Série Galáxias – Olhares sobre o Brasil aborda a identidade nacional em episódio inédito
Com direção de Isa Grinspum Ferraz, o programa vai ao ar dia 4/11, quarta, às 21h, no SescTV
"A identidade brasileira é extremamente complexa", diz o cineasta e crítico de cinema Kleber Mendonça Filho no episódio Identidade Nacional, da série Galáxias – Olhares sobre o Brasil, que o SescTV exibe no dia4/11, quarta, às 21h. Inédito, o programa traz diversas personalidades de diferentes áreas para abordar o tema. Com direção de Isa Grinspum Ferraz, a série é uma parceria entre o canal e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB), que, além de conceber o programa em termos acadêmicos, disponibilizou o acervo para pesquisas e imagens de obras de arte.
O rapper Emicida diz que o povo brasileiro ainda possui um pensamento conservador, mas novas misturas vão acontecendo, por isso não se pode pensar o Brasil como um biótipo, como um índio, um europeu ou um quilombola. "Mas o que é o Brasil? É a coexistência de tudo isso", afirma.
"A questão da identidade brasileira me parece ter sido plenamente resolvida", acredita Francisco Bosco, filósofo e ensaísta. Para ele, o País é unificado e, apesar das variações regionais da língua portuguesa brasileira, todos se comunicam, independentemente da região onde vivem. Para ele, as misturas de culturas eruditas com populares, de pessoas letradas com iletrados, de música europeia com africana é que forma a cultura popular do Brasil.
"O Modernismo, de certo modo, pensou em juntar isso tudo", comenta o músico, compositor e ensaísta José Miguel Wisnik. Para ele, a cultura popular brasileira aparece nas obras de escritores como Graciliano Ramos, Oswald de Andrade e João Cabral de Melo Neto, no Cinema Novo, na música popular e no Tropicalismo.
O cineasta e crítico de cinema Kleber Mendonça Filho fala sobre a influência que sua geração recebeu ao crescer, nos anos 1970 e 1980, assistindo na televisão, a filmes e séries norte-americanas e produções brasileiras, como o Sítio do Pica Pau Amarelo, longas de Os Trapalhões e novelas. "É evidente que os meios de comunicação continuam tendo uma importância expressiva na formação do imaginário nacional da nossa identidade", expõe o jornalista Mário Magalhães.
O episódio fala ainda sobre a globalização que insere a cultura de massa norte-americana não apenas nos costumes brasileiros, mas nos hábitos de todo o mundo; sobre a variedade da música no Brasil; sobre a imagem do brasileiro que é vista como se fosse apenas praia, feijoada, umbanda e carnaval, esquecendo-se de que alguns povos preferem o tucupi, o tacacá e a carne de sol; e a dificuldade que as pessoas têm em perceber a diversidade que há no País.
Entrevistados: Francisco Bosco (filósofo e ensaísta), Jessé Souza (sociólogo), Antonio Risério (antropólogo e ensaísta), Eduardo Viveiros de Castro (antropólogo), Emicida (rapper), Ailton Krenak (líder indígena), Jaime Amorim (dirigente do MST), Moacir dos Anjos (curador e crítico de arte), José Miguel Wisnik (músico, compositor e ensaísta), Kleber Mendonça Filho (cineasta e crítico de cinema), Mário Magalhães (jornalista).

Comentários