A origem dos movimentos sociais é tema do novo episódio de Galáxias – Olhares sobre o Brasil
As primeiras e as atuais manifestações no Brasil são discutidas no episódio que vai ao ar em 7/10, às 21h, no SescTV
No novo episódio de Galáxias – Olhares sobre o Brasil, pensadores como Emicida, Francisco Bosco e Jessé Souza comentam a influência das manifestações na formação de uma sociedade. Com direção de Isa Grinspum Ferraz, o episódio será exibido no dia 7 deste mês, na quarta-feira, às 21h. A produção é uma parceria entre o SescTV e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB) - que disponibilizou o acervo para a exibição e pesquisa de suas obras de arte.
Em uma narrativa temporal, o programa tem início com o sociólogo Jessé Souza e o jornalista Mário Magalhães explicando a origem dos movimentos sociais no Brasil. De acordo com o jornalista Mário Magalhães, a origem das manifestações é bem mais antiga do que se pensa. "Os movimentos sociais não foram inventados nem pelos jovens de hoje, nem pela minha geração, nem pela do meu pai, do meu avô ou do meu bisavô", diz. "Este é um país onde existiam quilombos. Este é o país da maior rebelião antiescravagista urbana de todas as Américas: A Revolta dos Malês, em janeiro de 1835. Esse é o país de larga história de sublevações", completa.
Após a contextualização histórica das manifestações brasileiras, os entrevistados comentam os protestos nos dias de hoje. Para o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Jaime Amorim, o movimento dos sem-terra é constituído de ações radicais porque são necessárias. "Essas ações muitas vezes não são aceitas pela população. Mas elas são necessárias, pois são a partir delas que há repercussão e nos valoriza". Além dele, o antropólogo Antonio Risério também defende esse tipo de ação. "Tem hora que é preciso ocupar o espaço público, e criar um problema ali. Porque aí sim, o mundo toma conhecimento disso. "
O filósofo e ensaísta Francisco Bosco explica também que a repressão policial denunciada nas manifestações ocorre devido a uma falta de diálogo entre a população e o Estado. "Se a liberdade de expressão, se toda essa movimentação simbólica não encontra efetivação real, ela vai continuar explodindo pontualmente. Ela vai aparecer de novo na sociedade, da pior maneira. Na maneira da violência. "
O episódio ainda traz imagens e vídeos do coletivo Mídia Ninja, captadas nas manifestações de 2013, e de protestos do MST que ocorrem em Brasília nos últimos anos.
Entrevistados: Emicida (rapper), Jessé de Souza (sociólogo), Mário Magalhães (jornalista), Klber Mendonça Filho (cineasta e crítico de cinema), Francisco Bosco (filósofo e ensaísta), Daniel Melim (artista plástico), Luiz Carlos Bresser Pereira (economista), Moacir dos Anjos (curador e crítico de arte), Eduardo Viveiros de Castro (antropólogo), Jaime Amorim (dirigente do MST), Paulo Mendes da Rocha (arquiteto e urbanista) e Antonio Risério (antropólogo e ensaísta).
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