Cinema trans ganha espaço em todo o mundo, afirma cineasta brasileiro que exibe filme nos EUA e Europa
Número de produções de cinema abordando o tema transgeneridade aumentou nos últimos anos. Diretor de cinema brasiliense, Hugo Lins, que nos últimos dois anos exibe seu curta 'Transa' nos Estados Unidos fará nova exibição na Europa em setembro deste ano. |
A superação de pessoas trans tem alcançado resultados também no mundo do cinema. O número de produções cinematográficas abordando a questão da transgeneridade mais que dobrou nos últimos anos. Produções de baixo orçamento e maior representatividade de pessoas transgêneras nas mídias podem ser algumas das razões pelas quais o tema segue ganhando destaque.
Hugo Lins conta que em dezembro do ano passado sua produção foi selecionada para um dos principais festivais de cinema LGBT da Itália, que acontece na cidade de Napóles o – Omovies Festival Internazionale di Cinema Omosessuale, Transgender e Questioning. Para setembro deste ano, o cineasta exibirá seu filme também em Portugal, no espaço de ação comunitária Gazua, na cidade do Porto. "Além de pautar este tema que é importantíssimo para garantia de direitos fundamentais e igualitários para as pessoas transgêneras em todo o mundo e também refletir sobre como a transfobia afeta diretamente a vida dessas pessoas, sem sombra de dúvida este maior espaço de visibilidade mundial privilegia também o cinema brasileiro de excelência, feito muitas vezes sem recursos, mas sem perder a qualidade que se espera pelas salas de exibição mundo afora. Para nós, enquanto produtores audiovisuais, é uma grande oportunidade de internacionalizarmos nossas produções, além de levarmos um pouco do nosso cotidiano para fora do Brasil", afirma Hugo Lins. O FILME TRANSA No enredo, uma mulher transgênera em processo de transição, vivencia uma experiência de contato íntimo com um rapaz cisgênero (pessoa que se identifica, em todos os aspectos, com o gênero que lhe foi designado ao nascer). Os dois se envolvem durante a trama numa amizade que aponta para a tão esperada "transa". "O que vem depois é rotina na vida dessa personagem, que foi inspirada na vida cotidiana de mulheres trans e suas vivências diárias de violência pelo Brasil afora. Apesar disso, o filme não tem pretensão de se limitar à violência a qual pessoas trans estão expostas diariamente. A história é muito mais focada na superação desse ato violento sofrido pela personagem principal do filme, que mesmo triste diante dos fatos, avança em direção a sua felicidade pessoal, se permitindo novos amores, novas transas, e confiando no amor das pessoas mais próximas e no respeito e aceitação dessas pessoas para se curar das dores e agressões que sofre", explica Hugo Lins. |
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