Comunidade armênia no Brasil relembra genocídio sofrido há 100 anos
Armênios querem que o governo brasileiro reconheça o genocídio cometido pelos turcos, assim como já fizeram outros países | |
A comunidade armênia no Brasil está se preparando para relembrar um marco triste, mas importante de sua história: o genocídio cometido pelos turcos há exatos cem anos. O dia 24 de abril é a data que marca esses eventos. Isso porque em 24 de abril de 1915 dezenas de lideranças armênias foram presas e assassinadas em Istambul, dentro de um processo que já ocorria, e que se intensificou, de massacre da população armênia que vivia no então Império Turco-Otomano. Calcula-se que 1,5 milhão de armênios foram mortos ao longo do genocídio; outros 4 milhões fugiram, cruzando a pé o deserto, sendo abrigados na Síria primeiramente e depois acolhidos pela França e, de lá, para vários países, entre eles o Brasil. Hoje vivem no Brasil aproximadamente 70 mil armênios, muitos deles descendentes diretos de famílias vítimas do massacre e da perseguição. Para se ter uma ideia da dimensão desse massacre, basta lembrar que hoje vivem na Armênia 4 milhões de pessoas. No Brasil, a comunidade armênia está liderando uma mobilização para rememorar esses fatos e para reivindicar junto ao governo brasileiro o reconhecimento do genocídio armênio, além de reforçar na sociedade a consciência de que tais fatos chocantes não devem se repetir contra nenhum povo ou nação. Na América do Sul, países como Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela e Bolívia têm legislações que reconhecem o genocídio. Na Europa, a França também tem legislação reconhecendo o massacre como um genocídio e tornando crime sua negação, assim como é com o genocídio cometido contra os judeus. Muitas outras nações, como Alemanha, Grécia, Holanda, Bélgica, Itália, Suécia, Suíça, Rússia, Polônia, Lituânia, Eslováquia, Líbano, Chipre, Canadá, além do Vaticano, também reconhecem o genocídio armênio. Fora do Brasil também há ações planejadas para relembrar a tragédia. Em 12 de abril, por exemplo, o Papa Francisco celebrará uma missa no Vaticano em memória aos mortos no genocídio. |
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