ABRE AS ASAS SOBRE NÓS ESTREIA NO DIA 10 DE NOVEMBRO NO CANAL BRASIL
Simone Zuccolotto discute os problemas da política cultural
na produção cinematográfica brasileira
A conturbada relação entre política e produção audiovisual nacional entra em pauta em "Abre as Asas Sobre Nós", série que estreia noCanal Brasil no dia 10 de novembro, à meia-noite. Dirigido e apresentado por Simone Zuccolotto – que também comanda o Cinejornal, na mesma emissora – o programa discute os diversos e complexos problemas que afetam a produção cinematográfica do país. Em seis episódios, a jornalista entrevista personalidades marcantes na história do cinema nacional, que analisam a situação do mercado brasileiro dos últimos 50 anos.
Os programas discutem as relações entre o Estado e o cinema realizado no país, debatendo as iniciativas governamentais para a criação de uma indústria com linguagem e identidade próprias. A série passeia por diversos marcos da história do cinema nacional, como o surgimento de estúdios como a Vera Cruz e a Atlântida, e a criação da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) e o período da Retomada, mostrando como a política influenciou cada momento do cinema.
A série reuniu depoimentos de diretores, produtores, distribuidores e pessoas ligadas ao cinema nacional, como Luiz Carlos Barreto, Manoel Rangel, Aníbal Massaini Neto, Rodrigo Saturnino, Tunico Amâncio, Anita Simis, Paulo Mendonça, Luiz Roberto Nascimento Silva, Celso Amorim, entre outros. Ilustrado com vasto material de arquivo, "Abre as Asas Sobre Nós" traz imagens históricas de propagandas do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado pelo governo de Getúlio Vargas e da instituição da lei Rouanet em 1991, pelo presidente Fernando Collor de Melo. Entrevistas antigas de cineastas como Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade e Arnaldo Jabor mostram como os mesmos problemas do cinema brasileiro se repetem ao longo dos anos.
O primeiro capítulo traz depoimentos do secretário Municipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, que critica o modelo aplicado pelo governo para incentivar a produção do cinema nacional. "Hoje o dinheiro aplicado tem dupla – e absurda – isenção de tributo, o que não se justifica de maneira alguma, sobretudo porque o beneficiário não é a indústria de cinema, é um intermediário que não entende nada de cinema". Roberto Farias, diretor de filmes consagrados como "O Assalto ao Trem Pagador" e "Pra Frente Brasil", questionou a política de produção cinematográfica imposta pelo Estado: "Desde os anos 50, pra cada ingresso de filme estrangeiro vendido, quatro eram vendidos pro cinema brasileiro. Se derem espaço de verdade para o cinema brasileiro, ele é preferido do público", comentou.
Serviço – Abre as Asas Sobre Nós
Estreia: 10 de novembro, terça-feira, à 0h.
Horário alternativo: quarta-feira, às 10h, e domingo, às 13h.
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