Documentário sobre a vida e a arte de Tomie Ohtakeestreia no SescTV


 
Dirigido por Tizuka Yamasaki, o filme traz depoimentos da própria artista, e dos críticos e curadores Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias e Miguel Chaia 

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Tomie Ohtake e Tizuka Yamazaki. Foto: Divulgação/Elo Company.
 
SescTV exibe pela primeira vez o documentário Tomie (2014), que apresenta os bastidores da vida de um dos mais relevantes nomes do abstracionismo no Brasil, Tomie Ohtake (1913 – 2015), artista plástica, pintora e escultora japonesa, naturalizada brasileira. Com direção de Tizuka Yamasaki, o filme, que estreia nodia 9/3, sexta-feira, às 23h, mostra depoimento de Tomie sobre suas ideias e projetos, como os monumentos em homenagens aos 80 e aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, um na cidade de Santos, litoral paulista, e outro na capital de São Paulo. O média-metragem ainda conversa com os críticos de arte e pensadores Paulo Herkenhoff e Agnaldo Farias e com o cientista social e pesquisador de arte Miguel Chaia. A produção pode ser assistida também na internet em sesctv.org.br/aovivo
 
Tomie lembra que, para se dedicar à pintura, teve que deixar o Japão em 1936, porque lá, naquela época, mulher com a sua idade (22 anos) tinha que se casar. No Brasil, morou com seu irmão, que já residia em São Paulo há um ano, e casou-se com o agrônomo Ushio Ohtake, com quem teve dois filhos: Ruy e Ricardo. "Ela nunca falou para que eu fizesse arquitetura, nem para o Ricardo, mas olha a coincidência, os dois fizeram", conta Ruy. "Acho que esse ambiente do cotidiano foi levando a gente a escolher alguma coisa ligada à arte", completa.
 
Autodidata, Tomie diz que não cursou nenhuma escola de arte, sempre fez tudo como quis e nunca se preocupou com a opinião dos críticos sobre o seu trabalho. Paulo Herkenhoff destaca a maturidade da artista ao pintar com os olhos vendados em 1960. Na visão do crítico, Tomie estava lendo obra do escritor japonês Daisetsu Teitaro Suzuki (1870 – 1966) e por isso se interessava por zen budismo. A artista recorda que o reconhecimento como pintora aconteceu em 1970, quando enviou suas obras para o Salão de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. "Aí que fiz meu nome", expõe.  
 
O documentário destaca os principais trabalhos da nipo-brasileira. A diretora Tizuka Yamasaki acompanha Tomie ao Porto de Santos, no litoral paulista, onde visitam o monumento que a artista projetou em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, em 18 de junho 2008. Instalada na Praia José Menino, no Emissário Submarino, a peça mede 15 metros de altura. Outro Monumento à Imigração Japonesa se debruça no canteiro central da Avenida 23 de Maio, na capital de São Paulo. Este foi criado para comemorar os 80 anos da chegada dos japoneses ao país. A cidade abriga outras obras de Tomie, como os quatro painéis intitulados Quatro Estações, que esbanjam formas e cores na plataforma do Metrô Consolação; um painel vermelho que desliza pelo teto do saguão do Auditório do Parque Ibirapuera; e uma escultura na Avenida Paulista.
 
A produção contempla dois projetos de Ruy Ohtake, localizados na capital paulista: a criação do centro cultural Instituto Tomie Ohtake, inaugurado em 2001, uma ideia do laboratório Acher; e o edifício residencial Tomie Ohtake, construído em 1987. De acordo com o arquiteto, este foi uma homenagem da construtora para a sua mãe. "Em troca, Tomie daria um quadro de um metro por um metro para ficar no halldo prédio", fala. Mas, segundo ele, a artista queria que sua obra ultrapassasse os limites do hall, de modo a não ficar restrita ao interior do prédio. "Ela sempre quis que a arte fosse vista por todos, por isso que tem muitas obras públicas", afirma Ruy. O documentário revela, ainda, o processo de criação de Tomie.
 
Além do filme de Tizuka Yamasaki, o SescTV exibe mais três programas sobre a artista plástica. O episódio Tomie Ohtake, O Traço Essencial, da série O Mundo da Arte, dirigida por Cacá Vicalvi, aborda os momentos marcantes da trajetória da nipo-brasileira, no dia 9/3, sexta, às 23h30. Na sequência, às 24h, o programa Tomie Ohtake -  Pinturas Cegas Artes Visuais, da série Artes Visuais, também dirigida por Cacá Vicalvi, apresenta a exposição de mesmo nome, com curadoria de Paulo Herkenhoff, realizada no Instituto Tomie Ohtake, em 2011, com pinturas que a artista fez, na virada dos anos 1950 para 1960, com os olhos vendados. No dia10/3, sábado, às 15h30, o episódio Uma Visita Guiada com Paulo Herkenhoff, ainda da série O Mundo da Arte, acompanha exposição comemorativa de 90 anos da artista.

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