Documentário sobre Rafael França mostra seu interesse pela arte experimental, no SescTV

 
  
A produção será exibida em programa da série "Videobrasil na TV", dia 27/10, segunda, às 23h 
  

Foto: Divulgação.  

"Se alguém quer saber o que se fazia em arte nos anos 1980, Rafael é uma ótima porta de acesso. Ele trabalhou com xerox, com intervenção urbana e com vídeo de uma forma muito identificada com o seu tempo", afirma Marco Del Fiol, diretor, em parceria com Alex Gabassi, do documentário Rafael França - Obra como Testamento, que o SescTV apresenta dia 27/10, segunda, às 23h. A produção mostra a carreira do artista plástico, um dos percussores da videoarte no Brasil, e  integra a série Videobrasil na TV, com o tema Videobrasil Coleção de Autores
  
Concebidos e produzidos pela Associação Cultural Videobrasil em parceria com o Sesc São Paulo, os episódios são assinados por diretores convidados, que inserem em sua obras características próprias. "Essa temporada nasceu a partir da perspectiva de produzir uma série de documentários sobre artistas", explica a presidente e curadora do Videobrasil, Solange Farkas. 
  
Nascido em Porto Alegre – RS, Rafael França (1957 – 1991) teve aulas de gravura com a artista plástica e arte educadora Regina Silveira, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Na época, ele apresentou alguns de seus trabalhos para Regina. "Ele me falou do seu interesse em procedimento menos artistificados da gravura, em usar imagem fotográfica e chapas de off set", lembra a artista. 
  
Em 1979, França e mais dois amigos artistas, Mário Ramiro e Hudinilson Júnior, se reuniram para produzir trabalhos de imagens com o uso de uma copiadora. O objetivo era desenvolver uma obra que atingisse diretamente as pessoas, esclarece França. "A partir daí começamos a pensar em usar a cidade como suporte", recorda.   
  
O primeiro trabalho realizado pelo trio foi encapuzar esculturas públicas. Na sequência, telefonaram para emissoras de rádio e de televisão e jornais, como se fossem moradores, querendo saber o que significava aquilo. "Na manhã seguinte, voltamos a alguns desses lugares para observar a reação das pessoas", relembra França. 
  
Interessado pela arte experimental e preocupado com a tecnologia aplicada à arte, o artista também se dedicou a videoinstalações quando viajou para Chicago. Para o professor Arlindo Machado, França era uma das raras pessoas que se interessava por videoarte naquela época. "Essas características do vídeo do Rafael França derivam muito do ambiente intelectual que ele viveu na School of the Art in Study of Chicago. Foi ali um dos locais onde o vídeo aconteceu nos Estados Unidos", comenta. 
  
Machado acredita que a principal importância do trabalho de França é apresentar alternativas para a ficção em vídeo, pouco experimentada. O artista desenvolveu, a técnica de falar diretamente para a câmera, um tabu na ficção. 

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