Documentário sobre Gianni Ratto estreia no SescTV

  
"A Mochila e o Mascate", dirigido por Gabriela Greeb, apresenta a trajetória e as experiências do cenógrafo, dia 16/08, sábado, às 22h


Foto: Georges de Genevraye
 
A ausência no teatro das coisas é tão importante quanto a presença.
Gianni Ratto
  
Um dos mais importantes nomes do teatro no Brasil e na Itália, o cenógrafo, diretor teatral, escritor, figurinista e iluminador Gianni Ratto (1916 – 2005) tem sua obra e trajetória registrada no documentário A Mochila do Mascate, dirigido por Grabriela Greeb, que o SescTV estreia dia 16/08, sábado, às 22h. 
  
A produção é inspirada em livro homônimo e autobiográfico do cenógrafo e o acompanha em seus últimos anos de vida nas cidades de Gênova, Milão, Florença, São Paulo e Rio de Janeiro, visitando os teatros e parceiros de sua trajetória profissional, como o escritor e dramaturgo Dario Fo; o desenhista e cineasta Lele Luzzatti; as atrizes Fernanda Montenegro e Maria Della Costa; e o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e jornalista Millôr Fernandes. 
  
"O caminho do teatro é um caminho ondulatório - ele sobe, desce e vai e é como se ele fosse uma onda do mar, de espuma, de cristais, de surpresa por ter peixes grandes maravilhosos, pequenininhos coloridíssimos, animais. Eu acho que o teatro é a somatória de tudo isso: é feito de erva, flor, animais. É o prazer de ser teatro", define Ratto. 
  
Nascido na Itália e radicado no Brasil desde 1954, o cenógrafo volta à sua terra natal acompanhado de sua filha Antonia Ratto. Ao visitar lugares e pessoas, ele faz uma retrospectiva de seus trabalhos e mostra desenhos dos cenários que construiu durante sua carreira. 
  
Em Gênova, Ratto visita o teatro Carlo Felice e conversa com Dario Fo, de quem só recebe elogios. "Você é um mito. Você foi o primeiro a fazer as coisas construídas por inteiro. Você foi o primeiro na Itália a construir cenicamente instalações como esta", declara Fo. Na cidade de Nervi, encontra um primo que não conhecia, Conrado Ratto, e se emociona ao reler uma carta escrita pelo cenógrafo para a sua mãe. Musicista, a mãe de Ratto queria que ele estudasse violino, piano ou violoncelo.
  
Antonia, a filha de Ratto, questiona o pai sobre o sumiço dele, sem dar notícias para ninguém, e o retorno após a guerra, em 1945. Assim que reapareceu, o cenógrafo foi convidado para fazer um espetáculo e desde então não parou mais. 
  
Ratto visita o Piccolo Teatro, em Milão, fundado em 1946, por ele, Paolo Grassi, Giorgio Strehler, e Nina Vinchi Grassi. Esta fala da importância do teatro, não apenas para ela, mas para uma cidade, uma nação e uma cultura. No Teatro Alla Scala, vê fotos de espetáculos realizados por ele ali. "Hoje minha visão cenográfica completamente nega tudo aquilo em que a cenografia pode ser usada, propondo a crítica, a análise e a tradução dramática do espaço teatral", explica. 
  
Com o dramaturgo e diretor de teatro Aimar Labaki, Ratto relembra seus primeiros paços na cenografia e seu primeiro cenário de ópera, feito para o espetáculo La Traviata, de Giuseppe Verdi, com regência de Tullio Serafin, em 1947. Com Millôr Fernandes, fala sobre o por que de ter vindo para o Brasil e ter se interessado em dirigir teatro. 
  
O cenógrafo também revê a Companhia Maria Della Costa, onde a atriz, que dá nome ao teatro, conta como convidou Ratto para a inauguração desta casa. O espetáculo para a abertura do teatro foi O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh, dirigido por Gianni Ratto, e tinha Fernanda Montenegro como atriz estreante. "O Ratto nos deu essa consciência cultural e educacional do teatro. Ele era um pouco professor de teatro, de sociologia, de antropologia e também um homem prático de teatro", afirma Fernanda. 
  
Ratto discorre, ainda, sobre seu trabalho como escritor e mostra o manuscrito do livro Apocritando. 

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