SescTV estreia shows com Letieres Leite e Richard Bona

 

Os músicos baiano e camaronês se apresentam em espetáculos que serão exibidos dia 18/03, quarta, a partir das 22h

 


Richard Bona. Foto Divulgação.

 

Elementos da sonoridade africana permeiam repertórios de jazz de dois shows inéditos que o SescTV exibe dia 18/03, quarta, às 22h. O primeiro traz o maestro, compositor, arranjador e saxofonista baiano Letieres Leite e o segundo, o baixista camaronês Richard Bona. Gravados na terceira edição do Festival Jazz na Fábrica, no Sesc Pompeia, na capital paulista, os espetáculos são pontuados por depoimentos desses artistas.

 

Letieres Leite comenta que o quinteto comandado por ele neste show teve o mesmo objetivo que o arranjador teve ao criar a Orquestra Rumpilezz na década de 1980 - "observar o universo percussivo baiano, as tramas rítmicas desde a música ancestral do candomblé até o ritmo de rua, transcrever e trazer essas informações para os instrumentos tradicionais".

 

Há aproximadamente 30 anos, Letieres, como arranjador, começou a alterar a estrutura da música baiana e foi percebendo que os brasileiros têm dificuldade em aceitar o elemento africano em sua formação. "O candomblé foi oficialmente perseguido durante muito tempo", expõe. De acordo com o músico, até no surgimento do samba houve tentativa de exclusão do candomblé, porém, ele acredita que atualmente as pessoas estão mais receptivas. "Ritmicamente falando, eu rendo o meu trabalho a esse universo", conclui.

 

Neste show, Letieres, que toca saxofone e flauta, é acompanhado por Tito Oliveira, na bateria; LDson Galter, no contrabaixo;  Marcelo Galter; no piano; e Luisinho do Jeje, na percussão.

 

O segundo show traz o baixista de jazz Richard Bona, nascido na República de Camarões, na África. Bona começou a tocar quando tinha apenas três anos de idade e morava em um vilarejo onde cresceu. Sua maior inspiração veio do avô, um percussionista e cantor. "Ele que me levou para o mundo da música", recorda.

 

Multi-instrumentista, Bona recebeu influências de nomes norte-americanos, como George Benson, que o fez se interessar pela guitarra; Jaco Pastorius, baixista, e Jimmy Smith, organista.  Foi ouvindo Pastorius que Bona decidiu tocar baixo e hoje se tornou um dos mais relevantes baixistas do mundo.   

 

O camaronês conta que já tocou com alguns de seus ídolos da adolescência, como Joe Zawinu, Herbie Hancock, Chick Corea e Bobby McFerrin, e, recentemente, ficou surpreso ao receber uma ligação de Stevie Wonder, que ele tanto admira, o convidando para fazer alguns arranjos do novo disco do cantor norte-americano. "Eu disse: 'Uau', não acredito que é o Stevie Wonder me ligando hoje", lembra.

 

Neste show, Richard Bona insere uma sonoridade cubana em seu repertório e apresenta, dentre as músicas, Assum Preto, de Luiz Gonzaga, com um novo arranjo feito pelo baixista. O camaronês é acompanhado por Osmany Paredes, no piano; Luisito Quintero e Roberto Quintero, nas percussões; e Mike Rodriguez, no trompete.

 

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