Globo: ‘Profissão Repórter’ visita as cidades mais violentas do Brasil
O programa faz um levantamento exclusivo sobre homicídios de negros em algumas regiões
"Vão ter quatro sepultamentos agora à tarde. Mas tem dia em que são 10, 12 e assim vai". A declaração é de um coveiro do cemitério São José, o maior de Maceió (AL), a Caco Barcellos. Em um estado onde, de cada 13 vítimas de homicídio, 12 são negras, não é difícil encontrar histórias de quem encara a morte como algo banal. "A gente vê a banalização da vida; eles tratam aquilo como atração turística, acontecimento no bairro", conta o jornalista do 'Profissão Repórter', que, nesta quarta-feira, revela dados de um levantamento exclusivo: de 898 homicídios em Alagoas, ocorridos no primeiro semestre de 2016, dois eram de brancos.
"Nem as pessoas nem as autoridades tinham consciência disso. Fizemos essa pesquisa e o que impressiona é a enorme impunidade envolvendo casos de pessoas de baixa renda e negras", explica Barcellos. Em outra capital ainda mais violenta, São Luís (MA), o repórter Estevan Muniz acompanha o trabalho dos socorristas do Samu e da delegacia de homicídios da cidade. Ali, os casos de assassinato acontecem, na maioria das vezes, no meio da rua, na porta da casa da vítima.
Na Bahia, a Praia do Forte é um destino muito procurado por turistas. Mas é também parte do município de Mata de São João, que convive com uma das maiores taxas de violência do país. O repórter Victor Ferreira teve acesso aos boletins de ocorrência de 37 homicídios que aconteceram na cidade em 2014 e, segundo a promotora Luiza Amoedo, 32 mortes nunca chegaram a ser comunicadas à Justiça pela delegacia local.
O 'Profissão Repórter' vai ao ar às quartas-feiras, depois do Futebol.
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