TV BRASIL EXIBE PROGRAMAÇÃO DIFERENCIADA DE CARNAVAL
O Carnaval brasileiro tem história e muitas histórias. A partir do dia 8 de fevereiro a TV Brasil vai buscar algumas delas. A série Nos Braços da Batucada abre a festa mostrando o crescimento do carnaval de rua no Rio de Janeiro e em São Paulo, que hoje se transformou num grande espetáculo. A cultura e tradições carnavalescas estarão presentes nos interprogramas, os mini-documentários que viajam por Pernambuco, Bahia, Maranhão, São Paulo e Rio de Janeiro. Mostrarão riquezas como o jongo, base do samba carioca, ou o trio elétrico que comemora 60 anos nas ruas de Salvador.
Nos intervalos da programação, depoimentos revelarão os carnavais inesquecíveis de personalidades brasileiras e peças especiais fornecerão dicas sobre segurança, saúde e transporte para garantir uma boa participação na festa.
A nova geração do samba também vai comparecer em Melhor Assim. São quatro programas inéditos comandados pela cantora Teresa Cristina, a partir do sábado (13). Ao lado dela, convidados especiais como Caetano Veloso, Marisa Monte, Lenine, Seu Jorge e Arlindo Cruz. Dois DOC TV Especiais mostrarão o samba baiano, com Batatinha, e o frevo pernambucano.
O bloco do jornalismo reforça a programação com "Carnavais do Brasil" em São Paulo, Maranhão, Pernambuco, Salvador e Rio de Janeiro. Uma equipe de 100 profissionais ficará a postos para, além dos telejornais, fazer flashes sobre a folia e as histórias que estarão por trás do carnaval.
Nos Braços da Batucada
"Nosso bloco saúda os foliões, a imprensa falada, escrita e projetada". Com esta frase, pintada em toscos estandartes, os blocos de rua, as ainda pequenas escolas de samba e os grupos formados pelas comunidades dos bairros - principalmente dos subúrbios - entravam e pediam passagem nas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo. Isso acontecia na metade do século passado, durante o carnaval. Eram os precursores da grande festa de rua, que hoje toma conta das duas maiores cidades brasileiras.
A partir de 8 até o dia 17 de fevereiro, sempre às 19h30, a TV Brasil apresenta Nos Braços da Batucada, desfilando um pouco da história do carnaval brasileiro. Para contar essas histórias, a Trapiche Produções, responsável pelos dez documentários, buscou não apenas filmes, fotos e gravações do período , inclusive mostrando um Rio de Janeiro e uma São Paulo que muitos não conheceram, mas também depoimentos de sambistas, historiadores, músicos e carnavalescos. Entre eles estão Monarco, Sérgio Cabral, Dodô da Portela, Fernando Pamplona, Martinho da Vila, Cristina Buarque, Aluísio Machado, Zeca Pagodinho, Pedro Luís, João Roberto Kelly, Neguinho da Beija Flor e Beth Carvalho.
A ordem do desfile
O desfile de Nos Braços da Batucada será aberto pelo Cordão da Bola Preta, na segunda-feira (8), um dos blocos mais tradicionais do Rio de Janeiro. No ano passado, comemorando seu 90° aniversário, o Bola levou mais de um milhão de foliões para as ruas do centro da cidade. Com sambas e marchinhas, o bloco, que se inspirou no estampado do vestido de uma bela moça para encontrar um nome para a agremiação, hoje é considerado patrimônio cultural da cidade. Recordando suas histórias e sucessos musicais estão no programa Beth Carvalho, João Roberto Kelly, a direção da agremiação, além de pessoas como o garçom Bernardo Carlos, que trabalha no centro do Rio e sempre acompanhou os desfiles.
Na terça-feira (9) será a vez do Bafo da Onça desfilar em Nos Braços da Batucada. Fundado no bairro do Catumbi por Tião Maria, o folião que passava os dias de carnaval vestido com uma capa de onça, é o precursor dos grandes blocos. É responsável também por algumas ideias que se transformaram em atrações das escolas de samba, como os ensaios de quadra, show de mulatas e rodas de pagodes. Além de registros de seus desfiles, o documentário recorda Oswaldo Nunes, compositor do bloco, criador de sucessos do carnaval. Para contar um pouco da história do Bafo e falar de sua importância, foram convidados Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Pedro Luís (Parede), Adele Fátima e os diretores da agremiação.
O Cacique de Ramos, que surgiu inspirado no Bafo e se transformou no seu maior rival, é o dono da passarela de Nos Braços da Batucada na noite de quarta-feira (10).Pode ser apontado como um dos focos da resistência do samba, principalmente do pagode, quando este gênero passou um tempo rejeitado pela mídia. Suas rodas abrigaram importantes compositores e, na quadra de Ramos, foi criado o conjunto Fundo de Quintal. Com fantasias simples e muita empolgação, o Cacique conquistou milhares de adeptos para seus desfiles. Sombrinha, Almir Guineto, Beth Carvalho, Marcelo D2, Dudu Nobre recordam a história dessa tribo.
