Curtas-metragens exibidos pelo SescTV destacam mulheres à frente de seu tempo




Os filmes falam sobre a escritora costarriquenha Yolanda Oreamuno e as prostitutas conhecidas como "polacas". Dia 03/03, terça, às 21h, na série "CurtaDoc"

 

Curta: Yolanda O.  Foto: Divulgação.

Histórias de mulheres que desafiaram regras e costumes de uma sociedade machista e patriarcal, no final do século 19 e início do 20, são resgatadas em curtas-metragens exibidos em Mulheres à Frente, episódio inédito da série CurtaDoc, dirigida por Kátia Klock. O programa, que estreia dia 03/03, terça, às 21h, exibe os filmes Yolanda O., dirigido por Ronaldo Díaz V., 25', 2011 – Costa Rica, e  Aquelas Mulheres, direção de Matilde Teles e Verena Kael, 20', 2010 – Rio de Janeiro. As produções são comentadas pela documentarista argentina Violeta Bruck.

 

A produção Yolanda O. fala sobre uma das mais importantes escritoras costa-riquenhas, Yolanda Oreamuno (1916 – 1956), autora de clássicos da literatura de seu país, como La Ruta de Su Evasión. Esquecida pela maioria de seu povo, a poetisa, considerada transgressora para sua época, é homenageada por parentes, escritores, jornalistas e estudantes de literatura.  Cinquenta e cinco anos após a sua morte, o túmulo da poetisa é identificado no Cemitério Geral San José, na Costa Rica, em 2011.

 

A filóloga Amalia Chaverri, especialista no estudo de línguas, em especial a hispo-americana, se surpreende com os questionamentos que Yolanda fazia sobre a mulher e seu significado no mundo, em um período em que o poder masculino imperava. O jornalista e gestor cultural Alfredo Gonzáles revela que a escritora defende os direitos da mulher em seu ensaio ¿Que Horas Es?. "Ela diz coisas que naquela época eram transgressoras e consideradas até mesmo agressivas pela sociedade", comenta. Para a documentarista Violeta Bruck, o curta contribui para reconhecimento e valorização da obra da escritora, que era pouco conhecida até em seu país.  

 

O filme Aquelas Mulheres narra a história das prostitutas judias, vítimas do tráfico de mulheres na Europa Oriental, em países como a Polônia, a Alemanha, a Áustria e a Rússia. Elas chegaram ao Rio de Janeiro no início do século 20 e ficaram conhecidas como "polacas". Segundo a historiadora e escritora Esther Largman, essas moças eram, em sua maioria, novas e pobres e foram enganadas por rapazes sedutores, com promessas de casamento e um futuro promissor.  

 

Para se defenderem da sociedade que não as aceitava, essas mulheres criaram uma sinagoga e uma rede de ajuda mútua, a Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita. "Fizeram o famoso Cemitério de Inhaúma, onde elas eram enterradas", conta o historiador e escritor Faria Fridman. "Perseguidas ao longo do século, elas se tornaram o judeus dos judeus", articula o jornalista e escritor Zevi Ghivelder. 

 

Violeta Bruck analisa o documentário como uma ferramenta para ajudar em pesquisas sobre as "polacas", contribuindo para torná-las conhecidas para além dos livros, das publicações e das notas jornalísticas. O curta traz depoimentos de autores de livros sobre essas mulheres, como o médico e escritor Moacyr Scliar, a jornalista e escritora Isabel Vicent, a historiadora e escritora Esther Largman.

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