Diferentes formas de exílio são discutidas em episódio inédito da série “Contraplano”
Ugo Giorgetti e Tales Ab´Saber debatem como o exílio é abordado nos filmes: "Terra Estrangeira"; "Urbania"; "Rocha que Voa"; e 'Lost Zweig", no SescTV
No episódio inédito 4 Visões de Exílio, da série Contraplano, o cineasta Ugo Giorgetti e o psicanalista Tales Ab'Saber tratam do tema a partir dos filmes Terra Estrangeira (1995), com direção de Walter Salles e Daniela Thomas; Urbania (2001), de Flavio Frederico; Rocha que Voa (2002), de Eryk Rocha; e "Lost Zweig" (2002), de Sylvio Back. O programa estreia no dia 06/06, sexta, às 22h, no SescTV, com direção de Luiz R. Cabral.
Ao analisarem o filme Terra Estrangeira - que trata da dispersão de brasileiros após o plano econômico do então presidente Fernando Collor de Mello e da ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, nos anos 1990 -, os debatedores ponderam, entre outros temas, sobre a falta de perspectiva que tomava conta do Brasil em um momento de modernização, quando houve um aumento da violência e a perda de valor da política.
Sobre o filme Urbania - que narra o exílio pessoal de um homem que ficou cego e, com um motorista, vai rever a cidade de São Paulo, onde viveu por muito tempo -, os debatedores falam sobre a degradação e a pobreza mostrada na produção, que foi gravada em lugares como lixões, favelas e cortiços; o que pensam sobre a concepção do filme; a importância da ficção em se embrenhar na realidade social, e como isto é trabalhado na película.
Ao discutirem o documentário Rocha que Voa, que aborda o exílio do cineasta Glauber Rocha na cidade de Havana, em Cuba, entre 1971 e 1972 -, Ugo Giorgetti e Tales Ab'Saber articulam sobre a expatriação de Glauber, vista por eles como um paraíso onde ele encontrou uma pátria, já que o cineasta vivia a política e a filmografia daquele país. Eles também comentam a forma como Glauber pensava o mundo, unindo cultura e poesia.
Fechando o programa, Giorgetti e Ab'Saber avaliam Lost Zweig, filme sobre o exílio e a morte do escritor austríaco Stefan Zweig, no Rio de Janeiro. Para os debatedores, um filme produzido para ser exibido no exterior, dando ao Brasil uma visão simplista, e que, ao mesmo tempo, expõe uma sutileza ao destacar o trabalho que o austríaco fazia com o objetivo de resgatar a comunidade de judeus e formar um estado judaico no Brasil.
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