Mesmo participando ativamente da história da cidade, o samba nem sempre recebeu a devida atenção de pesquisadores. Seus primórdios hoje são garimpados por historiadores e sambistas. A partir da segunda metade do século passado, o cinema despertou para estas manifestações. Nos Braços da Batucada de quinta-feira (11) procura a Memória do Samba. Com trechos de filmes de cineastas como Leon Hirzmann e depoimentos de Sérgio Sanz, João Carlos Rodrigues, Estevão Ciavatta e Raquel Valença, o documentário revela momentos importantes, inclusive os inesquecíveis improvisos de partido alto.
Sexta-feira (12), véspera da abertura oficial do carnaval, apesar da cidade já está tomada pela festa, a série Nos Braços da Batucada novamente mergulha no passado. Em Bonde, um bloco carnavalesco, mostra como este meio de transporte marcou a vida do carioca, criou comportamentos e serviu de inspiração para centenas de sambas e marchinhas. Ligando vários pontos do Rio de Janeiro, desde a Zona Sul, passando pelo Centro e Zona Norte, até os subúrbios, seus vagões se transformavam em verdadeiros bailes ambulantes durante o carnaval. Para recordar este período, foram convidados Evaristo de Macedo, Fernando Pamplona, Dona Ivone Lara e Sérgio Cabral.
No sábado de carnaval (13), Nos Braços da Batucada abre espaço para o Samba de Terreiro. No passado este gênero dominava os ensaios das escolas de samba e, muitas vezes, as composições se transformavam em sucessos. O samba enredo, na maioria das vezes, só era divulgado na semana que antecedia o carnaval. Hoje, praticamente esquecido, ainda desperta paixões como a de Zeca Pagodinho, que considera as músicas melhores e mais alegres que os sambas enredo. Cristina Buarque e Teresa Cristina participam do documentário.
O título Escola de Samba surgiu no Estácio, Rio de Janeiro, onde os sambistas se reuniam próximo a uma Escola Normal. Os compositores diziam que, enquanto no estabelecimento oficial diplomava professores, lá formavam os mestres do samba. A Escola de Bambas é o tema da série no domingo (14). A Deixa Falar - apontada como a primeira Escola de Samba- as rodas de samba na balança da Praça Onze, os primeiros desfiles com aproximadamente 100 componentes em cada agremiação serão comentados por Monarco, Sérgio Cabral, Xangô da Mangueira, Hélio Turco, Fernando Pamplona, Martinho da Vila e Aluísio Machado.
O dançarino, passista e coreógrafo Carlinhos de Jesus, criado na Escola de Samba Em Cima da Hora, participa do programa da segunda-feira de carnaval (15). Com Sérgio Cabral e Chiquinho dos Santos, ele mostra a vida de uma escola que já viveu momentos de glória, inclusive com sambas que entraram para a história do carnaval como Os Sertões, e hoje luta para sobreviver no mundo dos grandes espetáculos. Criada no bairro de Cavalcante, que preserva uma dos mais animados carnavais do Rio de Janeiro, seus integrantes falam das diferenças entre os desfiles no Sambódromo, diante de turistas e pessoas pouco ligadas ao samba, e nas ruas da Zona Norte ou subúrbio, onde há calor da comunidade.
A evolução do Samba Enredo e a importância de nomes como Silas de Oliveira e Beto Sem Braço são os destaques de Nos Braços da Batucada de terça (16). A série acompanha todo o processo da escolha de um samba enredo no Império Serrano. Desde a seleção do tema, passando pelas primeiras reuniões dos compositores, até à decisão final na quadra. Seu Jorge, Arlindo Cruz, Dona Ivone Lara, primeira mulher admitida na ala de compositores e Jack Vasconcelos mostram como um desfile é construído.
Para fechar a série na quarta-feira (17), o tema é o Samba em São Paulo, com destaques de nomes como Adoniram Barbosa, Paulo Vanzolini, Geraldo Filme e os Demônios da Garoa. Carlinhos Vergueiro, Cristina Buarque e Oswaldinho da Cuíca conduzem a equipe pelos bairros da cidade freqüentados pelos grandes sambistas paulistas. Comentam as dificuldades enfrentadas pelas escolas de samba até a metade do século passado e os movimentos, como o Samba da Vela, que surgem em São Paulo revelando novos talentos.
