Fernando Haddad critica mobilidade e inspeção veicular em entrevista à BandNews FM

A Rádio BandNews FM 96,9 deu início hoje a uma série de entrevistas com os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo. Fernando Haddad, do PT, foi o primeiro a participar. Em entrevista aos âncoras Sheila Magalhães e Eduardo Barão, o ex-ministro da Educação criticou a atual gestão da capital e disse que a cidade precisa de mais investimentos. Segundo ele, a cidade tem verba em caixa, entretanto, os investimentos ficaram parados nos últimos oito anos.


"São Paulo precisa investir mais e tem condições para isso. Atualmente, pagamos mais tributos, mais taxas. O orçamento triplicou e o investimento é menor do que o Rio de Janeiro em números absolutos", comentou. "Há pouca obra em execução na cidade de São Paulo. Percorri 60% dos bairros e não vi obras estruturadas", acrescentou.


Haddad afirmou que, caso eleito, pretende continuar as "poucas obras" que estão em andamento, mas que é preciso investir mais, principalmente em transporte público, moradia, educação e saúde.


Questionado sobre o que o que mais irrita na cidade, o pré-candidato afirmou que o ponto mais crítico é a mobilidade. "As pessoas estão gastando muito tempo para se deslocar. Moradores da periferia chegam a gastar de duas horas e meia a três horas na ida e na volta para trabalhar, todos os dias", comenta. Isso, segundo o candidato, reflete em questões de saúde, por conta do número de acidentes nas vias; gera problemas para famílias que tem filhos em idade escolar, muitos sem acesso às creches e outras com crianças maiores que acabam deixando de ir para a escola para cuidar dos pequenos, entre outros.


Haddad afirmou que pretende retomar o trabalho que vinha sendo desenvolvido para o transporte público na gestão anterior à do prefeito Gilberto Kassab, com implantação de mais corredores de ônibus, principalmente; e também quer "repactuar" com o governo do estado para melhorias no Metrô. "Mais recursos devem significar linhas novas. Teremos um novo contrato de gestão que deixe claro para o cidadão que ele vai aportar recursos, mas isso vai gerar mais linhas, de forma mais rápida", ressaltou. Com isso, o candidato acredita que pode levar mais paulistanos a usarem o transporte público e deixarem seus carros em casa. Os veículos seriam usados apenas aos finais de semana, o que melhoraria o trânsito na cidade.


Haddad voltou a criticar o programa de inspeção veicular. "Pretendo acabar com essa taxa. Para mim, isso é um papa níquel que foi criado para arrecadar dinheiro. Não melhoramos a qualidade do ar com esse programa", afirmou. O candidato comparou o serviço com outros países e criticou a obrigatoriedade para a inspeção em carros novos. "Em outros lugares só é feita depois de quatro anos de vida útil do veículo, enquanto os carros velhos não estão sequer sendo licenciados", comentou. "Pagamos o IPVA mais alto do Brasil, de 4% sobre o valor do veículo. Não precisamos pagar mais essa taxa adicional", acrescentou.


O ex-ministro prometeu ainda mais investimentos em educação – ampliando o acesso, principalmente, às crianças que precisam de creche. Ele afirmou que pretende manter o projeto das AMAs (Assistência Médica Ambulatorial), do prefeito Gilberto Kassab, mas retomar a construção de hospital, o que segundo ele, não foi feito no atual governo; moradia – com regularização de moradias e retirada de moradores de área de risco, mas preocupando-se em criar novas moradias para esses cidadãos.


Sobre a desocupação da chamada cracolândia, Haddad disse que foi "um dos primeiros a defender a reocupação do território pelo estado", mas que isso deve ser feito com a força policial, para reprimir traficantes, apoiada pela assistência social e a saúde, pois somente dessa forma a cidade conseguirá acolher e auxiliar os dependentes químicos. "Só a repressão não vai resolver, temos que combinar setores governamentais, inclusive em um plano federativo, o estado pode apoiar e a prefeitura pode fazer muito", destacou.
Em diversos momentos Haddad afirmou que será mantida uma parceria com o governo federal e afirmou que pretende aumentar a conversa entre prefeitura e governo do estado. "A parceria será uma regra, e não uma exceção como acontece no governo atual".

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