Com indie rock e tons pastel, Maria Antonieta é a leitura de Sofia Coppola sobre a corte francesa

 

Depois do sucesso mundial de As Virgens Suicidas (1999) e Encontros e Desencontros (2003), a cineasta Sofia Coppola, filha do grande Francis Ford Coppola, decidiu que era hora de fazer seu primeiro filme com uma pegada histórica. Ou seja, a ambientação seria o Palácio de Versalhes e o pano de fundo, a revolta que mudou o mundo tal como se conhecia – a Revolução Francesa. Sofia se esquivou de um filme político de época e foi fundo na personalidade, desejos e frustrações de uma das personagens mais injustiçadas da história, Maria Antonieta, a rainha que jamais disse que os pobres que se virassem com brioches, já que não havia pão. Com uma leitura para lá de pessoal.

 

Baseado no livro da historiadora Antonia Fraser, a estreia do A&E do dia 1/10, segunda-feira, às 17h30Maria Antonieta mostra a transformação da arquiduquesa austríaca, entregue aos 14 anos em casamento ao príncipe francês Luís XVI (Jason Schwartzman), na personificação de todos os males e vícios do antigo regime.

 

E se era para ser o símbolo da opulência da corte francesa, Kirsten Dunst seguiu à risca essa cartilha na composição de sua personagem que, depois de um período sem conseguir se adaptar à hipocrisia da corte e sofrendo calada porque não conseguia dar à luz a um filho, uma vez que seu marido não pretendia fazer mais que dormir à noite, acabou se entregando aos prazeres que o dinheiro e o poder podiam lhe dar.

 

Para retratar essa fase da rainha, a diretora não poupou em luxos e, com a ajuda da figurinista Milena Canonero, criou cenas cor demacaron. Figurinos, ambientes, maquiagem – nada destoava dos tons lavados escolhidos para a fotografia do filme, a não ser um all-star que dá as caras por segundos em meio a uma orgia da moda em que Maria Antonieta e suas garotas escolhem seus modelitos.

 

Além do tênis, o toque de modernidade do filme fica por conta da trilha sonora que reúne bandas de rock como New Order, Air e Gang of Four, antigas, mas cujo som ainda influencia uma leva de grupos indie, como Phoenix – que também cedeu uma música ao longa e cujo vocalista se casou com a diretora em setembro de 2011 em uma cerimônia na Itália, no vinhedo da família Coppola.

 

Maria Antonieta (Marie-Antoinette, 2005, França)

Dia 1/10, segunda-feira, às 17h30

Gênero: histórico, drama

Diretor: Sofia Coppola

Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn

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