Quinteto norte-americano de sopros Imani Winds apresenta concerto inédito no SescTV
No repertório, música contemporânea de câmara mesclada a blues e mambo, além de composições de Heitor Villa-Lobos e Júlio Medaglia
Foto: Leco de Souza.
Formado por Valeria Coleman, na flauta; Jeff Scott, na trompa; Monica Ellis, no fogote; Toyin Spellman-Ddiaz, no oboé; e Mark Dover, no clarinete, o quinteto de sopros Imani Winds, concebido em 1997, em Nova Iorque, esteve no Brasil no final do ano passado para participar do Festival Sesc de Música de Câmera, na unidade Vila Mariana, na capital paulista. O concerto foi gravado e estreia no SescTV no dia 26/7, quarta, às 22h (assista também em sesctv.org.br/aovivo), com direção para TV de Daniela Cucchiarelli. No repertório, música contemporânea de câmera, misturada a blues e mambo, além de canções dos compositores brasileiros Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) e Júlio Medaglia (1938).
Valeria conta que teve a ideia de montar o quinteto de sopro quando ainda estava na faculdade, mas, antes, criou o nome com a palavra imani, que significa "fé" na língua africana suaíli. Fé esta que, segundo ela, deu-lhe coragem para ligar para os artistas e convidá-los para fazer parte do grupo.
Monica revela que os integrantes têm em comum o gosto por música latino-americana. "De alguma forma este ambiente vibrante, cheio de vida, de ritmos e esses sons nos tocaram muito cedo em nossas carreiras", fala. Paquito D´Rivera, de Cuba, Júlio Medaglia e Villas-Lobos são nomes citados por ela. Este último, de acordo com Jeff, é um dos poucos que escreveram peças clássicas para quinteto de sopros. "Mozart, Brahn, Strauss, Beethoven, nenhum destes compôs", afirma.
Tida por Jeff como difícil de ser tocada, Quinteto em Forma de Choro (1928) é uma das músicas que Villa-Lobos criou para quinteto de sopros. A obra integra o repertório do concerto do Imani Winds, que tem ainda Choro, de Júlio Medaglia; Quinteto para Sopros (1948), de Elliot Carter (1908 – 2012); A Farewell Mambo (2013), de Paquito D´Rivera; Red Clay & Mississippi Delta, de Valeria Coleman (1970); e Fuga Y Misterio (1968), de Astor Piazzolla (1921 – 1992), com arranjo de Jeff Scott (1967).
De maioria afrodescendente, os artistas do Imani Winds são engajados na causa e lutam contra um estigma na música clássica, formada em sua maioria por homens brancos. Eles também se preocupam com a educação musical das pessoas. Realizam apresentações e aulas básicas de música clássica para público de diversas idades, em diferentes espaços, como escolas, igrejas e comunidades. "Queremos retribuir e mostrar que nossa canção é acessível para todos", explica Monica.
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