SESCTV exibe documentário inédito e exclusivo sobre restauração de obra pintada há mais de 350 anos pelo francês Nicolas Poussin


Estreia no SESCTV, dia 27 de novembro, às 19h, Poussin Descoberto, documentário dirigido por Talita Miranda, que retrata passo a passo da restauração de Hymeneus travestido assistindo a uma dança em honra a Príapo, obra do francês Nicolas Poussin (1594-1665). Inédita e exclusiva, a produção mostra todas as etapas do processo avaliado em milhões de euros, realizado em comemoração ao ano da França no Brasil, em 2009. Pintado en tre 1634 e 1638, a tela de 3,72m por 1,76m, faz parte do acervo do MASP (Museu de Arte de São Paulo Assim Chateaubriand) desde o início dos anos 50. Juntos, SESCTV e MASP realizarão no próximo ano uma série de atividades educativas em escolas públicas, para levar mais informação sobre a arte de Poussin.

Sobre o documentário
Dirigido por Talita Miranda, Poussin Descoberto traz uma série de depoimentos. Regina Moreira coloca no início: "O pintor: ele cria, imagina, executa a obra. Ao passo que nós estamos a serviço da obra, a serviço do pintor; nós tentamos compreender a obra; nós somos bem mais técnicos, mas com sensibilidade artística". E o desafio não foi pequeno. Através de uma fala de Eugênia Gorini, coordenadora de intercâmbio do MASP, fica claro, por exemplo, que o próprio Pietro Maria Bardi (um dos idealizadores e fundadores do museu, ao lado de Assis Chateaubrind) já pensava nesse restauro, mas sabia que a empreitada seria grande demais.

Karen Cristina Barbosa, coordenadora de conservação e restauro do MASP, fala particularmente sobre o estado do quadro quando deram início à sua recuperação: "O Poussin se apresentava com verniz bastante escurecido, opaco, irregular. A pintura perdeu completamente a sua profundidade, a diferença de planos".

Depois da análise inicial da pintura, foram pedidos diversos exames, pela própria restauradora responsável. Trata-se de análises científicas que evidenciam o estado exato em que o quadro está. No caso dessa obra, pessoal da Universidade de Minas Gerais já tinha feito registro por imagem, o que significa dizer: fotos com ultravioleta, infravermelho, raio x com luz direta e luz rasante.

Essas diversas fases de exames estão no documentário. Vê-se com facilidade o que cada uma dessas imagens representa no processo de pesquisa para o restauro. E os técnicos passam a trabalhar com dados precisos sobre a densidade de cada pigmento, densidade irregular de verniz, mudança na composição, etc.

Há também falas do historiador Renato Brolezzi. Ele contextualiza a obra e nos traz uma outra abordagem: "Trata-se de uma imagem erudita que, ao mesmo tempo deve agradar aos nossos sentidos pelas cores, pelo movimento, etc; mas, sobretudo, ela mantém uma relação íntima e orgânica com o texto, com a poesia. Isso é típico da sensibilidade do Poussin e desse tipo de pintura barroca do século XVII romana".

E há também curiosidades: é revelado pelo documentário, por exemplo, que foi apenas durante o restauro que o atributo de virilidade, o pênis em ereção, foi descoberto. Brolezzi nos conta que Príapo, filho de Baco e Vênus, o deus fertilidade (e também das florestas), aparece sendo cultuado por moças abastadas da cidade de Atenas. Há a possibilidade de Hymeneus ter se vestido de mulher para estar perto da mulher amada. Os corpos foram pintados tendo a escultura como referência. E há que se observar também que a pintura é absolutamente simétrica, centralizada, com elementos racionais.

E a mesma Regina, que abre o documentário, o encerra: "Nós não podemos, de jeito algum, retornar ao estado original da obra e também não temos a intenção de apagar os traços, as marcas do envelhecimento, a passagem do tempo. Faz parte da história da obra".

As falas que estão registradas em Poussin Descoberto, em ordem de aparecimento, são:

o Regina da Costa Pinto Dias Moreira (restauradora do Louvre)
o Renato Brolezzi (historiador)
o Ivani Di Grazia Costa (coordenadora da biblioteca e centro de documentos do Masp)
o Luis Hossaka (conservador chefe do Masp)
o Eugênia Gorini (coordenadora de intercâmbio do Masp)
o Karen Cristina Barbosa (coordenadora de conservação e restauração do Masp)
o Jean Paul Viala (restaurador de suporte do Louvre)
o Emmanuel Joyerot (restaurador de suporte do Louvre)


Sobre a obra
Hymeneus travestido assistindo a uma dança em honra a Príapo, de autoria do pintor francês Nicolas Poussin (1594 – 1665), foi pintada entre os anos de 1634 e 1638, passou pela Villa Borghese (em Roma), pela coleção Real do Palácio de Buen Retiro (em Madri) e por coleções particulares na Inglaterra e Estados Unidos até chegar ao Brasil, no começo dos anos 50.

Foi em 1953 que essa pintura - um óleo sobre tela de 3,72 m por 1,76 m - chegou ao MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). A obra de Poussin é mencionada como a primeira da lista de aquisições da coleção de arte européia do museu nos anos 1950. E lá permanece ainda hoje.

A restauração do quadro aconteceu em 2009, por conta do Ano da França no Brasil, sob a coordenação de Regina da Costa Pinto Dias Moreira, brasileira radicada na França há mais de 30 anos e restauradora do Louvre. O restauro, ao custo de um milhão de euros, foi feito em oito meses e exigiu uma tecnologia precisa para obter as cores e a textura real colocada na tela há mais de 350 anos. O relançamento da tela aconteceu em setembro daquele ano. Em Poussin Descoberto acompanhamos essas etapas.


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