Países lusófonos difundem sua identidade em série de documentários inéditos na TV Cultura
TV Cultura estreia neste domingo (24/10) o projeto DOCTV CPLP, um raio-x das transformações sociais e culturais de nações que têm o português como língua oficial. É a primeira vez que a emissora exibe vídeos de realizadores africanos
Portugal, Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Timor-Leste e Brasil terão, a partir do deste domingo (24/10), muito mais do que o idioma em comum.
Estreia à 0h, na TV Cultura, o DOCTV CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), série de nove documentários inéditos com temáticas sócio-culturais, produzidos cada um em uma nação cuja língua oficial é o português. Por ser um território também lusófono, Macau, hoje pertencente a China, também entra na lista. É a primeira vez que a emissora dá espaço para filmes conduzidos por documentaristas africanos.
O filme inaugural é o Li Ké Terra. Representando a metrópole europeia, conta a história dos adolescentes Miguel Moreira e Ruben Furtado. Descendentes de emigrantes cabo-verdianos, vivem ilegais na periferia de Lisboa, em Portugal. O ponto questionador da trama é que, mesmo imersos em um universo alheio, habituado a barrar a liberdade dos imigrantes, eles planejam o futuro sem deixar de lado os dilemas, crises e divertimentos típicos de garotos como eles. A direção é de Filipa Reis.
Os outros vídeos são, na ordem de exibição, Nos trilhos culturais da Angola contemporânea (31/10), de Angola, Tchiloli – Identidade de um povo (7/11), de São Tomé e Príncipe, Timbila & Marimba Chope (14/11), de Moçambique, O rio da verdade (21/11), de Guiné-Bissau, Eugénio Tavares – Coração crioulo (28/11), de Cabo Verde, O restaurante (5/12), de Macau, Uma Lulik (12/11), do Timor-Leste, e Exterior (19/12), do Brasil.
A frase "olhares revelando a comunidade dos países de língua portuguesa" é o mote que abraça o enredo dos realizadores. Já a temática se subdivide em dois cosmos: o social, seja na recuperação de uma estrada de ferro que cruza e une um país vítima da guerra (no caso de Nos trilhos culturais da Angola Contempôranea) ou nas histórias de presos estrangeiros que vivem longe de casa (Exterior); e o cultural, que surge em vídeos como Tchiloli – cuja trama gira em torno de uma peça de teatro que muda ao longo do tempo, passando a simbolizar a própria história do país — e Eugénio Tavares - Coração Crioulo, que resgata a biografia de um poeta considerado a alma de sua nação.
Nacionalmente, o corpo institucional do projeto DOCTV CPLP é formado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, a Empresa Brasil de Comunicação – TV Brasil (EBC) e a TV Cultura. Agora, no âmbito internacional, abrange além de entidades governamentais, emissoras públicas de tevê dos países que integram a iniciativa.
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