Documentário aborda o universo da esquizofrenia em hospital psiquiátrico de Portugal


 
Inédita no SescTV, a produção estreia no dia 21/10, sábado, às 22h


Foto: Divulgação.

Documentário inédito no SescTV, Pára-me de Repente o Pensamento (2014, 100 min., POR), dirigido por Jorge Pelicano, mostra o cotidiano de pacientes do Centro Hospitalar Conde Ferreira, no Porto, primeiro hospital psiquiátrico de Portugal, fundado em 1883, referência em saúde mental naquele país e no mundo. Apresentando o universo da esquizofrenia, onde lucidez e loucura disputam o mesmo espaço, o filme também acompanha o ator Miguel Borges a procura de seu personagem, Ângelo de Lima (1872 – 1921), poeta e pintor português, que foi internado ali em 1894, com diagnóstico de "delírio de perseguição". O ator permanece no hospital durante as três semanas que participou de uma peça teatral realizada pelos pacientes em comemoração aos 131 anos do Centro Hospitalar. Prevista para estrear no dia 21/10, sábado, às 22h, a atração também pode ser assistida pela internet em sesctv.org.br.  
 
Depoimentos revelam o comportamento de cada enfermo, que vão desde o bom humor, capacidade para organizar pensamentos e lucidez, até momentos de loucura, desencadeados pela esquizofrenia, que faz com que o doente viva em um mundo só seu, fora da realidade. Um dos internados fala que sofre de esquizofrenia paranoide e delírios místicos e, durante uma crise, já andou nu pelas ruas.  Outro, mostra suas pinturas, nas quais expressa seus medos, angústias e figuras de seu inconsciente.
 
Para compreender melhor o que acontece com os pacientes e interpretar com mais segurança o seu personagem na peça, Miguel Borges ouve os enfermos, que expõem seus conhecimentos de vida e como esquizofrênicos. O ator lê trecho do poema Pára-me de Repente o Pensamento, de Ângelo de Lima, para um dos doentes e, juntos, tentam analisar o texto. "O poeta era um pouco esquizofrênico, porque o pensamento não para", comenta Borges. "Eu não tenho escolha, o pensamento vai e eu tenho que ir atrás", completa. O intérprete observa cada gesto, movimento e sons que permeiam o hospital, anota tudo em um caderno e faz suas experimentações.
 
Trechos da encenação da peça, que recorda a visita do Rei Dom Manuel ao Centro Hospitalar Conde Ferreira, há mais de 130 anos, são apresentados no documentário, que tem o título emprestado de poema de Ângelo de Lima, publicado em junho de 1915, no número 2 da revista literária Orpheu, dirigida pelos poetas Fernando Pessoa e Mário Sá-Carneiro.

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