‘Deixa Que Eu Chuto’ conta a história de jogadoras de futebol feminino no Brasil

O GNT estreia no dia 29 de outubro o documentário "Deixa Que Eu Chuto", de Alfredo Alves – o mesmo de "Noivas do Cordeiro" – que conta a história de quatro jogadoras brasileiras de futebol feminino. Um dos vencedores do Pitching GNT em 2008, o documentário traz depoimentos de meninas apaixonadas pelo esporte e conversa com suas famílias, revelando as dificuldades de se estabelecer em uma carreira majoritariamente masculina. "Deixa Que Eu Chuto" ouve ainda a craque Marta, a jogadora de futebol feminino mais premiada do mundo.

Aline, Pamela, Juliana e Nildinha são retratos da realidade do país do futebol, terra dos meninos que já nascem com as bolas nos pés e não das meninas que crescem com as bonecas nas mãos. Para essas jogadoras – a maioria começa a carreira jogando pelada na rua com os meninos – a intimidade com a bola é a característica principal que as leva a seguir em frente e realizar seu maior sonho, ser jogadora profissional, além do amor incondicional ao esporte. "Minha melhor amiga é a bola", confirma Marta, em seu depoimento.

Juliana, mais conhecida como Ronaldinha, de 14 anos, mora no bairro do Fonseca, em Niterói, no Rio de Janeiro, e treina no Team Chicago Brasil, um dos poucos times brasileiros que mantem uma escolinha de futebol feminino e leva a sério e para o exterior o talento de nossas meninas. Sua mãe, empregada doméstica, deixou de lado a construção da casa onde mora para investir tudo o que ganha no sonho de ver a filha um dia jogar no exterior. Ronaldinha precisa pegar três ônibus para treinar e mais três para voltar para casa. A atleta, além de mostrar que é boa de bola, aprende inglês, já que deve ser fluente para garantir sua vaga no time. Juliana já mostra desde nova que é craque, tendo sido chamada inclusive para jogar na Seleção Brasileira Sub-15.

Aline Benevuto é mineira de Belo Horizonte e hoje joga no Santa Cruz. Ela conta que jogar futebol era sua brincadeira favorita na infância. Aline já foi campeã mineira pelo Atlético Mineiro, em 2006, e chegou a fazer teste para o Guarani, de São Paulo, porém preferiu continuar os estudos e terminar a faculdade como forma de garantir um emprego e um futuro. Ela já jogou no Manchester, time de Belo Horizonte, detentor de vários títulos no futebol feminino, mas sem estrutura. O time não paga salário para as atletas, não tem dinheiro para reunir as jogadoras para os treinos e depende de ajuda para o lanche e para o aluguel do ônibus, que leva as meninas para os jogos fora do seu campo. Aline ainda alimenta a esperança de, um dia, ser jogadora da Seleção Brasileira.

A terceira personagem é Pamela Freitas, que joga na escolinha do Guarani. O campo de terra batida rodeado por um enorme acampamento cigano fica na periferia de Belo Horizonte. Sua "sede" é o fusquinha do treinador. No banco de trás estão as bolas, os uniformes e tudo o que é necessário para as aulas, que acontecem de tarde. Pamela acompanhava da varanda de sua casa os treinos masculinos, até que um dia viu que meninas jogavam também. Correu, pediu licença, entrou em campo e, hoje, ela treina no Guarani e no Atlético Mineiro, mas sem grandes chances de brilhar, já que o time profissional mineiro investe muito timidamente nessas atletas.

A jogadora profissional Nildinha é o exemplo de que existe esperança para todas as meninas que almejam um dia ganhar a vida como jogadoras de futebol feminino. Com 39 jogos e 32 gols pela Seleção Brasileira, 18 campeonatos ganhos, artilheira em 13, a atleta joga hoje no Corinthians e consegue ajudar a sustentar sua família – o marido Orlando e a filha. Porém, sem fugir às dificuldades da carreira, Nildinha sofreu muito para chegar onde está. Foi preciso até jogar em troca de comida para manter sua filha ainda pequena. "Às vezes não tinha nada em casa. Consegui superar por amor ao futebol e porque tinha minha filha para sustentar", conta a jogadora. No ano passado, ela viveu um dos melhores momentos na sua vida profissional, quando ganhou o campeonato paulista pelo Corinthians, ao lado de outros nomes consagrados do futebol feminino, como Cristiane, a terceira melhor do mundo, segundo a FIFA. No entanto, nesse momento, Nildinha vive a amargura de ver o time do parque São Jorge desfeito por falta de interesse dos cartolas alvinegros.

A vida dessas atletas e seus relacionamentos pessoais e profissionais são a moldura para que o documentário apresente o futebol feminino, contando sua história em nossa terra. Curiosidades sobre os primeiros momentos desse esporte no nosso país como, por exemplo, o sucesso do primeiro time feminino e a promulgação da lei (que só foi revogada nos anos 80) que proibia a prática do futebol feminino por questões "de saúde": "muito violento para ser jogado por mulheres". Retrato do preconceito que deu seus primeiros sinais na década de 40 e que até hoje rende histórias que são contadas por essas mulheres: "Desde os 7 anos gostava de jogar com os meninos da minha rua, mas sempre tinha alguém que não gostava da minha presença", relembra a craque Marta.

"Deixa Que Eu Chuto", produzido pela BemVinda Filmes, mostra ainda depoimentos de outras importantes atletas que vivem com sucesso no exterior. Através desses elementos, o documentário mostra a realidade do esporte no Brasil visto pelo olhar das mulheres. Um olhar diferente, alegre, feminino. Seguindo o tema, no dia seguinte, 30 de outubro, o GNT exibe o documentário inédito "Driblando Obstáculos – Futebol Feminino no Afeganistão", da cineasta iraniana Bahareh Hosseini, que acompanha a primeira seleção nacional de futebol feminino do país.  

 

Deixa Que Eu Chuto – INÉDITO 

GNT - Canal Globosat

Estreia quinta-feira, dia 29, às 21h

Horário Alternativo: sexta-feira, dia 30, às 5h.

 

Driblando Obstáculos – O Futebol Feminino no Afeganistão – INÉDITO 

GNT - Canal Globosat

Estreia sexta-feira, dia 30, às 21h

Horários Alternativos: segunda-feira, dia 2/11, às 11h e 30/11, às 3h.

Comentários

Unknown disse…
estou ansiosa para ver este documentário, tenho certeza que deve ter ficado muito bom.pessoas talentosas participaram deste documetário, equipe de profissionais nota 10!!!
parabéns alfredo e toda sua equipe!
obrigada pela oportunidade de divulgar o nosso futebol feminino.
um grande beijo.
rose mary ricciardi - diretora de futebol feminino do clube comary em teresópolis

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