Teresa Serrano e Miguel Angel Rios realizam primeira exposição juntos no Oi Futuro no Flamengo

 

 

·         Casal de artistas vai exibir vídeos e instalações que discutem as disputas de gênero e  a violência dos conflitos.

 

·         Artistas virão para o Rio para uma conversa com o público

 

·         Telenovelas mexicanas e jogos populares estão entre as inspirações para trabalhos da dupla que irão ocupar três níveis do centro cultural

 

 

 

A exposição "Desenlace: Teresa Serrano e Miguel Angel Rios", que abre para convidados no Oi Futuro dia 16 de setembro, reúne trabalhos em vídeo e instalações inéditas no Rio de Janeiro de Teresa Serrano (Cidade do México, 1936) e Miguel Angel Rios (Argentina, 1943) que discutem jogos de poder – as disputas de gênero, o conflito entre gangues rivais, a dominação pela sedução ou a força. A mostra fica em cartaz no centro cultural do Flamengo de 17 de setembro a 17 de novembro.

Teresa e Miguel Angel, que vivem juntos desde 1986, virão ao Rio de Janeiro a convite da Oi Futuro para a inauguração e participarão de uma conversa com o público, no dia 17, às 19h30. É a primeira exposição dos dois juntos. Os artistas vivem entre Nova York e Cidade do México e buscam o limite de situações identificadas nos centros urbanos ou praticadas à margem. Como pano de fundo de suas linguagens, está a divisão das Américas, e a força e os contrastes da cultura hispânica que fazem da integração sul-americana uma utopia política e cultural.

"Teresa e Miguel Angel têm uma sólida carreira internacional com trabalhos potentes em vídeo, formato que é uma marca das exposições do Oi Futuro", afirma Luiza Interlenghi, curadora da mostra. "A exposição no Centro Cultural do Flamengo é uma oportunidade de perceber o modo como discutem a dominação e os jogos de poder. Teresa Serrano trata das formas de dominação que fazem parte dos ritos da conquista amorosa, da sexualidade feminina e das disputas no mercado de trabalho no ambiente das grandes corporações." Miguel Angel Rios discute os traços do colonialismo, as tensões sociais e o desafio implicado na ideia de modernidade, associada à dominação econômica."

Nove vídeos de Teresa Serrano exploram questões de gênero

Os nove vídeos de Teresa apresentados em Desenlace foram realizados entre 1998 e 2010, e se concentram nas questões de gênero – tema central em sua produção.

Em "Mia", a linguagem caricata das telenovelas mexicanas e da música popular são adotadas em situações do cotidiano, em que a sedução é associada ao poder. "Glass Ceiling", expressão que aponta um bloqueio invisível à ascensão profissional, se aproxima da linguagem cinematográfica e alegórica para mostrar os ainda pouco discutidos obstáculos impostos à carreira das mulheres. Em "Restraint" e "Boca de Tabla", a artista investiga os labirintos psicológicos e, no segundo trabalho, ela também fala da solidão da vida doméstica, freqüentemente associada ao universo feminino.

"La Piñata" é um vídeo sobre a violência de gênero no México e reflete recentes casos de ataques sexuais contra mulheres ocorridos no Rio de Janeiro, a partir de uma conhecida brincadeira mexicana, em que crianças com vendas nos olhos tentam acertar um pote de barro que muitas vezes tem a forma de estrela, cheia de frutas e doces. No vídeo, as crianças são substituídas por um homem com um bastão, e a piñata é uma mulher jovem.

 

Na obra "Textos", versos de poemas, como os do mexicano Octavio Paz e de "Garota de Ipanema" de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, são apresentados como projeções nas paredes da galeria, sugerindo a força da linguagem como um contraponto à violência. Para a curadora Luiza Interlenghi," o trabalho aponta os riscos impostos pela volatilidade da cultura digital à capacidade da linguagem de mediar conflitos, ressaltando a escrita de modo sintético das mensagens instantâneas dos sms e posts de mídias sociais."

O caráter performático da linguagem é evocado em "Untitle", em que palavras e expressões como "Anger", "Denial", "Depression", "Acceptance" and "Bargain", moldadas como velas de cera, são lentamente queimadas. Intervenções de 2013 em partituras de canções como "La Vie en Rose", "Imagine" ou "Besame mucho" também serão apresentadas nos espaços da Oi Futuro.

Miguel Angel Rios apresentará trabalhos feitos entre 2008 e 2012

Miguel Angel Rios apresentará cinco vídeos realizados entre 2008 e 2012, em que situações de tensão e contraste, relacionadas ao debate sobre a América Latina na globalização, são revistas como ficção a partir de observações dos costumes e jogos populares. "Mecha" revisita um jogo popular colombiano para revelar uma face beligerante da brincadeira. Para a curadora Luiza Interlenghi, "a sonoridade assume função destacada em vídeos como "rooom rooom", em que o som de objetos girados rapidamente no ar adquire um caráter de dar identidade a um grupo de jovens numa árida região montanhosa no nordeste argentino onde vivem."

 

O som também é decisivo em "Crudo", vídeo em que a tradicional dança com boleadeiras – instrumentos para a captura do gado – é executada por um homem de terno Armani branco, enquanto enfrenta cães famintos. As alusões à desigualdade econômica e aos embates dela decorrentes se mantêm durante toda a dança, um jogo entre controle e instinto, defesa e ataque.

 

"The Ghost of modernity – Lixiviados" explora os contrastes entre razão e acaso, e ordem e abandono, e revê os traços do colonialismo na periferia dos grandes centros urbanos. Filmado en Zaachila, no estado de Oaxaca, no México, o video experimental registra paisagens mantidas à margem da razão moderna, habitadas por grupos excluídos, chamando a atenção para a maneira como nos vemos, como somos vistos e como vemos o espaço ao nosso redor

 

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