TV Brasil apresenta "Melhor Assim" - um especial inédito com Teresa Cristina
Entre as principais atrações do Carnaval, a TV Brasil abre alas para Teresa Cristina, símbolo da nova geração do samba. Dividido em quatro episódios, o programa inédito "Melhor Assim" , com estreia marcada para às 22 h do dia 13 de fevereiro ( sábado), apresenta o show - e seus bastidores - que a cantora e compositora fez no Teatro Tom Jobim, no Rio de Janeiro. À vontade e sempre sorridente, ela abre o coração ao receber amigos, ídolos, parceiros e admiradores. Entre eles, Caetano Veloso, Marisa Monte, Lenine, Seu Jorge e Arlindo Cruz.
De sábado a terça-feira de Carnaval, a tela da TV Brasil vai exibir, em cada programa de 26 minutos, a história dessa portelense criada nas rodas de samba do Quintal Tia Surica. Teresa Cristina canta e bate papo com seus convidados. Ela fala, por exemplo, de sua admiração por Chico Buarque e também por Gal Costa, a quem faz reverências pela gravação de Maria Joana, de João Gilberto. Ao longo de cada episódio, a sambista confirma simplicidade, talento e seriedade musical.
Marisa Monte e Teresa Cristina relembram seu primeiro encontro. Marisa estava grávida de sete meses e Teresa acabara de descobrir que também esperava seu primeiro bebê - a filha Lorena. De Caetano Veloso, ela gravou a música Gema. E na conversa com o baiano, se emociona ao falar de sua relação familiar com a Bahia, em particular a região do Recôncavo. Ali nasceu seu pai, Caetano e Maria Bethania. Amigos desde o tempo da faculdade, Seu Jorge resume sua opinião: " Sua música não tem firula".
É justamente sobre suas letras "limpas e simples", sem contar o timbre de voz, que ressalta o músico e um dos principais produtores de discos de samba, Paulo Roberto Pereira Araújo, o Paulão. Na conversa, ele destaca a trajetória de Teresa Cristina, que de intérprete passa a compositora. E mais: "ela está melhorando cada vez mais sua atuação no palco".
A partir de 1998, os shows de Teresa Cristina e o grupo Semente começaram a atrair público para a Lapa. Assim, foram peças decisivas para a revitalização cultural e musical do bairro carioca. O primeiro disco de Teresa Cristina foi um um tributo aos 60 anos de Paulinho da Viola, indicado para o Grammy Latino de 2002.
Na passarela do jornalismo, uma cobertura diferente da folia
Com uma programação diferenciada, a TV Brasil põe seu bloco na rua e mostra o carnaval do Brasil e suas manifestações culturais. Mais de 100 pessoas, entre equipe técnica e profissionais de jornalismo, vão estar envolvidas na cobertura deste ano do "Carnavais do Brasil".
"Queremos uma programação diferenciada das demais TVs brasileiras, não queremos mostrar o que todos mostram. Nossa programação vai além. Vamos buscar fatos e histórias que estão por trás do carnaval", avisa a diretora de jornalismo da TV Brasil, Helena Chagas.
A idéia, segunda Helena, é contar um pouco da cultura que se esconde atrás do carnaval, como os blocos de Salvador, na Bahia, que desenvolvem trabalhos sociais com as comunidades carentes, ao longo de todo o ano.
Além das praças do Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão, a TV Brasil vai deslocar equipes para Olinda, Recife e Salvador. Elas estarão de sábado, dia 13, até a quarta-feira de cinzas, dia 17, mostrando tudo do carnaval dessas cidades.
O Repórter Brasil, de manhã e noite, fará cobertura especial. As equipes vão estar a postos nos quatro dias de folia e na quarta-feira de cinzas, com os repórteres falando diretamente das ruas e avenidas do Rio de Janeiro, Salvador, Olinda e Recife, além de Brasília e São Paulo. Durante os dias de folia, haverá flash com informações ao longo de toda a programação da TV Brasil.
No Rio de Janeiro, a TV Brasil sairá com os blocos de rua, além da cobertura no sambódromo mostrando personagens interessantes do universo carnavalesco. Sem esquecer das escolas de samba mirins.
No Carnaval da TV Brasil tem interprogramas
A partir do dia 8 de fevereiro, vai ao ar uma série de 15 interprogramas dedicados ao carnaval. Os cinco primeiros, a serem exibidos ao longo da programação da TV Brasil, são mini-documentários, com 3 minutos de duração cada. Por meio dessas pílulas, o telespectador pode conhecer um pouco da cultura e da tradição carnavalesca de Pernambuco, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão.
Uma das atrações é o jongo. A dança africana, que teve forte influência na formação do samba carioca, terá destaque em um dos interprogramas. Assim como o trio elétrico de Salvador, que está completando 60 anos de idade.
Os interprogramas também terão a função de informar e dar dicas de segurança, transporte, saúde, etc.. . Serão cinco peças de 30 segundos cada, com os próprios foliões passando as informações para o telespectador.
Além desses, outros cinco - também de 30 segundos cada - trarão personalidades brasileiras dando depoimentos sobre seus carnavais inesquecíveis.
Comentários