SescTV exibe documentário sobre o cotidiano de ciganos no sertão alagoano
Com direção de Kiko Goifman e Olívia Brenga, a produção revela costumes e cultura desse povo nômade, no dia 17/08, sexta, às 22h
O que fazem, o que pensam e como vivem os Ferraz, uma família de ciganos do sertão de Alagoas? Episódio da sérieTemporal acompanha o dia-a-dia desse povo sem moradia fixa para mostrar seus costumes e cultura. O programa é pontuado por trechos do documentário Tarabatara, de Julia Zakia, e Diana e Djavan, casamento cigano, de Luciana Sampaio, e vai ao ar no dia 17/08, sexta, às 22h, no SescTV. Kiko Goifman e Olívia Brenga assinam a direção da série.
"Eles são fortes na estrada. Parados eles são fracos porque eles não conseguem competir com a nossa sociedade", argumenta Padre Rocha, que nasceu em uma família de ciganos religiosos. Para ele, é importante o anomadismo para que os ciganos não desapareçam, e explica que o fato de não pagarem impostos, não votarem, não irem à escola os levará ao desemprego caso se fixem num mesmo lugar.
A diretora Julia Zakia fala sobre sua relação com os ciganos; as semelhanças e diferenças existentes entre ciganos e não ciganos; como se aproximou da família Ferraz para produzir o documentário Tarabatara; e o quanto aprendeu durante os dias que conviveu com eles. Julia confessa que a questão do machismo presente na cultura cigana deixou sua assistente, Laura Mansur, e ela preocupadas.
O programa também aborda a dignidade que a cultura cigana proporciona aos mais velhos e o respeito que os mais novos têm por eles. "Nenhuma decisão é tomada num acampamento sem antes consultar os mais idosos ou o mais idoso", esclarece Padre Rocha.
O cigano Sandro conta que há algum tempo eles não tinham documentos e as crianças nasciam em casa, tendo as mulheres ciganas como parteiras. Ele ainda comenta sobre o preconceito que muitas pessoas têm em acreditar que ciganos são ladrões. "Ter, tem, mas a maioria é direita", assegura. Bianca, uma jovem casada, cujo sorriso expõe dentes de ouro, fala sobre a sua rotina, enquanto a irmã mais nova declara que não tem vocação para se casar além de ser muito cedo ainda.
Outras características da cultura cigana expostas na produção é o casamento só entre ciganos; a preocupação dos pais com a desonra das filhas; e o casamento precoce. Luciana Sampaio - fotógrafa, pesquisadora e diretora do documentárioDiana e Djavan, casamento cigano, relata que "o casal é prometido desde criança, às vezes, antes mesmo de nascer, quando ainda está na barriga da mãe. E casam cedo, 13, 14, 15 anos". Segundo Luciana, são três dias de festa para comemorar o casamento, e algumas festas duram até um mês.
O documentário também contempla a origem dos ciganos, que de acordo com Luciana, é desconhecida. "Estudiosos supõem que eles vieram talvez da Índia, talvez do Egito. A maioria acredita que seja Índia a origem, pela língua, estudos linguísticos". Luciana afirma que não é certeza, pois não há documentos que comprovem e o que se sabe vem da tradição oral.
Temporal:
Em linguagem documental, a série lança olhares diferentes sobre o cotidiano; as relações entre diferentes gerações e faixas etárias. Dentre os temas abordados estão: comunidade grega; música e literatura; fisiculturismo; amor; rock; homossexualidade; e colecionadores.
SERVIÇO:
Temporal
Ciganos
Dia: 17/08, sexta-feira, às 22h
Reapresentações: 18/8, sáb., às 23h; 19/8, dom., às 22h; e 23/8, quin., às 24h.
Classificação Indicativa: Livre
Direção: Kiko Goifman e Olívia Brenga
Produtora: Paleo TV
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