Klara Castanho estrela sua primeira capa da Glamour Brasil
Edição de fevereiro é estrelada pela atriz e apresentadora, que fala pela primeira vez publicamente sobre a exposição que viveu em 2022
Foi ainda bebê que Klara Castanho ganhou os holofotes com seu olhar curioso e seu jeito carismático. Hoje, aos 23 anos, a atriz e apresentadora tem em seu currículo dezenas de novelas, filmes e séries. No próximo dia 14, estrela a última temporada como Ângela, em Bom Dia, Verônica, da Netflix. Para o ano, tem seu retorno como Carol em De Volta aos 15, também da Netflix e mais uma temporada de seu projeto, o podcast Sem Nome Pod. Ela estampa sua primeira capa na revista Glamour Brasil. Em uma entrevista profunda, Klara fala publicamente, também pela primeira vez, sobre o episódio que viveu em 2022, onde foi brutalmente exposta. Além disso, ela fala sobre trajetória, sonhos, fé e família.
A entrevista na íntegra e as fotos do ensaio você confere no site da Glamour Brasil e no app Globo Mais.
Confira os principais highlights abaixo:
Créditos foto: Isadora Arruda
Glamour: Você é uma pessoa discreta e disse que nunca gostou de ter a vida pessoal virando notícia, mas isso aconteceu em 2022. Como passou essas semanas após ter exposta a violência sexual que viveu? Klara Castanho: Todo o período desde o acontecido foi um pesadelo que ganhava novos desdobramentos. Eu simplesmente não queria viver aquilo. Nunca quis me pronunciar, e jamais para esconder das pessoas, e sim porque não tinha digerido o que aconteceu. Fui obrigada a externalizar de forma muito brutal o que vivi. Achei que poderia levar para o caixão toda aquela dor e, quando fui exposta, me senti extremamente vulnerável. Eu já tinha sido... Eu odeio a palavra, não vou usar, tá? Então, calma, vou reformular... Levei pelo menos um ano para digerir não só o momento fatídico e a consequência física dele, mas a exposição. Quando minha privacidade foi invadida, não sabia onde me apoiar em mim mesma. Eu tinha minha família, tinha uma equipe profissional, um time jurídico, mas estava desamparada em mim. Eu não dormia, meus pais não dormiam. A gente chorava junto dois dias e dormia um, porque não tivemos tempo de assimilar. Nunca vamos nos acostumar com a ideia do que aconteceu.
Glamour: Você precisou tomar muitas atitudes legais. Como se deu o processo de denúncia do seu agressor e da adoção? Klara Castanho: Quando você decide pela entrega voluntária, tem que passar por um processo longo. Prefiro não descrever, porque posso me equivocar. O que queria contar é que fiz o boletim de ocorrência contra o meu agressor, porque até hoje sou muito julgada pelas pessoas que acham que não denunciei. Não o fiz imediatamente, mas denunciei. Confio muito na Justiça. Tenho provas diárias do que é a justiça dos homens e o que é a justiça divina, a qual me apego muito, porque sei que se não fosse pela minha família e pela minha fé, não estaria mais aqui. Segui com todos os processos que cabiam e eram justos. Sinto que, passados quase dois anos da minha carta, as pessoas ainda buscam argumentos contra mim, sobre o que aconteceu comigo. Então, se isso é motivo para que as pessoas ainda me julguem, saibam que o agressor foi denunciado. Toda mulher que é vítima de violência tem direito ao segredo de justiça. O meu sigilo foi quebrado contra a minha vontade. Eu não tive nem o direito de não ser revitimizada, e diariamente não tenho.
Glamour: Você não teve a oportunidade de escolher quando, como e se contaria a sua história. Como enxerga, depois do que passou, o direito de decisão da mulher sobre o próprio corpo e a própria narrativa? Klara Castanho: Senti na pele o que é ser questionada por tomar uma decisão, o que é ser extremamente julgada por ter uma opinião. Temos um longo caminho como sociedade para respeitar nossas meninas e mulheres. Se a situação não é com a gente, a gente não tem que entender a decisão, apenas respeitar. Isso vale para mim também. Se não é comigo, se não me diz respeito, não tenho que entender. Eu só preciso respeitar. |
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