Eurochannel estreia ciclo de filmes adaptados da obra de Colette, a escritora mais controversa da França
A França ama duas coisas: A boa arte e um bom escândalo. A escritora francesa Sidonie-Gabrielle Colette deu ambos em abundância a seus compatriotas, mudando a literatura em toda a Europa e chocando o mundo no início do século 20. Em dezembro, o Eurochannel apresenta o estilo de vida da autora mais controversa da França em As Heroínas de Colette, que traz quatro adaptações das mais famosas obras da escritora. O filme que estreia o ciclo, no dia 5/12, segunda-feira, às 21h, é Julie de Carneilhan.
Em dezembro, o Eurochannel ainda apresenta: Duo, Outra Mulher e O Trigo em Erva. Em comum nas produções, o fato de as protagonistas serem grandes mulheres, envolvidas em situações indecentes – personagens responsáveis por revolucionar costumes franceses e por carregarem características associadas à escritora, como a força e a determinação.
Não só a personalidade era peculiar, mas o estilo de vida de Colette era chocante para os parisienses do início do XX. Nascida em 1873, casou-se aos 20 com Henri Gauthier-Villars, ou Willy, 15 anos mais velho, bissexual e conhecido pelas conexões com o submundo parisiense. Ele a encorajou a escrever, uma rara oportunidade para uma mulher em 1900. O primeiro grande trabalho de Colette foi a coleção Os romances de Claudine, cuja personagem era bissexual, num clássico caso em que a obra imita a vida, pois a escritora não escondia seu fascínio por beldades femininas.
Além de seu comportamento liberal, uma foto tirada de uma performance teatral com um seio involuntariamente exposto também foi motivo de escândalo. O incidente chocou o mundo e abriu caminho para o movimento de libertação das mulheres.
Depois de três casamentos e uma vida de escândalos, em 1945 Colette publicou seu romance mais aclamado, Gigi, que virou peça teatral, estrelado por Audrey Hepburn; e filme - a versão de 1958, um musical estrelado por Leslie Caron e dirigido por Vincente Minelli, ganhou nove prêmios Oscar, entre eles o de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Canção Original e Melhor Roteiro Adaptado. Muitos outros romances de Colette foram adaptados para TV e cinema; e o mais recente foi Chéri (1920), em uma versão dirigida por Stephen Frears em 2009, estrelada por Michelle Pfeiffer. Ao morrer, aos 72 anos, ganhou um funeral de Estado francês, uma honra rara para uma mulher na época.
Ciclo As Heroínas de Colette
Julie de Carneilhan (idem, 1990, França)
Estreia: 5/12, segunda-feira, às 21h
Elenco: Caroline Cellier, Jean-Louis Trintignant, Philippe Morier-Genoud
Diretor: Christopher Frank
Gênero: Drama
Sinopse: Julie de Carneilhan (Caroline Cellier) vive sozinha após se divorciar de Herbert d'Espivant (Jean-Louis Trintignant), um homem intrigante por quem ainda é apaixonada. Herbert casou-se novamente com uma mulher jovem rica, com conexões na área política. Desesperada para tê-lo de volta, Julie se vê em uma situação difícil quando o ex pede sua ajuda para roubar uma pequena fortuna de sua atual esposa.
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