Marcos Caruso fala da profissão, da família e do sucesso no Marília Gabriela Entrevista
Caruso é casado com a bailarina e coreógrafa Dani Calichio – se conheceram durante a peça "Intimidade Indecente", onde trabalharam juntos. Antes de Dani, o ator foi casado durante 20 anos com a também atriz Jussara Freire, com quem tem os filhos Mari e Caetano Caruso. E faz questão de destacar a amizade com a ex-mulher e a importância da convivência com os filhos. "Tenho uma relação muito forte com o meu pai e com o meu filho. Já a Jussara é o meu melhor amigo homem". E, com a mesma força de Alex - o avô que luta desesperadamente pela guarda do neto –, revela a única exigência feita durante a separação: "Me deixa ficar com os nossos filhos. Eu preciso dos meus filhos. Eu preciso ter de quem cuidar".
Dono de uma consagrada carreira dentro da dramaturgia brasileira – está atualmente com três peças em cartaz e uma delas, "Trair e coçar é só começar', já está no Guinness, o Livro dos Recordes por ser a peça há mais tempo em cartaz – o convidado conta como investe o retorno financeiro de seu trabalho. "Em primeiro lugar eu reinvisto no meu trabalho porque eu nunca tive patrocínio. Comprei alguns imóveis, tenho uma chácara, um apartamento no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. Gosto também de viajar, além de ajudar quem eu gosto."
Marcos Caruso nunca estudou arte dramática e explica a sua teoria de que estudar para ser artista não é essencial para um ator: "Acho que não é essencial, pois o talento é imensurável e a arte está em todos nós. O diploma não quer dizer que alguém seja um ótimo ator", ressalta Caruso que já tinha uma queda para as artes desde criança: " Aos 7 anos, eu brincava com bonequinhos de fantoche na casa da minha avó, que era costureira. Eu divertia as freguesas, que esperavam para a prova de roupa, com um teatrinho improvisado. Foi ali que surgiu o ator, autor, o cenógrafo, o figurinista", explica o convidado; que também fala sobre a decisão de estudar e se formar em direito – mesmo sabendo que nunca atuaria na área.
Atualmente em cartaz com a peça "Operação Abafa" - comédia escrita em conjunto com a amiga Jandira Martini -, que trata da falta de ética e da corrupção no cenário político brasileiro -, Caruso concorda com Gabi que a comédia é o melhor gênero teatral para ilustrar a política de nosso país.
"Historicamente, nossos teatrólogos faziam arte e cutucavam feridas. Nós, os artistas, somos os arautos de hoje e, infelizmente pegamos carona nesse grande filão porque a política brasileira dá margem. E a função do artista é colocar o dedo na ferida o tempo todo."
O convidado de Gabi aproveita para elogiar as amigas Irene Ravache e Lilia Cabral; responsáveis por um ensinamento memorável dentro da profissão de ator. "A Irene foi um divisor de águas no meu trabalho. Ela tem uma generosidade cênica fantástica, além de ser muito atenta ao texto e à idéia. É brilhante. E eu comparo Irene Ravache no teatro à Lilia Cabral na televisão; pois são pessoas que trabalham com a possibilidade do erro. Com elas aprendi que é possível errar, que não precisamos chegar no trabalho com prepotência porque tudo é uma interpretação e não uma representação."
Além de falar sobre os prazeres que sente tanto na direção, como na produção ou na atuação de um espetáculo, o convidado de Gabi também revela os próximos projetos de sua carreira e conta o que achou de fazer cinema pela primeira vez. "Me amei no cinema, mas tive tanto medo".
Frase do final do programa: "Colabore com o inevitável."
Marília Gabriela Entrevista
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