SescTV acompanha o modo de vida do povo cigano em documentário inédito da série Habitar Habitat


 
O programa resgata uma das versões históricas que explica a origem dos grupos ciganos espalhados pelo mundo e a criação das diferentes etnias


Foto: Divulgação/Habitar Habitat.
O SescTV exibe Ciganos, documentário inédito sobre os costumes e tradições do povo cigano no Brasil, com direção de Paulo Markun e Sergio Roizenblit. O filme, que vai ao ar no dia 2/1, terça-feira, às 22h, integra a 2ª temporada da série Habitar Habitat, que aborda diferentes formas de moradia não apenas como espaço físico, mas como local de convivências, afetos e deslocamento. Dentre as moradias destacadas pela série estão a vida em quilombos, assentamentos, ocupações, asilos, cortiços e internatos, e, ainda, registra o cotidiano de refugiados, moradores de comunidades alternativas, motorhomes e faróis (assista também pela internet em sesctv.org.br/aovivo).  
 
A produção vai até a região de Mata Cavalos, em Brasília, que abriga a Comunidade Cigana de Seu Wanderley, estabelecida em um território popularmente denominado Nova Terra Canaã. A viagem se estende até o Paraná, em uma área localizada no Jardim Cruzeiro, em São José dos Pinhais, onde vivem Calons nômades que lutam para preservar suas antigas tradições.
 
A comunidade cigana do Distrito Federal chegou à capital por volta de 1974. No ano de 2014, foi a primeira a receber do Governo Federal uma concessão para uso de terras localizadas na região de Mata Cavalos por dez anos, com possibilidade de renovação. "De primeiro o cigano não tinha credibilidade nos lugares nem endereço, nossa casa era o chapéu. Hoje sonhamos construir nesse espaço um centro de resgate da cultura cigana brasileira", explica Wanderlei, Presidente Administrativo da Associação Nacional das Etnias Ciganas.
 
Em situação diferente vivem Leandro da Mota e Delia Galvão, casal Calon que vive na cidade de São José dos Pinhais. Eles acreditam que está havendo um esmaecimento das comunidades ciganas, devido à desunião gerada por conflitos internos no grupo, e às mudanças de hábitos com relação à moradia. "Eu vivo em barracão. Fecho aqui e vou para outro lugar. Mas tem muito cigano morando em casa, sinto que com isso se perde a tradição, afirma Leandro." 
 
O ambulante Marcelo Soares conta que não conseguiu se acostumar a morar em uma casa e por isso voltou para sua tenda. Já sua esposa, Danieli França, sonha em ter uma casa e a escola das crianças por perto. Segundo ela, os mais velhos não colocavam os filhos para estudar, e seu marido nunca frequentou uma escola. 
 
O povo cigano enfrenta as dificuldades comuns a qualquer cidadão do século 21 e procura apoio do poder público para ter suas necessidades básicas atendidas. Segundo Fernanda Martins, historiadora da Secretária de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (SEPPIR), a vida dos ciganos torna-se mais complicada por conta do racismo incrustrado na sociedade e nos agentes públicos, que ainda precisam de capacitação para lidar com as diferenças. "Seja pela negação do acesso aos serviços básicos, ou pela hostilidade das pessoas, eles circulam nas cidades com a marca de quem sente que não deveria estar presente ali", explica a historiadora.
 
Lançada pelo SescTV em novembro de 2017, a série Habitar Habitat apresenta diferentes modos de morar no país e suas relações com a cultura. "Na segunda temporada da série, nós estamos conhecendo maneiras pouco comuns de morar. Comunidades, grupos e tipologias em que a casa é mais do que um teto. Muitas, nem teto possuem", explica Markun. "Se na primeira temporada a tradição que configura residências por décadas era o nosso principal foco, na segunda, o desafio da moradia consiste em lidar com condições nada tradicionais", comenta Roizenblit. Esta nova temporada é formada por 13 episódios, de 52 minutos cada.

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