Série questiona ‘mitos’ da história: a sagacidade de Hitler é o primeiro deles

O primeiro episódio de 'Mitos da História' coloca em dúvida a capacidade estratégica de Hitler (Crédito: Divulgação/Curta!)



 

A série francesa "Mitos da História", dirigida por Christiane Ratiney, deseja derrubar mitos sobre personagens ilustres e momentos decisivos da história mundial. No primeiro dos quatro episódios a serem exibidos pelo Curta!, intitulado "Hitler: A Arte da Derrota", a produção desqualifica a crença de que Adolf Hitler seria um grande estrategista militar, mostrando o fracasso de suas decisões. Um rico acervo de imagens da época é utilizado para compor a narrativa.

Apesar de nunca ter tido treinamento militar, o "Führer" sentia que devia confiar em seus instintos e nem sempre ouvia os conselhos de seus experientes assessores. Embora defendesse uma ofensiva ousada, a série mostra que o desenvolvimento da chamada Blitzkrieg (em português, "guerra relâmpago") — estratégia que consistia em realizar ataques rápidos e fulminantes para desmobilizar o inimigo antes que este pudesse revidar — ficou a cargo de seus generais, e não dele.


Após campanhas surpreendentemente vitoriosas na França, veio a primeira derrota na batalha de Dunkirk. A Alemanha havia cercado 400 mil soldados ingleses na cidade, localizada no Canal da Mancha. Um ataque nos moldes da Blitzkrieg os teria aniquilado, mas Hitler decidiu frear o avanço de suas tropas por terra, um grande erro que resultou na evacuação de mais de 338 mil militares que puderam voltar à Inglaterra, recompor o exército britânico e dar um sopro de esperança fundamental para que o primeiro-ministro Winston Churchill mobilizasse o país e os Aliados. Para muitos especialistas, esse é um dos pontos de virada nos rumos da frente ocidental da Segunda Guerra.

 

O episódio segue mostrando que, pouco depois, Hitler comete o pior de seus erros: a tentativa de invasão à União Soviética. Inicialmente, a Alemanha conquista boa parte dos territórios dominados por Stalin e promove massacres, principalmente de judeus. Até que Hitler decide sitiar a segunda maior cidade russa, Leningrado, sem sucesso devido à resistência do Exército Vermelho. A ideia era impedir a entrada e a saída de pessoas e de alimentos para aniquilar a população de 2,5 milhões de habitantes por inanição. No cerco, que durou quase três anos, centenas de milhares de soldados nazistas foram mobilizados, mas eles teriam sido preciosos para o objetivo final da operação: a captura de Moscou.

 

Hitler garante que não cometeria o mesmo erro de Napoleão — o de subestimar o inverno russo. No entanto, o faz. Suas tropas não conseguem avançar diante de nevascas intensas, não havia bases próximas para se instalarem, as provisões não chegavam e seus soldados estavam exaustos. Nesse momento, o Exército Vermelho contra-ataca, Hitler é forçado a recuar e o panorama da guerra muda completamente. Agora, Stalin dá as cartas no Leste, retoma e expande seus territórios, até avançar sobre a própria Alemanha e conquistar Berlim. Invadir a União Soviética também representou um descumprimento de acordos de não-agressão antes estabelecidos entre Alemanha e o bloco socialista, o que provocou uma união inédita entre Stalin, Churchill e Roosevelt — líderes das três maiores potências da época —, que mobilizaram outras dezenas de países no combate.

 

Os outros três capítulos de "Mitos da História" têm como temas: os desdobramentos da bomba de Hiroshima na Segunda Guerra; o plano Marshall como o salvador econômico da Europa após o conflito e o suposto avanço econômico gerado por Mao Tsé-Tung na China. Todos os episódios de "Mitos da História" já estão disponíveis no CurtaOn – Clube de Documentários, que pode ser acessado no Prime Video Channels, na ClaroTV+ ou no site oficial da plataformaA exibição no canal Curta! é no dia temático "Sextas da Sociedade", 12 de janeiro, às 23h. 

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