Canal Arte1 exibe o documentário “Beethoven é Pop” nesta quarta-feira

 

 

Canal celebra os 250 anos de Beethoven com produção própria irreverente sobre a pluralidade do compositor 

 

 

Para o maestro Roberto Minczuk, Beethoven pode ser considerado o primeiro roqueiro da música (Foto: Divulgação)

 

    Nesta quarta (23 de dezembro), às 18h, o canal Arte1 exibe um documentário que mostra os diálogos da obra de Ludwig Van Beethoven (1770-1827) com diversos gêneros musicais e artísticos: do heavy metal à popular trilha sonora da venda do gás de cozinha, passando pelo brega-funk, artes visuais e dança. Produção própria do canal, "Beethoven é Pop" destaca a abrangência de Beethoven e a sua repercussão nas mais variadas camadas da sociedade e estilos.

     Andreas Kisser, guitarrista da banda de heavy metal Sepultura, participa do documentário contando as ligações entre a música clássica e o rock extremo, principalmente, a partir de sua própria vivência como um músico que tem o erudito como base de sua formação. Para ele, "Beethoven poderia ser considerado um headbanger" —termo usado para designar os fãs do estilo musical— tanto pela atitude rebelde quanto pelo peso de suas composições. Além de comentar sua relação, Kisser comenta a releitura metaleira da 9ª Sinfonia que fez com o Sepultura na faixa "Ludwig Van", presente no disco "A-Lex", de 2009, cuja inspiração foi a obra "Laranja Mecânica", do escritor Anthony Burgess.

      Em sintonia com o guitarrista, o maestro da Orquestra Municipal de São Paulo, Roberto Minczuk defende que o compositor de Bonn pode realmente ser considerado o primeiro roqueiro da história da música por aplicar o desenvolvimento musical "fortíssimo" o tempo todo ao longo de suas partituras. Minczuk aproveita e relembra também o episódio em que abriu o Rock in Rio, em 2013, ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira, com a 5ª Sinfonia, e a reação catártica do público.

Andreas Kisser comenta a releitura metaleira da Nona Sinfonia que fez com o Sepultura na faixa "Ludwig Van" (Foto: Divulgação)

 

      Na produção, outros especialistas e personagens traçam paralelos inusitados, caso do produtor de brega-funk do Recife, JS O Mão de Ouro, que remixou a 5ª e a 9ª Sinfonia para fazer "a galera dançar com Beethoven essas músicas mais antigas", como ele mesmo conta. 

      O musicólogo, compositor e professor da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, Sergio Molina costura os diferentes paralelos com demonstrações de acordes no piano e falas que fundamentam o caráter universal e futurista da obra de Beethoven: "Ele era um compositor que apontava para o futuro, e como eu imagino, nós estejamos no futuro de Beethoven, parece que o pensamento e as ferramentas dele caem como uma luva para a atuação independente que seja na música clássica".

      A coreógrafa e bailarina Deborah Colker compartilha o seu profundo envolvimento desde a infância com a música de concerto, e como Beethoven conversa de maneira poética com a sua dança, sobretudo, com a coreografia "Beethoven" que ela criou na quarentena a partir da 7ª Sinfonia para celebrar os 250 anos do compositor. O entregador de gás Marlos Oliveira de Souza conta a história por trás da célebre "Für Elise", tocada no carro que ele vende gás de cozinha há mais de dez anos, e como a composição o impacta pessoalmente. E o artista visual Fabio Cardoso comenta como se baseou na "Ode à Alegria", o poema de Friedrich Schiller que compõe o quarto movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven para pintar a sua série "Ode ao Pássaro". 

 

 

O produtor JS O Mão de Ouro demonstra os processos de remixagem para o brega-funk da 5ª e 9ª Sinfonia de Beethoven (Foto: Divulgação)

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