Banda argentina Violentango mistura a versatilidade do rock à tradição do tango, em dois programas do SescTV


 
O Passagem de Som mostra a visita do grupo à exposição Tom Zé 80 Anos e, na sequência, o Instrumental Sesc Brasil apresenta o show gravado no Teatro Anchieta


O bandoneonista Adrian Ruggiero. Foto: Piu Dip.

No dia 29/7domingo, a partir das 21h, o SescTV exibe duas produções sobre o grupo Violentango, que funde o tradicional ritmo argentino com o rock progressivo dos anos 1960 e 1970. O Passagem de Som mostra a visita dos músicos à exposição Tom Zé 80 Anos, em São Paulo, e os bastidores do show gravado no Teatro Anchieta, que é exibido na sequência, no Instrumental Sesc Brasil. A direção geral das duas produções é de Max Alvim. (Assista também emsesctv.org.br/aovivo).
 
O grupo Violentango nasceu em 2004, em Buenos Aires. Na época, muitas casas de show da cidade foram fechadas, devido ao pavor provocado pelo incêndio ocorrido em uma boate local. Sem espaços disponíveis, o grupo experimentou apresentações na rua, misturando a riqueza do tango com musicalidades mais contemporâneas, como conta o violonista do grupo, Camilo Córdoba. "Quisemos partir da base do tango e modernizá-lo com estilos como o jazz, o rock e outras músicas modernas".
 
No Passagem de Som, os músicos visitam a exposição Tom Zé 80 anos, no centro de São Paulo, dedicada ao artista baiano que foi símbolo do tropicalismo. O bandoneonista Adrian Ruggiero compara a música de Tom Zé com a do grupo. "O modo como ele pega os elementos de samba, da bossa nova, do rock e leva à sua música experimental, sem perder a essência e a raiz da música brasileira... É um pouco do que fazemos: pegamos ideias de outros estilos e colocamos no tango".
 
Ainda em relação a Tom Zé, o violonista Juan Lopez confessa que a qualidade que mais admira e mais gostaria de absorver do baiano é sua liberdade para compor. "Como ele explora e cria sem coibição, sem paredes, com as portas abertas", explica Juan, que também traça a evolução que tomou o trabalho do Violentango. "No começo, eram arranjos de tangos clássicos, além de muitas improvisações e a vontade de experimentar coisas novas e nos divertirmos com isso. Com o passar do tempo, mudamos as formas de improvisar e compor".
 
Também no Passagem de Som, o percussionista da banda, Santiago Córdoba, apresenta seu disco solo, Corso, no espaço de arte Estúdio Lâmina. Nele, Santiago toca percussão, teclado, violão e sons emulados pela máquina de loops, que cria uma camada atrás da outra, produzindo um som flutuante, segundo ele mesmo classifica. "Normalmente, não apresento algo fixo. Tem algumas pautas de músicas, mas, no final, é 80% improvisação. E vamos ver o que acontece, né. Como sempre", afirma, divertindo-se.
 
O curador Luciano Cortaruas elogia o trabalho de pesquisa musical de Santiago, comparando-o ao de Tom Zé e Naná Vasconcelos. "Ele vai para um resgate dos sons mais primitivos, que transportam a gente para outro campo de percepção e reúne diversos ritmos e sonoridades". Afinal, conta o baixista Ricardo Jusid, o nome Violentango não surgiu ao acaso. Veio de uma música do Astor Piazzolla, que se aplica à postura do grupo nos shows. "Temos nossa pegada quente. É um estilo quente. Tocamos forte e... Bom, caiu bem o nome", avalia.
 
Logo após o Passagem de Som, o Instrumental Sesc Brasil apresenta o show do Violentango, gravado no Teatro Anchieta, no Rio de Janeiro, em março de 2018. No repertório, composições autorais e interpretações de Astor Piazzolla de tango moderno.
 
Repertório: Le Petit Rhone Y La Cigale (Violentango), Menos Sol (Violentango), Escape Porteño (Violentango), Ciudades Avanzando (Violentango), Napoleón (Violentango), Barceluna (Violentango), Pánico Y Locura en el Sifó (Violentango), Violentango (Astor Piazzolla), Libertango (Astor Piazzolla).
 
Músicos: Adrian Ruggiero (bandonéon), Camilo Córdoba (violão), Juan Manoel López (violão), Ricardo Jusid (baixo elétrico). Santiago Córdoba (percussão e bateria).

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