SescTV exibe “Ciclo José Agrippino de Paula”, com produções comentadas por admiradores e amigos do mentor da Tropicália
Confira teaser em: https://www.youtube.com/watch?v=OB0DGrIre98
Durante o mês de maio, nos dias 12, sexta, às 23h e dia 13, sábado, às 22h, o SescTV exibe o Ciclo José Agrippino de Paula, com as produções dirigidas pelo escritor, cineasta e mentor da Tropicália: Hitler Terceiro Mundo; Céu sobre Água;Candomblé no Togo; Maria Esther e as danças na África; além de Movimento de abertura da "Sinfonia Panamérica", filme dirigido pela videoartista Lucila Meirelles, que também é curadora da série. O ciclo é permeado por comentários de Hermano Penna, José Roberto Aguilar, Jotabê Medeiros, entre outros amigos e admiradores de Agrippino, e oferece material pouco visto pelo grande público, mas que ajudou a escrever a história do cinema de invenção das décadas de 1960 e 1970.
Embora demonstrasse viver em outra frequência e se encontrasse rendido por uma época de repressão artística, Agrippino foi além e se destacou com suas obras. O longa Hitler Terceiro Mundo (1968), que vai ao ar no dia 12 de maio, sexta, às 23h, foi gravado durante a ditadura e exibido anos depois em espaços alternativos. Sua narrativa é reflexo do sarcasmo de José Agrippino e resulta de uma produção de poucos recursos financeiros. O filme foi gravado em meio à multidão na capital paulistana, e conta com as atuações de Jô Soares, Fernando Benini e Ruth Escobar. A obra faz uma dura crítica ao regime militar, apresenta os resquícios da ascensão e queda de Hitler e sua influência na ditadura no Brasil.
No dia 13 de maio, sábado, às 22h são exibidos Céu sobre Água, Movimento de abertura da Sinfonia Panamérica, Maria Esther e as danças na África e Candomblé no Togo. Gravado entre 1972 e 1978, Céu sobre Água é um dos trabalhos mais conceituais de Agrippino. O filme reúne cenas de sua esposa grávida e nua, nadando em uma paisagem na Bahia. Ele apresenta através de enquadramentos atemporais, a gravidez de Maria Esther Stockler e seu filho, logo após o nascimento. Já Candomblé no Togo (1972), registra um culto na África em um povoado com costumes e origens tribais. A gravação com a câmera super 8 permite que os registros de imagem se tornem mais autênticos, como se a câmera fizesse parte do ritual, sem distinção entre os personagens.
Movimento de abertura da Sinfonia Panamérica e Maria Esther e as danças na África (1988) reúnem distintas imagens de vários fragmentos e nuances da saga e obra de Agrippino. O primeiro leva o telespectador a uma mistura de sentidos, tal qual a psicodelia dos anos 1960. No segundo, o corpo é traduzido pelos movimentos da dança numa clara interpretação de rituais mais primitivos, captados pelo olhar do precursor da Tropicália.
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