Documentário revela costumes sociais e culturais do povos Herero, que vivem no deserto do Namibe, na Angola

 

Com direção do fotógrafo Sérgio Guerra, a produção inédita vai ao ar dia 20/03, sexta, às 23h, no SescTV



 

 

 

O documentário Hereros Angola mostra os costumes sociais e culturais dos povos Hereros, pastores nômades que vivem no deserto do Namibe, no sul da Angola. A produção revela rituais realizados no nascimento, morte, casamento e puberdade, além de abordar o contato desses povos com a cultura ocidental. Com direção do fotógrafo brasileiro Sérgio Guerra, o filme inédito será exibido no SescTV dia 20/03, sexta, às 23h.

 

A ideia de produzir o documentário surgiu após Guerra visitar por diversas vezes a região onde vivem os Hereros. O objetivo de suas idas e vindas ao lugar era para realizar uma exposição fotográfica e um livro sobre esses povos a partir dessa experiência.

 

Descendentes dos Muhereros, os Hereros são polígamos e vivem da criação de gado e de cabras. A seca os faz migrarem, pois dependem da chuva para manter os pastos verdes e alimentar os animais, que são a principal fonte de subsistência desse povo. Seus conhecimentos vêm dos mais velhos, não possuem a tradição escrita, apenas oral. Vivem isolados em um mundo globalizado; longe das tecnologias tentam preservar os costumes e ensinamentos de seus antepassados.

 

"Atravessamos muitas regiões. Passamos por Totsuana, cruzamos a Namíbia, entramos em Angola. Somos um grupo, mas, enquanto estávamos vindo para Angola, nos dividimos", conta um dos Hereros. Os povos que ficaram pelo caminho receberam nomes como Mudin, Muchavícua, Hakaonas, Muhimbas e Mucubais. "Todos esses grupos ficaram na região do Namibe até o Cunene, onde paramos, mas até hoje nossos costumes e nossa tradição são iguais", explica.

 

Na época da seca, os Hereros, que dependem da água para o cultivo do capim que alimenta os animais, pedem ajuda aos mais abastados e assim seguem sobrevivendo. É costume desses povos se ajudarem mutuamente. Quando a água acaba e o pasto seca, eles saem em busca de um lugar mais úmido. Ao encontrarem, dividem-se em espaços diferentes, uma forma de conservar o solo. "Às vezes temos que ir para as áreas de outras pessoas para salvar nossos animais", comenta um dos homens. Para eles, não se pode expulsar alguém de sua área só porque essa pessoa está em uma situação ruim.

 

Rituais herdados de seus antepassados são repassados até hoje, como o Ocuiambela, uma festa regada a cantos e danças, na qual os Hereros pedem ajuda aos seus avôs e bisavôs mortos, acendem uma fogueira e matam alguns bois para alimentar os convidados. O festejo só termina quando o último pedaço de carne é consumido, podendo durar por alguns dias. Outros rituais também são executados por eles, como do abate de animais; do óbito; da circuncisão feita em crianças e da extração de dentes, ambas sem anestesia; e da iniciação dos garotos na vida sexual.

 

Além de narrar os costumes sociais e culturais que os Hereros carregam de seus ancestrais, o documentário ainda fala sobre o sofrimento desses habitantes devido a alguns hábitos comuns nas cidades, como o consumo de álcool e dívidas em comércios próximos dali, promovendo fugas dos devedores para centros urbanos.

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