​Márcia Milhazes é destaque na série Dança Contemporânea, com coreografia baseada na intimidade de cartas trocadas


 
Inédito, espetáculo "Guarde-me" aposta no silêncio para transmitir a força dramática presente em cartas de amantes, amigos, ou até anônimos


Foto: Alex Ribeiro/Visor Mágico.
 
Emocionada com a leitura de cartas, coreógrafa Márcia Milhazes idealizou o espetáculo Guarde-me. Os sentimentos guardados em cartas de amor, de amigos, até em cartas anônimas inspiram os movimentos dos corpos dos bailarinos Ana Amélia Vianna e Domenico Salvatore. As coreografias dos dois, criadas por Márcia, serão exibidas em mais um episódio da série Dança Contemporânea, cuja direção para TV é de Antônio Carlos Rebesco. A atração, inédita no SescTV, será exibida no dia 18/5, sexta-feira, às 21h. (Assista também em www.sesctv.org.br/aovivo).
 
O espetáculo Guarde-me é pontilhado por diversos silêncios que Márcia chama de "barulhentos". Isso porque a diretora e coreógrafa carioca encontrou, nas cartas, uma emoção que só se traduziria para o corpo a partir dessa alternância entre som e silêncio. A intérprete Ana Amélia explica: "A gente quer que as pessoas contemplem, que elas olhem aquilo, onde parece que não tem nada acontecendo, mas reparem que tem algo se travando entre aquelas pessoas", diz. Domenico Salvatore, que acompanha Ana na coreografia, concorda com a parceira. "O trabalho da Marcia sempre tem esses contrastes. O foco é mostrar esse tipo de relacionamento amoroso que tem várias facetas, vários momentos", pontua.
 
Márcia Milhazes formou-se como bailarina clássica nos anos 1970. Nos anos 1980, fundou o Ballet Carioca e estreou internacionalmente, fazendo uma apresentação em Pequim. Estudou com nomes fortes da dança em Nova York, Londres e Paris e, na década de 1990, conquistou o título de mestra em Estudos de Dança e Coreografia, no Laban Center for Movement and Dance, em Londres.
 
Gravado em maio de 2017, no Sesc Bom Retiro, o espetáculo Guarde-me também se destaca pela sensibilidade com que se envolvem os corpos de Ana e Domenico. Os dois se emocionam e não poupam elogios ao falar sobre o outro. "Tem sido uma vivência muito intensa", admite Domenico. E a intimidade entre os bailarinos não surge ao acaso; ele ganha força com o trabalho da coreógrafa. "Meu processo é muito íntimo", comenta Márcia. "Eu vou trazendo todos os conceitos que me interessam naquele momento. Esses conceitos são vivenciados no corpo, que é o fluxo da consciência de cada um e vai transportar tudo isso", acrescenta a diretora. A bailarina Ana Amélia enaltece a coreógrafa: "A Márcia sabe exatamente o que ela quer. Mas, ao mesmo tempo, ela consegue entender que o outro é o outro: é um outro corpo, é uma outra vivência, uma outra experiência".
 
Ainda em maio, a série Dança Contemporânea exibirá outro espetáculo: Kodak, concebido, coreografado e interpretado por Neto Machado. O artista partiu de memórias de sua infância e adolescência para recriar o universo de ninjas, mangás e monstros, a partir da fusão criativa entre frames de imagens e movimentos de dança. A atração, gravada no Sesc Pompeia em 2017, será exibida no dia 25/5, sexta-feira, às 21h, no SescTV.
 

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