra a retrospectiva The Film Foundation. Neste filme, Mary Pickford interpreta Maggie, jovem que se divide entre trabalhar em uma loja e cuidar dos pais e da irmã, que contam com ela para tudo. Quando conhece Joe, funcionário novato de seu departamento, Maggie se apaixona sem saber que ele, na verdade, é filho do dono da loja. Quando conseguiu o papel de Joe, Charles "Buddy" Rodgers era um ator em início de carreira. O romance não ficou apenas na ficção: em 1937 ele se tornou o terceiro marido da atriz, com quem ela permaneceu casada até sua morte, em 1979. Meu Único Amor também reuniu a estrela com seu diretor de fotografia favorito, Charles Rosher, ganhador do Oscar por Aurora (1927), de F.W. Murnau, e Virtude Selvagem (1946), de Clarence Brown. Rosher foi um dos principais parceiros de Pickford e desenvolveu técnicas para filmar o rosto da atriz que, aos 35 anos, interpretava em Meu Único Amor uma personagem no início da vida adulta. Conhecida como "pequena Mary" e "garota dos cachos", Pickford fazia sucesso no papel de mocinhas ingênuas, mas na vida real tomava as rédeas da própria carreira. Nascida em Toronto, em 1892, começou a atuar quando criança, depois da morte do pai, para ajudar a sustentar a mãe e dois irmãos. Estreou no cinema em 1909 e, conforme ganhou popularidade, negociou aumentos de salário e novos contratos. Um deles, assinado em 1916 com Adolph Zukor, deu a Pickford o poder de escolher seus projetos, bem como roteiristas e diretores. No mesmo ano ela formou sua própria produtora, a Mary Pickford Film Corporation. Buscando maior controle financeiro e artístico na produção e distribuição de seus filmes, em 1919 a atriz foi uma das fundadoras daUnited Artists, primeiro estúdio comandado por artistas. Ao seu lado estavam D.W. Griffith, Charlie Chaplin e Douglas Fairbanks, seu segundo marido, com quem formou um dos casais mais poderosos da história de Hollywood. Na era do cinema falado, Pickford teve presença breve: ganhou um Oscar por Coquete (1929), mas encerrou a carreira em 1933, com Segredos. Décadas depois, em 1976, recebeu um Oscar pelo conjunto da obra. A atriz é lembrada, ainda, como pioneira do movimento pela preservação de obras cinematográficas. A NOVA TRILHA COMPOSTA POR DAVID MICHAEL FRANK Em 1999, a Fundação Mary Pickford pediu que o compositor americano David Michael Frank criasse uma trilha sonora original para Meu Único Amor, que foi apresentada pela Orquestra de Câmera de Los Angeles. Na apresentação que será realizada nesta edição da Mostra, o maestro David Michael Frank apresentará esta trilha, regendo a Orquestra Sinfônica Heliópolis. Nascido e criado em Baltimore, nos Estados Unidos, Frank estudou piano e composição no Conservatório de Música Peabody. Depois de mais estudos em Paris e de se formar na Universidade de Northwestern, no Estado americano de Illinois, se mudou para Nova York e regeu musicais da Broadway. Em mais de 35 anos de carreira, escreveu trilhas para dezenas de filmes e séries e recebeu quatro indicações ao Emmy. Entre seus trabalhos estão O Gladiador das Ruas (1986), telefilme de Abel Ferrara, Nico – Acima da Lei (1988), de Andrew Davis, Relação Indecente (1992), de Katt Shea, e Mary Pickford: The Muse of the Movies (2008), documentário de Nicholas Eliopoulos. ORQUESTRA SINFÔNICA HELIÓPOLIS A Orquestra Sinfônica Heliópolis promove prática orquestral e conhecimento de repertório sinfônico a alunos avançados do Instituto Baccarelli, provenientes tanto da comunidade de Heliópolis como de outras regiões. Conta com Isaac Karabtchevsky como seu diretor artístico e regente titular e Zubin Mehta como patrono. O grupo já foi regido por maestros como Peter Gülke, Yutaka Sado e Zubin Mehta, acompanhado de solistas como Julian Rachlin, Erik Schumann, Leonard Elschenbroich, Arnaldo Cohen, Jean Louis Steuerman e Antonio Meneses, além de artistas populares como João Bosco, Toquinho, Luiz Melodia e Paula Lima. Apresentou-se em importantes palcos como Sala São Paulo, Theatros Municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, Gasteig (Alemanha) e Muziekgebouw (Holanda), além de ter participado de eventos como o Festival Beethoven (Bonn, Alemanha), o concerto para o Papa Bento 16, na Catedral da Sé, e o Rock In Rio, com Mike Patton. |

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